𝐓𝐡𝐞 𝐎𝐧𝐥𝐲 𝐑𝐞𝐚𝐬𝐨𝐧 || 𝐌𝐔𝐊𝐄

𝐓𝐖𝐄𝐋𝐕𝐄

"ι ɴᴇᴇᴅ ᴛᴏ ɢᴏ. αɢᴀɪɴ?"
🌧
𝐂𝐡𝐚𝐩𝐭𝐞𝐫 𝐓𝐰𝐞𝐥𝐯𝐞

| August 29
| 08:34PM

    — É que... é... que o Michael, ele... — Era perceptível o fato de que ele tentava se controlar para não chorar enquanto falava, mas eu sabia que seria uma tentativa falha.

Me destruía. Me destruía o ver daquela forma e as lágrimas que provavelmente cederiam em poucos minutos me acertariam em cheio, mas eu sabia que não deveria me sentir assim, ele não merecia que eu sentisse pena dele, mas eu não conseguia evitar.

— Ele não está melhorando, Ash. Porra, já faz uns dois meses, e parece que ele só piora. Ele sente falta de mais do Luke. — Calum baixou sua cabeça e seus dedos começaram a brincar entre si como forma de distração. — Ashton, porque... porque ele fez isso?

Com certeza era uma pergunta a qual ninguém nunca saberia completamente a resposta.

Nem mesmo o próprio Luke.

— Sabe que ele achou que iria ser melhor para o Michael.

— Mas não é obvio que não seria? Que droga, Michael ficava em abstinência só quando ficavam poucos dias sem se ver. Ashton, o Luke pode estar em uma confusão pior do que nós três juntos, mas ele não é idiota a esse ponto. — Acredito que todos nós estávamos bravos com Luke por fazer a merda que fez.

— Eu sei, eu... também não entendo direito tudo isso. Acredite em mim, Calum, não tem ideia do quanto eu tentei evitar que isso acontecesse, mas ele não cedia de modo algum, eu não sei oque aconteceu com ele.

— Podia ter dito para mim, a gente poderia ter o feito desistir.

— Não funcionaria, Calum você... você não entende, em todas as vezes que o disse que isso seria um erro, o que aliás foram longe de serem poucas, ele nem sequer cogitou a possibilidade de desistir. — Com a ansiedade em que eu falava, sem que percebesse, minha mão que se pousava em sua coxa se deslisou mais para cima tocando a sua virilha, e eu definitivamente o senti estremecer. — Ah... Cal, eu... descul... — Eu estava prestes a retirar minha mão dali envergonhado quando senti ele a segurar pela segunda vez para que ficasse onde estava, e então eu a relaxei ali.

Ouvi barulho vir do lado de fora e olhei pela janela, notando que havia começado a chover. Nós ficamos parados em silêncio, e eu estava tentando processar tudo oque estava sentido naquele momento.

— Ash — ele me chamou baixo.

— Sim? — ofeguei enquanto meu olhar ainda se fixava em minha mão que tocava sua coxa e parte da sua virilha.

— Porque você... disse aquilo? — ele sussurrava como se houvesse mais alguém no quarto que pudesse ouvi-lo, mesmo que estivéssemos completamente sozinhos.

— Disse oque? — pergunto no mesmo tom.

— Que... hm... que sentia minha falta. — A cada vez ele parecia dizer ainda mais baixo. — Eu fui um completo idiota com você, você deveria me odiar, não dizer que... — Ele passou a língua pelos seus lábios que pareciam secos enquanto tentava formular o resto da frase. — Que...

— Que ainda gosto de você? — Seu olhar deixou rapidamente de dar atenção a algum ponto aleatório em meu edredom para me olhar diretamente nos olhos, parecia um pouco assustado. Sua feição de frustrado e culpado foi rapidamente substituída por um franzir de sobrancelhas e seus olhos vastamente arregalados.

— É, principalmente isso. — Ele me olhava como se simplesmente não acreditasse que eu houvesse tido a pachorra de dizer oque disse. Isso era ridículo, eu tinha esse direito. — Está vendo? Porque está fazendo isso?