Naruto e Hinata - Vida de Casados

O Ciumento - Desafios da Maternidade

― Naruto-kun?

― Hummmm.... - Murmurava deitado na cama.

― Querido, você precisa levantar. Vai perder a hora.

― Não querooo, dattebayo! Tá tão gostoso aqui, Hina... - Disse se aconchegando nos lençóis.

― Mas você combinou com o Shikamaru de ir agora pela manhã para ter a tarde livre. - Argumentava com a voz meiga de sempre.

― Venha aqui. - Falou puxando a esposa para debaixo do cobertor enquanto ela protestava.

― Naruto-kun! As crianças vão acordar!

― Não tem problema...Fique aqui comigo, por favorrrr... - Pediu, se aninhando no pescoço da esposa.

― Não faz isso, Naruto... - Disse, abafando uma risadinha provocada pelos carinhos do marido, por baixo do grosso cobertor. 

― Você gosta disso? - A questionou maroto, envolvendo as coxas torneadas da esposa com ambas as mãos e a levando para o centro da cama de casal. 

― Você .... vai perder....a hora... - Dizia entrecortadamente à medida que se entregava aos ímpetos do marido.

― Hey! O que tá acontecendo aqui? Dattebasa! Saia de perto da mamãe! - O menino gritou ao abrir a porta bruscamente.

― Aiii droga! - Falou se jogando para o lado e deixando a esposa passar.

― O que ele tá fazendo com você? Já não basta ele ter lhe carregado daquela forma ontem? - Fala irritado.

― Boruto! - Repreendeu a mãe.

― An? O que houve, tebayo? Por que está falando assim, Boruto? - Perguntou à medida que vestia a camisa.

― Deixe-me conversar com ele, Naruto-kun! Se arrume e desça também. - Falou, saindo com o filho e fechando o quarto atrás de si.

― Querido...o que houve?

― Eu não gosto quando ele fica lhe tocando, tebasa! Quando ele tá em casa, não desgruda de você!

― Pensei que gostava quando seu pai vinha para casa.

― Gostava. Mas agora não gosto mais. - Disse emburrado.

― Mas você sempre o viu fazer isso, o que lhe fez mudar?

― Queria que ele fosse como o pai da Sarada. O tio Sasuke não fica todo meloso com a tia Sakura e nem fica lhe fazendo passar vergonha pegando ela pelo colo como o papai faz! Ele está me envergonhando!

― Boruto! - Hinata exclamou surpresa. 

Será que o filho estaria entrando na adolescência tão precocemente? Não estava preparada para lidar com aquilo tão cedo. O fato de ter o pai mais distante no último ano poderia ter contribuído para aquilo? Ela queria encontrar respostas antes de poder lidar com aquela situação. Talvez teria que procurar ajuda de algum profissional que a direcionasse corretamente. 

― Boruto? Falou o pai, descendo a escada, depois de ter apenas lavado o rosto. 

 O menino permaneceu amuado e sequer descruzou os braços para falar com o pai. Naruto olhou para a esposa tentando compreender a situação e depois, agachando-se para ficar da altura do filho, prosseguiu:

― Você está zangado comigo, filho? Me conte o motivo, que eu farei de tudo para corrigir isso. Hum? Que tal?

― Eu não quero conversar! - Falou, com as bochechas inchadas e fazendo bico.

― Ahaha! Desculpa, então. - Sorriu para o menino enérgico, que o lembrava mais a si do que qualquer outra pessoa no universo, e levantou-se antes de prosseguir:

― Bom, então eu vou tomar meu café...com a sua mãe. - Dizia, se aproximando de Hinata.

― Não! - Correu o menino e agarrou-se à mãe antes que o pai se aproximasse ainda mais. 

Naruto riu da determinação do filho e desistiu de provocá-lo antes de saber ao certo o que estava se passando. Sentou-se à mesa e em poucos minutos, Himawari aparece aos pés da escada, coçando os olhinhos para afastar o sono e arrastando o coelhinho rosa pelo chão.

― Bom dia, meu amor! - Falou, pegando-a no colo. 

A menina deitou-se no ombro do pai e Naruto pode sentir pela primeira vez, o medo de perder aquela outra em alguns anos. "Por que vocês têm que crescer, hein? Poderiam ficar pequenos assim pelo resto da vida!", pensou. 

― Boruto, você quer ir comigo para o escritório? Volto cedo para casa hoje. - Perguntou, ao final do café da manhã, vendo que a raiva do filho já se dissipara.

― Sério? Pro escritório do papai? - Falou com os grandes olhos brilhando momentaneamente, antes de se lembrar que estava chateado com o pai. - Ahh...não. Não quero ir. Obrigada.

― Nós marcamos de sair com o Sasuke e a Sarada, Naruto-kun. Vamos levá-los para treinar juntos. Não lembra-se?

― Ahhh, aquilo! É verdade, tinha esquecido. - Falou, lembrando-se da estranha amizade nascida horas antes.

― Papai, papai....eu posso ir? 

― Sério? Você não prefere ir com sua mãe para o campo?

― Prefiro ir para o escritório. Lá tem aquelas moças que me dão lápis de cor, papel e massinha também! Posso ir? Posso ir?

― O que você acha, Hina? Ela consegue ficar lá no escritório por uma manhã inteira?

― Sim. Consegue. Vou preparar um lanche e colocar alguns brinquedos. 

― Êeeebaaa! - Gritou Hima, contente por ter conseguido tal façanha. 

― Hina? - Perguntou aproximando-se da esposa.

― Sim?

― O que houve com o Boruto? Ele falou alguma coisa? Ele viu alguma coisa a mais quando estávamos sozinhos?

― Não. Eu não sei. Acho que ele está com ciúmes. 

― Ciúmes? Por que?

― Eu já li sobre isso, sobre filhos que sentem ciúmes da mãe e não querem ver outras pessoas chegando perto delas, mas vamos conversar com a Sakura-chan depois, tá? Ela lida com crianças há muitos anos, então poderá nos orientar, tudo bem? - Dizia, enquanto terminava de lavar a louça concentradamente.

― Certo. Espero que sim... - Concordou a encurralando por trás, deixando a esposa novamente agitada.

Afastou gentilmente os cabelos que cobriam o pescoço da mulher, e beijo toda sua extensão até chegar na orelha. 

― ...por que senão... - Murmurou no seu ouvido, enquanto apertava sua cintura com as duas mãos. Deslizou as mãos por seu corpo e acrescentou, finalmente:

―...eu só lamento por ele.