Sentei-me para escrever. Estava esgotado de tanto falar de amor. Queria citar a natureza, a grandeza, a insignificância do nosso viver. Então mergulhei em altos nilismos para falar da rapidez que as coisas passam, e que devemos aproveitar ao máximo. E até ia tudo bem, até eu citar a brevidade dos sorrisos e lembrar que toda vez que eu te beijava, você me perguntava: Jó pq tá rindo? Parei ai mesmo.
Sai do existencialismo. Achei melhor falar sobre a minha linda cultura nordestina. Com citações de Luiz até Alencar. Falando da fulô do mandacaru que trás a esperança ao nosso povo. Isso até recordar meio bobo que quando nos conhecemos estávamos nós dois de chapéu de palha. No meio do forró te chamei para dançar. Meti minha perna na tua e ali naquele apertadin teu nariz bateu no meu, nos atrapalhamos e eu te segurei a cintura. Dai eu larguei o lápis.
Por fim com minha raiva, decidi escrever sobre a maldade. A guerra e a falta de empatia. Todo o sofrimento que não se pode correr. Até vir na minha cabeça o dia de minha última crise. A qual eu corri para o banheiro para chorar embaixo do chuveiro afim de que não me ouvisse. Tu levantaste da cama. E do mesmo jeito que estava, entrou debaixo da água e me abraçou as costas. Me virou e encarou-me nu não só de roupa.
Após esse delírio eu percebi que não podia fugir de escrever sobre amor. Não podia deixar de escrever sobre você. Então começo aqui a registrar meus devaneios.
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Devaneios
PoetryDevaneios é uma compilação de poesias e textos do dia a dia. Fala sobre nossas paixões, inseguranças, falhas e acertos. Fala sobre amores de infância, paternidade de gatos, cachorros que viram dragões. Vai do preto e branco, ao mais belo mergulho em...