Juliette Freire
Estava sem nenhum ânimo para passeios, mas Lucas disse que eu era obrigada a acompanhá-lo, ele estava decidido a levantar o meu astral despois de toda a situação que havia passado com o Gustavo.
— Pra onde estamos indo, Lu? Pelo menos me dê uma diquinha vai, tu sabe que eu odeio ficar curiosa. — digo emburrada.
— Não digo até a gente chegar, como você mesma diz: aquieta teu piu piu.
— Rai te lascar! — bufo e mostro a lingua pra ele.
— Tá bravinha, galinho tico liro? — ele provoca, sem tirar os olhos da estrada.
— Que diabeisso, tico...tico rilo? — pergunto indgnada — Tu pare de me chamar de nome estranho, visse? Eu ainda posso te demitir.
— Você não teria coragem. — gargalhou — Amo que quando você tá bravinha, deixa seu sotaque vir a tona de uma vez. Sabe, para de esconder ele no seu dia a dia.
— Não é tão simples assim... As pessoas ficam me olhando estranho e eu não gosto disso — suspiro e desvio o olhar para a janela, acompanhando os prédios que ficavam para trás.
— Isso é xenofobia, sabia? Você deveria ignorar e soltar esse sotaque lindo, não ter vergonha dele.
— Você me trouxe aqui pra ficar me dando broncas? — retruco irritada.
— Tá tá, vou deixar esse assunto para depois. — diz e estaciona o carro. — Nós chegamos. — um sorrisinho animado brincava nos lábios do meu amigo e aquilo já estava me deixando deveras desconfiada.
Estávamos no estacionamento de um grande parque de diversões, o que me fez rir. Meu amigo pretendia mesmo me animar com brinquedos infantis? Tudo bem, já estava dando certo.
— Jura, Lu? — questiono divertida. — Eu não vou na montanha russa não, visse? Morro de medo!
— Ah eu duvido que o João deixe você de fora dessa.
— João? Ele vem? — pergunto atônita. João é um amigo nosso que mudou-se para Espanha depois de uma boa proposta de emprego, apenas nos falavamos por chamada de vídeo e mensagens e a saudade dele era enorme.
— Na verdade ele já veio. — apontou para algo, ou melhor, alguém atrás de mim. — E trouxe reforços.
Me virei rapidamente vendo João andando até nós com Camilla e Arthur ao seu lado. Abri um sorriso largo ao ver meus amigos queridos, passava tanto tempo no trabalho que mal tinha tempo para vê-los pessoalmente. Tínhamos um grupo no whatsapp onde nos falavamos todos os dias, mas não era a mesma coisa de antes, quando saímos pra farra e fazíamos festinhas em minha casa. Com o tempo as responsabilidades foram aumentando pra mim e eu dava mais atenção aos meus filhos e depois eu me afoguei no trabalho e o único que me sacodia de vez em quando era o Lucas, por trabalhar junto comigo e ser o meu melhor amigo.
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Por um Triz - Sariette
RomanceDurante uma fuga da polícia, Sarah Andrade acaba parando na mansão Freire, onde conhece Juliette, uma advogada fechada para o amor, que vive para o seu trabalho e seus quatro filhos; Vitória, Gustavo, Júlia e Bento. No meio da confusão de sua chegad...