Symphony

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Olá.

A música da vez é I Hear a Symphony - Cody Fry

Espero que gostem.

Boa leitura!

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Sirius POV

Música.

A forma mais pura de expressão.

Uma confusa mistura de vozes e instrumentos que pode gerar a mais bela melodia, capaz até mesmo de aquecer um coração tão frio quanto as geleiras árticas.

Muitos filósofos gregos antigos acreditavam que a música era algo mágico, e quem possuía esse dom poderia atuar sobre os corpos e espíritos, sobre os animais e sobre a Natureza.

Bom, quem seria eu para dizer se isso estava certo ou errado?

Em toda minha vida, nunca ouvi nem ao menos o som dos pássaros.

Era proibido.

O por quê? Nem eu sabia.

Minha família nunca foi lá muito calorosa ou amorosa. Na verdade eram conservadores e rígidos. Nunca me deixaram ouvir qualquer tipo de música, pois achavam que no momento em que a harmonia penetrasse em meus ouvidos, eu me tornaria uma espécie de animal irracional, me tornaria pior do que, segundo eles, eu já era.

Eles me abominavam por não ser como eles. Tudo que eu queria era ser livre e poder ouvir a bendita música que encheria minha alma de paz. Já eles, queriam que eu estudasse e tivesse uma carreira digna de um Black, atuando no Ministério como uma figura influente assim como meus antepassados.

Antepassados.

Odiava essa palavra, odiava essa tradição, essa linhagem, esse sangue. 

Odiava tudo relacionado a eles.

Odiava tudo relacionado a mim.

Eu não era forte o suficiente para bater de frente com eles. Não era inteligente o suficiente para ser como eles queriam que eu fosse. Não era nada. Nunca fui e nunca serei.

Minha esperança era um dia poder simplesmente desaparecer.

Deixar esse mundo para trás, com suas algemas e prisões. 

Não suportava a ideia de permanecer preso à esse corpo miserável pelo resto de minha existência.

Pode parecer algo insano de se dizer, mas para mim, a morte nunca foi um medo ou um ponto final, e sim uma ânsia, uma libertação, uma melodia.

Costumava dizer que, ao nascer, recebíamos a energia de uma estrela, e ao morrer, a estrela voltava ao céu, muito mais brilhante, pois havia realizado sua tarefa.

Me perguntava como estaria minha estrela. Será que ela estava brilhando aqui dentro? Será que eu devia libertá-la logo? 

Dizem que as almas mais sofredoras eram as que mais brilhavam. 

Soava engraçado, muito engraçado. 

Meu nome é Sirius, devido à estrela Sirius, a mais brilhante do céu noturno. Parecia que fui predestinado a ser um espírito sofredor desde o nascimento.

Bom, seria um sofredor por mais pouco tempo. 

Sempre fui fascinado por sons, qualquer tipo de som. O bater de uma porta, o crepitar do fogo, o uivo dos ventos. 

Os mais simples, porém, os únicos audíveis para mim.

Imaginava qual seria o som do livramento de uma estrela. O momento que as algemas se quebram, que a alma se liberta, que tudo se torna música.

I Hear a SymphonyOnde histórias criam vida. Descubra agora