Não foi sua culpa

57 13 45
                                    

Por Javier:

Caro: que foi amor? Está  quieto desde que estávamos na escola da Isa – sentei no sofá e ela me acompanhou.

Javier: você não achou estranho? – minha cabeça estava cheia de perguntas e eu não estava sabendo controlar toda aquela confusão de pensamentos.

Caro: o que? O que é estranho? – olhei pra ela com um certo receio de contar oque tanto me incomodava – fala Javier!

Javier: a professora da Isa.

Caro; A Karol? O que tem ela?

Javier: você não achou nada suspeito nela? – eu não sabia como chegar onde queria.

Caro: como assim?  Eu não estou entendendo.. – respirei fundo.

Javier: eu senti algo estranho quando a vi. Não sei descrever o que foi e.... E enquanto vocês conversavam, e-eu reparei que vocês são bem parecidas e- ela se levantou.

Caro: de novo isso javier?  - andou pela sala – meu amor – veio até mim se abaixando na minha frente, apoiando suas mãos no meu joelho – infelizmente  perdemos a nossa menina, e- e eu não quero ter mais falsas esperanças – seus olhos estavam cheios de lágrimas assim como os meus – você sabe como doeu em todas as vezes em que  achamos que fosse a nossa menina e não era – concordei. Isso já tinha acontecido 3 vezes.

Javier: sim, eu sei... é que eu ainda tenho esperanças de que um dia vamos encontrá-la – ela balançou a cabeça negativamente com um sorriso triste

Carl: infelizmente eu não tenho a mesma fé que você – sua voz falhou e ela se levantou – se precisar de mim estarei no quarto. – ela se retirou e suspirei encostando no sofá.

Minha menina, minha Luna.

Depois de 21 anos segue sendo um assunto tão frágil para nós, eu não consigo me esquecer e muito menos superar.

Todo santo dia eu acordo e durmo pensando em como eu poderia ter feito algo para mudar o destino, mas do que adianta? Ela não vai voltar.

Novamente eu me pego lembrando dela. Da minha menina, minha boneca.

Me levantei e fui pegar uma caixa onde guardávamos fotos dela. Uns anos depois, antes da Isa nascer, nós resolvemos guardar as fotos dela. Era tão doloroso ver seu rostinho todos os dias e não saber onde ela estava, se estava bem, se estava viva.

Eu já passei mal tantas vezes ao olhar para essas fotos, por isso a caro achou melhor guarda-las, e cá estava eu olhando cada uma novamente.

Javier: me perdoa Minha Luna – passei meu polegar pelo rosto angelical da menina que enchia meus dias de alegria deixando minhas lágrimas caírem livremente. – eu não te protegi como deveria, não fui o pai que você merecia – falava com a foto como se ela pudesse ouvir.

Conforme eu olhava as fotos eu me lembrava de cada momento com ela

Isa: Cheguei!!!! – entrou animada como sempre, mas seu sorriso se desfez quando me viu sentado no chão – o que houve? – se preocupou se aproximando e então vendo oque tinha na caixa. A Isa não sabe muito da karol. Creio que ela acha que a irmã esteja morta. Eu não queria falar pra ela, mas um dia ela me ouviu falando com a sua mãe então quis saber,  e a  caro contou, contou o básico. Queríamos poupa-la de toda essa tristeza  - papai – se aproximou me envolvendo em um abraço confortante. – se quiser pode desabafar comigo – se sentou ao meu lado e olhei pra ela – me conta... – pediu colocando sua mão sobre a minha que estava sobre a foto.

Fiquei em silêncio olhando pra minha filha, ela já tem 17 anos, acho que já está na hora de saber tudo.

Javier: ok, vou te contar o que aconteceu – respirei fundo e comecei a contar

Amar tem suas consequênciasOnde histórias criam vida. Descubra agora