Capítulo 26

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Martin

No caminho até o hospital fiquei pensando no nome ideal para o meu filho e cheguei a conclusão de que não poderia escolher isso sozinho, pedirei ajuda a minha mãe mais tarde para fazer isso, tenho certeza que com ela ao meu lado farei uma boa escolha.

Assim que chegamos no hospital fui com minha mãe e seu namorado ver como estava meu filho, deixei suas coisas com a enfermeira que estava de plantão e fomos fazer nossa higienização para vê lo.

- Ele é tão lindo filho. - Minha mãe fala olhando para o berçário onde meu filho estava sendo cuidado por uma das enfermeiras que ali estava.

- Senhor Martin? - Ouço a médica do meu filho me chamar e olho para o lado de onde ela vinha caminhando, com sua prancheta na mão.

- Pois não? - A respondi desviando minha atenção para a jovem médica em minha frente.

- Estava aguardando a chegada do senhor para encerrar meu plantão. - Ela fala ajustando seus óculos em seu rosto.

- Sim, como está meu filho? - Pergunto olhando mais uma vez em sua caminha.

- Seu filho está bem, fizemos todos os exames necessários e ele está bem. - Ela fala e meu coração se enche de alegria, porque meu filho está bem.

- Graças a Deus, quando poderei levar ele pra casa? - Pergunto na esperança de já poder levar ele comigo para casa.

- Em breve, ele ainda precisa ganhar peso, acredito que daqui a 30 ou 40 dias ele possa ir para casa com o senhor e sua família.

- Mais isso tudo? - Pergunto assustado pelo tempo que ainda terei que esperar para ter meu filho em casa comigo.

- Sim, esse é o tempo mínimo para os prematuros, se tudo der certo e ele evoluir bem tudo dará certo.

- Tudo vai ficar bem filho, meu neto vai sair dessa. - Minha mãe fala me confortando.

- Vai sim mãe, quero sua ajuda para escolher o nome dele.

- Sério?

- E claro que sim.

Ficamos um tempo ali olhando para o meu filho e pensando em qual nome poderíamos dar para o meu filho, as horas passaram tão rápido que mal tinha notado voltamos para casa assim minha mãe e seu namorado poderiam descansar um pouco.

Assim que me sento no sofá, Max me liga para avisar que já tomou todas providências para o enterro de Hailey e que marcou para amanhã as 8 da manhã no cemitério central da cidade, ficamos mais um tempo conversando até que ele encerra a ligação, fico um tempo pensando em todas as coisas que aconteceram em minha vida, me dá uma vontade louca de ligar para Ene e saber como ela está escutar sua voz depois de todos esses meses.

Numa atitude impulsiva eu acabo ligando para ela, o telefone toca e eu quase desisto da ligação, quando estava quase desligando ouço sua voz do outro lado da linha.

- Alo? - Ouço sua voz que está meio rouca, acho que ela estava dormindo.

- Oie, não vai falar nada não? Vou desligar. - Ela fala nervosa com o meu silêncio.

- Ene sou eu.

- Martin?

- Eu mesmo, eu queria ouvir sua voz, me desculpar.

- Eu não quero saber Martin, eu não quero ouvir sua voz e não quero suas desculpas.

- Ene por favor, me deixe explicar tudo o que aconteceu.

- Não, Martin, seu tempo de se explicar já acabou, passar bem. - Ela encerra a ligação me deixando mais arrasado do que eu já estava.

Eu não devia ter ligado para ela, foi uma escolha muito ruim e infeliz ainda mais no momento que estou vivendo agora, vou esperar um pouco e quem sabe quando eu voltar a Nova York ela possa me dar uma chance de me explicar.

Eu mal consegui dormir durante a noite, na manhã seguinte quando acordei tomei meu café em silêncio enquanto minha mãe e Cristian organizava as coisas, às 7 saímos de casa para o enterro de Hailey não tinha muitas pessoas no local apenas os amigos que ela fez ao longo dos anos.

O enterro foi muito triste para mim, eu não poderia deixar de chorar pela mulher que me deu o maior presente da minha vida, só lamento por ela ter partido dessa forma sem ter a chance de conhecer nosso pequeno Adam.

Os meses seguintes foram tranquilos, a cada dia que passa meu filho fica mais forte e saudável, depois do enterro minha mãe passou duas semanas comigo e logo ela voltaria para ficar um pouco mais com o neto, amanhã é o dia que levarei Adam para Nova York e farei uma surpresa para minha mãe ela não sabe que estou voltando decidir fazer uma surpresa para ela.

Londres não é mais para mim, conversei com Max e já acertamos tudo para minha transferência definitiva para Nova York, de malas prontas e com meu filho de um ano muito bem arrumado me despeço de tudo e vamos para o aeroporto, depois de horas de viagem e Adam um pouco chatinho por causa de sua primeira viagem chegamos na casa da minha mãe.

Ao que parece está acontecendo uma festa no lugar, ouço uma música um pouco mais alta e vozes de pessoas vindas de seu apartamento abro a porta com certa dificuldade e entro no apartamento, a cena em minha frente faz meu coração disparar e meus olhos se encherem de lágrimas.

Inocente fui eu achando que iria voltar e encontrar as coisas do mesmo jeito que havia deixado, mais de um ano e meio haviam se passado e com certeza ela iria seguir em frente com sua vida, ainda mais depois de tudo que eu fiz ela passar.

Indo embora sem lhe dar ao menos uma explicação, mas apesar de tudo eu ainda tinha algumas esperanças de ter ela de volta em minha vida, algumas pessoas que estavam ali me reconhecem e começam a falar.

O homem está ajoelhado na frente de Ene segurando uma caixinha com uma aliança, enquanto ela chora de emoção, da onde estou ela não consegue me ver mas eu a vejo e ouço perfeitamente, tento me aproximar e chamar a atenção dela só que é tarde demais, pois ela diz o que eu não queria que ela dissesse.

- Sim, eu aceito me casar com você!

E nesse momento eu sei que a perdi pra sempre, quando ele se levanta para colocar a aliança em seu dedo nossos olhos se encontram e seu sorriso vai morrendo aos poucos... 

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