Prólogo

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7 de maio de 1998

    As memórias surgiam conforme ele caminhava pelas ruas, sua mente se inundava com as memórias de um relógio, uma relíquia com tantos significados. Para muitos um simples acessório de madeira com adornos de prata, mas para ele muito mais. Parado em frente a porta olhando por muitos minutos, a raiva e a tristeza inundavam sua mente. Ele não merecia ser tratado daquela forma por toda a sua vida. Seu punho latejou com um murro que ele desferiu contra a porta, e então outro murro; lágrimas descendo pelo seu rosto uma tempestade de sentimentos dentro de si, foram necessários muitos minutos para que o homem conseguisse se recompor e tentar entrar pela janela do fundo já que a porta da frente estava trancada.
    Com muito esforço ele conseguiu abrir uma das janelas e entrar na casa, uma sequência de memórias o invadiu, o sentimento de tristeza e solidão tomando conta, ele caminhou pela casa procurando o relógio quando sua atenção recaiu para um livro em cima da mesa com uma nota escrito ‘’Para Cornélio Fudge, sobre como os trouxas macularam nosso mundo.’’  O homem pegou o livro e folheou olhando as fórmulas, se o que a teoria estivesse correta aquilo poderia ser uma nova chance, um novo começo, um começo onde ele não seria humilhado.

12 de agosto de 2000

    O Castelo não era tão surpreendente como seu pai relatava, Hogwarts parecia ser apenas mais um castelo qualquer da Escócia. Escondido na floresta ele espreitava observando os alunos a distância, ele só precisava de uma vítima, a necessidade de testar a teoria do livro extrapolava a razão, sucumbia a curiosidade, ou ele tirava a prova ou ele morria, já era a terceira noite que espreitava pela floresta esperando por alguém desavisado que pudesse tentar.
    Após horas espreitando ele notou um rapaz andando em direção a floresta, só precisava de uma oportunidade, com uma pedra na mão ele se escondia nas sombras e se aproximava rapidamente, um deslize e ele estaria morto, mas valia a pena, se conseguisse, sua vida seria totalmente diferente; se ele conseguisse ele teria valor novamente, seu viver teria um novo propósito.
    Com um golpe rápido e certeiro a pedra desceu sobre a cabeça e o jovem caiu inconsciente no chão, o homem não tardou a esperar, ele desenhou o círculo e os símbolos e disse as palavras, faixas azuis saíram do corpo do rapaz e se enrolaram no braço do homem, o corpo do estudante se contorcendo no chão, a sensação de magia subindo pelo corpo dele, uma sensação tão prazerosa, era como se ele estive sendo banhado pela luz do sol pela primeira vez.
    Quando acabou e a sensação passou, ele ainda sentia a magia correndo dentro de si. O corpo do garoto morto na sua frente deveria lhe trazer desconforto e medo, mas o que ele representava era um novo começo, um novo ponto de início e dessa vez ele começaria não como um lixo para ser humilhado, mas um começo onde ele seria respeitado pelos outros e tratado como igual, ele não seria submetido a vergonha nunca mais.

25 de janeiro 2021

    Vinte e um anos depois da primeira morte, já tinham sido quatro bruxos no total, seu poder pulsava dentro de si, ele sentia a magia vibrando com uma música contra seus ossos, era como uma sinfonia que somente ele podia ouvir, seu corpo vibrava com a comemoração de que sua vingança seria finalmente posta em plano, dessa vez ninguém poderia impedi-lo, depois desse dia seu corpo encontraria paz, ele poderia se acalmar e viver normalmente sem ter que matar mais ninguém, ele só precisava garantir que essa escória fosse retirada do mundo.
O som dos passos ecoando através daquela rua, o frio tornando seus membros rígidos por baixo daquelas roupas finas, seu sangue pulsando com magia e fúria, a rua tão familiar e tão estranha, um sentimento de fúria e tristeza crescente em seu peito, ele caminhava tranquilamente com seu rosto coberto, seus olhos queimando com determinação, o sentimento de vingança era sua única na sua visão, parado em frente a porta sua respiração descontrolada, a visão da madeira e sua respiração na sua frente, um lampejo de dúvida sendo devorado pelo ódio:
    -- Alohomora – a porta se abriu lentamente diante de seus olhos.
    A visão da casa fez seu sangue ferve, caminhou pela casa silenciosamente procurando seu alvo, não precisou de muita procura só o cheiro repulsivo de naftalina misturado com o doce cheiro da magia, ela estava sentada em uma poltrona rosa bebericando de uma xícara de chá, sua expressão de sapo engomado foi impagável quando entrou em choque ao ver o rosto de seu visitante indesejado:
    -- Você – Umbridge cuspiu com nojo.
    Antes que ela pudesse completar algo ele moveu sua mão e falou:
    -- Petrifico totalus – ele observou a expressão de pavor quando o corpo dela se petrificou e seus movimentos pararam por completo – Por anos eu desejei isso, por anos eu esperei por justiça e agora você vai sofrer e pagar por seus crimes.
    Ele pegou o livro de dentro da sua bolsa, e começou a desenhar um círculo em torno do corpo paralisado de Umbridge, que fazia barulhos em desespero, seguindo delicadamente os símbolos e entoando as palavras garantindo que tudo estivesse dentro dos conformes, o homem observou a agonia nos olhos dela enquanto faixas azuis e bruxuleantes saíam de dentro dela e adentravam o corpo dele, a sensação pulsante da magia, o poder crescendo dentro de si, observou enquanto o brilho da vida nos olhos dela se apagavam lentamente conforme a última parte da essência mágica era drenada de seu corpo.
    A sensação de poder e realização tomaram conta de seu ser, agora sua vingança estava realizada, seu motivo de ódio jazia morto e seco em sua frente, porém sua raiva não diminuía, não conseguia encontrar a paz que tanto desejara, a única coisa que encontrara era a fúria que crescia dentro de seu peito queimando como brasa consumindo madeira seca, talvez ela não fosse o suficiente, talvez todos tivessem que perecer, talvez todos devessem ser levados a justiça.

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⏰ Última atualização: Aug 12, 2021 ⏰

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