Capítulo 1
Está bem, talvez eu tenha bebido um pouco demais.
Ou era o que eu deveria ter pensado antes daquela 8° rodada no bar próximo à faculdade
Os flashes chegam aos poucos enquanto estou deitado no sofá do apartamento que divido com Denki e minha cabeça está prestes a explodir da ressaca
Um beco escuro
Os faróis momentâneos o iluminam
Pressionado contra a parede
Uma mão na minha cintura
O suor escorrendo pela minha face
Sua respiração ofegante
E meus braços ao redor de seu pescoço
Finalizo com um beijo demorado e intenso antes de vomitar ao lado
O que caralhos eu fiz com o Bakugou ontem a noite?!
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-Você tá uma merda hoje- comenta Denki quando senta ao meu lado e pega o celular da mochila- Se eu soubesse que ontem seria tão divertido, teria ido- riu e mandou mensagem para alguém
-Você deveria ter ido- sorri e reparo na sua constante atenção ao celular, claramente conversando com alguma garota- Mas parece que se divertiu tanto quanto eu- ele largou o aparelho e se espreguiçou na cadeira com os dentes amostra de orelha a orelha
-Com certeza, meu amigo durão, e se quiser posso te levar para ter um pouco de "diversão adulta" também
-Eu passo. O happy hour com os calouros foi o suficiente para me deixar exausto
-Vamos, Eijirou! Conhecer alguma garota legal vai te fazer bem, além de animar os dias universitários entendiantes- fez um breve drama ao final da frase
-Não, não. Pode ir só você e o Mineta, estão mais acostumados- colocou as mãos sobre a mesa e deu um suspiro longo enquanto concordava com a cabeça
-Aconteceu algo de interessante no bar?
-Bom...- Quando ia iniciar o breve relato de como eu peguei o meu melhor amigo sem saber, Bakugou entrou com sua cara animada de sempre
Não sei se foi por causa do beijo, mas talvez aquele loiro emburrado pareça um pouco mais bonito
Só um pouco.
Ele usava uma camisa preta larga, as calças jeans frouxas, deixando sua cueca box cinza a mostra, e um tênis branco, a mochila com uma alça em um braço e duas pulseiras na mão esquerda
E pode ser coisa da minha cabeça, mas sinto que aquela espécie de gigante ranzinza me encarou ao entrar
Melhor fingir que não aconteceu nada e cumprimentar
Cheguei como o habitual: dando tapinhas em suas costas e perguntando como ele está [respondeu elegantemente com algum xingamento]. Apesar de ter agido normalmente, era possível sentir algo diferente nele, como se estivesse ansioso. É perceptível as vezes que levava seu dedo até a bochecha e coçava repetidamente ou quando seu pé batia no chão de forma compulsiva. Bakugou poderia ser temperamental, porém, esses praxes não eram dele. O que me impede de ignorar aquelas banais diferenças em seu comportamento
Afinal, ele é um companheiro muito importante
A admiração que sinto por aquele pinscher loiro começou no ensino médio. Provavelmente quando notei a forma que ele era [ainda é] competitivo e não gosta de ser deixado para trás. Bakugou poderia ser rude, arrogante, irritado, grosseiro, sem modos, falar alto, mas nunca desmereceu a força, caráter e esforço alheio. Tratou todos que competiam com ele como iguais e iria lutar [Intelectual e fisicamente] do mesmo modo. Em determinado momento, percebeu que não poderia mais seguir sozinho e aceitou mudar, aprendeu a trabalhar em equipe [está aprendendo]. Tudo isso me fez o seguir, querer virar seu amigo. E creio que ele me aceitou, ao menos como alguma espécie de aliado. Honestamente, Katsuki Bakugou é o cara mais másculo e durão que já conheci e me orgulho de poder chamá-lo de amigo
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Carne Apimentada e Filmes da Meia Noite
FanfictionEijirou Kirishima sempre admirou Katsuki Bakugou. Isso é um fato. Nunca imaginou que talvez um dia acabasse de noite em um beco qualquer com seu ícone de admiração e simplesmente o beijando. Esse pequeno imprevisto, desorganizou os pensamentos, sen...