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Mounbridge House, Londres

 E em terceiro, mas nunca menos importante, os jovens que conquistaram muitos suspiros durante o começo desta temporada, nos presentearam com uma bela valsa na noite passada, destruindo os sonhos de muitos lordes e ladies que ansiavam por fisgar um dos dois, e retirando o fôlego de muitas matronas, inclusive a da dama. 
 Definitivamente não poderá mais haver competição, pois ambos já conquistaram o maior prêmio, e esta autora torce por um final feliz.

Crônicas da Sociedade Britânica 
21 de abril de 1811

Catarina encontrava-se radiante. Dançara com diversos cavalheiros diferentes. Sua mãe realmente estava certa em afirmar que em Londres havia mais escoceses nesta temporada, porém, mesmo com as diversas opções, ela ainda conseguia encontrar algum defeito em cada um que lhe convidava para dançar. 

Parecia sempre haver algo que destruía imediatamente o encanto deles, mas ela não sabia exatamente o que era, porém existia. Estava sempre presente. Mas mesmo com isso, ela não se desanimou, e continuava a aceitar os pedidos, afinal, não era estúpida.

Seus pais encontravam-se na entrada da casa, dando as boas-vindas para os que chegavam; Harry estava ao seu lado sempre que ela encerrava uma dança; Benjamin se dispersou na multidão, e sumiu completamente do seu campo de visão; e os outros quatro estavam limitados ao andar de cima da casa, pois ainda não tinham idade suficiente para frequentarem um baile como este.

— O que a senhorita está achando da noite? — questionou Stephen Ramsbury, o famoso dançarino de dois enormes e desajustados pés esquerdos, que infelizmente a convidara para dançar. 

Catarina não o detestava, pois era um cavalheiro deveras amigável, o único problema era o fato de adorar dançar e consequentemente, pisar nos pés de todas as damas incontáveis vezes.

— Está muito agradável — comentou Catarina quase entredentes, engolindo um grunhido quando teve seu pé direito pisado novamente, e prendendo o fôlego com a dor que lhe tomou, soltando-o alguns segundos depois.

Para sua imensa felicidade, a valsa se encerrou para dar início a outra, e seus pés finalmente poderiam descansar um pouco.

— Ah, eu adoraria dançar com a senhorita a noite inteira — confessou Stephen, fazendo Catarina desejar choramingar e implorar por misericórdia. 

— Mas isso seria injusto. Eu destruiria o desejo das damas que anseiam por dançar com o senhor — retrucou Catarina, tendo sua consciência lhe alertando que estava mentindo mais do que deveria, mas era por uma boa razão, afinal, não poderia magoar os sentimentos de Ramsbury. Ele era um bom homem, somente tinha que receber muitas aulas sobre como dançar uma valsa. De preferência, urgentemente. 

Ele somente sorriu amigavelmente em agradecimento, e ambos se afastaram. Catarina tentava ir ao encontro de Harry sem demonstrar que estava mancando, mas era difícil com dois pés massacrados, e ela tentava ao máximo manter um sorriso nos lábios e as lágrimas presas nos olhos.

Avistou seu irmão a poucos metros, e sentiu uma fúria crescer dentro de si quando o viu rir da sua situação. Era pedir demais que ele pudesse estar no seu lugar e aproveitar as terríveis dores que ela estava sentindo? Catarina achava que não.

— Como você está? — questionou Harry, tentando segurar o riso.

— Como você acha que estou? Vou precisar deixar os meus pés descansando por semanas depois de hoje — resmungou Catarina, e Harry soltou-se, não conseguindo se conter por mais tempo, e começando a gargalhar, fazendo-a revirar os olhos.

O Lorde Mountobbani - Mounbridge 01Onde histórias criam vida. Descubra agora