— Você tem certeza disso?
A voz de Louis estava trêmula, mas continuava rouca como sempre. Os olhos verdes estavam tentando cravar sua atenção em qualquer outra coisa que não fosse no tom azul que tanto amava nos olhos de Louis.
— Tenho — respondeu firme, embora o som tenha saído baixo e rápido.
Harry sabia que tinha que terminar com aquilo o mais rápido possível. O mais novo sabia que se demonstrasse qualquer tipo de incerteza, ele iria acordar nos braços tatuados do outro, e esse não era o seu objetivo, por mais que fosse o seu maior desejo.
— Tudo bem. — Louis o olhou alto.
— Não faça isso. — Harry implorou baixo. — Não me olhe como se duvidasse da minha decisão, como se eu fosse correr para você daqui duas semanas, porque eu não vou.
As palavras simples pesaram no peito do mais velho, mas o seu orgulho se recusava a acreditar que aquela decisão teria algum futuro duradouro. Os dois se amavam, e o amor vence tudo, não é?
Errado!
Louis sabia que o amor não conseguia sozinho sustentar um relacionamento, ainda mais um tão turbulento quanto o que tinha com Harry. Contudo, mais uma vez, seu orgulho criou uma muralha de crenças arrogantes, que giravam em torno de ter o maior ao seu lado em poucos dias novamente.
Harry caminhou até a mesinha próxima a porta, e depositou lá uma chave.
— Eu não vou precisar mais disso.
Talvez ali, uma por uma das células do corpo do mais velho tenha parado, por um segundo, de produzir energia o seu corpo. Um formigamento incomum subiu por sua barriga, algo ruim. Sua cabeça se tornou mais pesada, sua visão ficou embaçada, e em sua boca algo estranho estava em sua língua, algo amargo.
Aquela era a chave de Harry da casa que compraram, quando ambos não tinham a menor noção da proporção que aquilo teria.
Entretanto, mesmo tendo as mais fortes evidências de que aquela era uma decisão séria, o seu olhar não mudou. Os braços dele continuavam cruzados, numa posição imponente. Aquele era Louis William Tomlinsom, um grande orgulhoso filho da puta, como Harry costumava chamá-lo em suas brigas.
— Por quê? — Harry finalmente o olhou, mediante a essa pergunta. — Você disse que me amava.
— E amo. — O maior balançou a cabeça. Seu rosto estava vermelho e inchado, grandes olheiras contornavam seus olhos. O verde de suas íris pareciam tão desbotados, e Louis se amaldiçoou por ser o responsável por aquilo. — Amo mais do que já amei qualquer pessoa, e duvido que irei amar alguém desse jeito.
Uma risada amarga saiu da garganta de Harry. Ele queria secar o rosto, mas não o fez. Era necessário que Louis visse o estado em que se encontrava, a bagunça onde estava depositado, a angústia que sentia, a dor que o assolava, a desolação que o perseguia.
— Mas eu não consigo mais. — E naquele momento ele desabou. Chorou até soluçar. Seu peito doía. Uma dor que estava o consumindo há anos, mas parecia mais forte naquele momento. — Então estou tomando a decisão certa. Estou sendo forte por nós dois.
Agora fora a vez de Louis soltar sua risada sarcástica.
— Não venha me dizer que está fazendo a coisa certa — disse ácido. — Eu sou orgulhoso, e você é a porra de um egoísta arrogante!
Harry se encolheu e sentiu a garganta secar. Ele sabia que Louis estava certo.
— Quer saber? — A voz do mais velho estava recheada de raiva. — Você está certo. Isso jamais teria um futuro bom. Nós… acabou.
Harry permaneceu estático.
Aquilo era o que ele queria, certo? Havia se preparado durante semanas para aquela conversa, e finalmente teve a resposta que queria do mais velho.
Mas então por que a dor em seu peito pareceu aumentar exponencialmente?
— Não era isso o que você queria?
O mundo parecia estar girando em câmera lenta. A respiração do maior havia parado, e ele jurava que conseguia ouvir as batidas frenéticas do seu coração, desesperadamente tentando manter o corpo. Ele já não conseguia ver nitidamente, pois as lágrimas caíam incessantemente.
Trinta segundos.
Harry levou trinta segundos inteiros para balançar a cabeça.
Tentou, inutilmente, secar o rosto. Olhou para as íris azuis de Louis e sorriu.
— Não é o que eu queria. — A voz saiu rouca por causa do choro. Louis franziu a testa. — Mas é o que eu preciso.
O menor o olhou indignado. Como um furacão, ele saiu transtornado do quarto daquele hotel, sem nem mesmo se despedir. Apenas passou friamente por Harry, trombou os olhos nele e fechou a porta com força.
Harry respirou fundo e ergueu a cabeça para cima.
Estava feito.
Sem conseguir ficar mais um segundo naquele cômodo, ele também saiu. Acionou o elevador, chegou na recepção e nem se deu o trabalho de cumprimentar a mulher que estava atrás do balcão. Saiu do edifício e olhou para a cidade.
Pela primeira vez desde que pusera seus pés ali, Nova Iorque parecia triste e sem graça.
| ••• |
Olá, gente!!
Então, essa fanfic faz parte do projeto Cabin's Taylor, organizado pelos blogs Wonderful Designs e Weekly Works. Como o próprio nome da história já indica, essa fanfic foi baseada na música It's Time To Go da Taylor Swift, então se trata de uma songfic.A capa e o banner foram feitos pela anesthesie lá no blog Wonderful Designs, queria agradecê-la de coração por tudo <3.
Mas e aí, o que vocês acharam? Comentem e votem. Vou amar responder e interagir com vocês <3.
Beijos e até a próxima.
VOCÊ ESTÁ LENDO
It's Time To Go
Historical FictionAquela era, sem sombra de dúvidas, a mais dolorosa decisão que Harry teria que tomar. Seu coração batia desesperado, tentando fazer com que seu cérebro mudasse de ideia, mas a sua decisão já havia sido tomada. E o fato de doer tanto não seria apenas...