Never be Alone (KTH + JJK)

Você nunca estará sozinho

Olá, eu sou a Carou e é a primeira oneshot que posto aqui. Antes da leitura, tenho alguns avisos e agradecimentos importantes.

Essa história é um drama com uma pitada de angst, e bastante romance poético. Se vocês não curtem esse tipo de temática, apenas não leiam. Aviso de antemão que não é porque um dos personagens está morto, que não há "final feliz". E sim, quem narra é o Taehyung, portanto considerem essa uma história póstuma (cuidado Machado de Assis).

Eu ainda estou pensando se vou transformá-la em uma twoshot, porque tenho planos para mais um capítulo, mas por favor não me cobrem.

Eu quero agradecer à Bea pela capa linda e maravilhosa que ficou arquivada por meses porque eu simplesmente desisti dessa história, mas tive um surto criativo e resolvi revivê-la. Aliás, toda minha gratidão à Lulu que foi quem me incentivou a voltar a escrever essa história.

Esse plot foi pensado, inicialmente pela minha soulmate e eu prometi que escreveria. A coitada esperou uns 5 meses por isso mas promessa é dívida, então eu não poderia deixar de dedicá-la a você. Muito obrigada por ter pensado nessa história linda, por ter me incentivado e feito a betagem, seus surtos em forma de áudio só me motivaram mais. Espero que goste desse presente (muito) atrasado e que se recorde dessa história com carinho. Te amo, Gaby.

Uma boa leitura a todes!

"Não tenha pena dos mortos, Harry. Tenha pena dos vivos, e acima de tudo, daqueles que vivem sem amor " — Alvo Dumbledore 

Aqui está você, mais uma vez. E assim como em todas as outras vezes, você está com os ombros curvados, o narizinho vermelho e as bochechas ruborizadas. Você carrega um vazio cada vez mais sufocante no olhar, eu vejo uma escuridão que ultrapassa a negritude das suas íris, sei que chorou o caminho todo até chegar aqui, você é transparente por mais que tenha tentado limpar as lágrimas. Mais uma vez, você tem olheiras fundas. Você sequer dormiu? Quantos pesadelos teve? Provavelmente você cogitou não vir, você pensou em se privar de reviver tudo aquilo, mas aqui está você.

Você está parado na minha frente, para ser sincero acho que parte de você parou há quatro anos. Queria poder dizer que você está lindo, que se transformou no homem charmoso que eu sempre soube que seria. Eu sempre amei te admirar, mas detesto te ver desse jeito. Ao mesmo tempo não posso exigir de você um sorriso, porque sei o quanto te destrói vir até a mim. Estou vendo as lágrimas se formarem no cantinho dos seus olhos mais uma vez, elas escorrem finas pelo seu rosto e você funga baixinho, apertando, com um pouco mais de força, o buquê que trouxe consigo. Tulipas amarelas são as minhas favoritas, você sempre acerta.

Então você se ajoelha, eu vejo que seu corpo despenca como se não houvesse um chão para te segurar. Seus batimentos estão falhados, ora acelerados, ora quase escassos. Você estica a mão trêmula e passa a ponta do indicador pelo meu nome em relevo no mármore gelado à sua frente. De alguma forma você ainda busca me tocar, eu queria tanto sentir o seu toque, o calor do seu corpo, não há um dia que eu não pense nisso. Mas percebo que esse ato foi o suficiente para te quebrar. Eu te ouço chorar, alto, com força, seus soluços vêm do fundo e machucam seus pulmões, sei que você chegou no seu limite e não consegue mais conter as lágrimas. O que eu não daria para poder limpá-las agora. O que eu não daria só para poder te dizer que odeio te ver chorar assim, odeio te ver destruído dessa forma. Me desculpa, Jungkook.

...

— E aí? Gostou da sua festa? — Jungkook me abraça de surpresa enquanto eu comia mais um pedaço de bolo apoiado na sacada, admirando a pouca luz da madrugada.