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Ruggero


— mike , para de encher, não vou falar com ninguém.
Mike  me dá um empurrão.
— Vai, sim. Lembra do que a gente conversou? Já tem dois dias que você e karol
terminaram. Você está praticamente solteiro de novo. Precisa mostrar ao mundo que não
está chorando as mágoas.
Estamos em um evento, e meu irmão tenta me convencer a ir falar com Emília . A
garota que, segundo ele, sempre foi caidinha por nós dois.
Olho feio para mike .
— Mas precisa ser com ela? Emília  pode querer coisa séria, e eu não quero isso.
Ele bate no meu ombro e fala perto do meu ouvido:
— Lógico que não. Use seu jogo de cintura, pega ela algumas vezes, depois dá um
jeito de descartar, como sempre fez.
— Pra você é fácil falar, está em paz com a valu, não precisa se preocupar com
perseguições indesejadas.
— Perseguição é uma coisa que nunca me preocupou, meu irmão. Elas entendiam
quando eu dizia que tinha acabado.
Olho para ele e reviro os olhos, busco uma ajuda de Agustín, mas ele, calado, apenas dá
de ombros e bebe um gole de champanhe. Viro todo o conteúdo da minha taça na boca e
saio de perto deles. Emília  passou a festa toda nos observando. Valu estava quase indo
tirar satisfação. Se ela não pode ter os dois irmãos, que tenha pelo menos um deles.
Já tem dois dias que fui entregar os documentos do divórcio para karol . Foi
doloroso deixá-la, foi doloroso saber que ela e Bernardo voltaram para Angra e está sendo
doloroso sem eles dois comigo. Mas eu tenho que manter a cabeça erguida, não fraquejar
e continuar em frente. Nem que, para isso, eu precise flertar com outra mulher.
— Boa noite, senhores — eu digo quando chego à mesa em que Emília, o pai dela
e mais algumas pessoas estão.
Todos olham para mim, e o velho dá um sorriso. Emília  arregala os olhos e sorri de
orelha a orelha. Até que é bonitinha. Parece um pouco nova e tem um corpo legal.
— Olha só, o filho de Otávio pasquarelli  — o pai dela fala. — Sente-se conosco, rapaz.
— Não, senhor. Muito obrigado. Estou apenas passando para cumprimentá-los e
pedir permissão para conversar com sua filha.
Emília  se levanta tão rápido que quase derruba a cadeira.

— Minha filha já se decidiu — ele diz sorrindo, eu faço um gesto agradecendo e saio
dali com uma garota eufórica grudada no meu braço.
Pego duas taças de champanhe de um dos garçons, entrego uma a ela e fico com a
outra.
— E então? Lembra de mim?
— Lógico, Ruggero. Quem não se lembraria? — ela quase grita.
É tão singular o jeito que a mulher age. Muito diferente dos homens, lógico. Por
exemplo, o homem têm tesão por uma mulher e se ele a consegue, nunca vai esboçar
sentimento de euforia por ter conseguido dar o bote. Atenção, mulheres, se você acaba de
conseguir o cara dos seus sonhos, não mostre para ele o quanto está ansiosa para dar,
ele vai te achar fácil e fútil. Pode se divertir e não te dar valor mais tarde. Está feliz?
Guarde para si.
Respondo com um sorriso, dou um gole no champanhe e faço uma breve varredura
no corpo da menina à minha frente. Loira , gostosa, peitos bonitos. Vamos ver como as
coisas vão andar. Não irei apressar nada, nem posso.
— Gostando da festa?
— Estava um pouco tediosa. Vim porque meu pai insistiu.
— Nenhum acompanhante?
— Nenhum, mas agora acho que tenho. — Ela levanta a mão e passa no meu ombro,
desce pela lapela do terno e afasta.
— Pena que a vi tarde demais, a festa já está acabanado — eu digo meio retesado.
— Mas nada que outros encontros não resolvam. — Ela passa o dedo na borda da
taça e morde os lábios sugestivamente.
Se fosse em outra época, eu já estava fodendo ela em algum lugar, no banheiro ou no
meu carro.
— E então, Ruggero, fiquei sabendo que se casou, mas não vejo nenhuma aliança.
— Fofocas. Não me casei — afirmo.
— Ufa! Que alívio. — Ela sorri, toca mais uma vez no meu braço, depois olha por
cima do meu ombro.
— mike  parece ter se firmado.
— Sim. Achou a tampa da panela.
— E você? Ainda procura sua tampa? — Dá um gingado, toda sugestiva. — Talvez
ela esteja mais perto do que você imagina.
— É, talvez — concordo.

Minha perdição   (Terminada )Onde histórias criam vida. Descubra agora