Capítulo único

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Notas iniciais: Olá!! Esta fic é uma adaptação de minha fic Constelações (angst sasuneji, endgame narusasu). Ela é ANGST, aqui tem apenas sofrimento e dor, quiser algo fofo volte no meu perfil e cheque trabalhos mais antigos kkkkk. Bem vinde à choradeira <3



Eu te amava.

Eu sempre amei. Desde a primeira vez que te vi sorrindo, coisa que você não faz muito. E agora eu sei por quê: teu sorriso é precioso demais pra você mostrar a qualquer um.

Naquele dia, você estava de preto, o que não era raro. O sol se escondia atrás de algumas nuvens no céu, mas não choveu, e isso também era comum. A única coisa especial naquele dia foi seu sorriso. Em várias partes do mundo pessoas nasceram e morreram, eu apenas fui às aulas, treinei para me tornar um herói, e voltei para o dormitório — e você também fez o mesmo — , as aulas foram comuns, estávamos com os amigos de sempre. Foi tudo a mesma coisa de sempre, ou deveria ter sido. Se você não tivesse sorrido, Bakugou.

Os olhos carmim transmitiam paz e eu simplesmente não pude deixar de encarar, até você voltar ao normal, parar de sorrir e me dar uma patada. Como sempre fazia comigo, como fazia com todo mundo, mas nada ia mudar o que já havia acontecido. Eu me apaixonei perdidamente por você.

Você nunca disse que gostava de mim.

"Gostar é uma palavra forte demais", você dizia.

Mas você também dizia que eu era suportável, e isso era o mais perto de um elogio que qualquer pessoa do nosso grupo já havia chegado. Eu me senti especial. Você dizia que era aceitável estar comigo, porque eu não te enchia o saco. Sua cara dizer isso.

Você também dizia que meus olhos, iguais aos seus, eram legais. Egocêntrico.

Você também é muito legal, Katsuki, tão fodidamente legal e másculo, com seus olhos vermelhos e malditamente gostoso e inteligente e o rosto perfeito. Até sua personalidade de merda é legal.

Mas seu sorriso, Bakugou, seu sorriso não é legal. Ele fodeu com a minha vida.

Uma vez, em seu quarto, apenas esperando o resto dos garotos chegarem para uma "noite do pijama" — que os garotos não gostavam de chamar de noite do pijama porque "é coisa de menina", contudo é exatamente o que era — você perguntou se eu era gay e eu respondi que era bi. Então você me disse que estava confuso e queria me beijar para ter certeza eu deixei, claro que eu deixei, você estava me olhando com aqueles olhos e chegando perto de mim com aquela boca, então como eu diria não?

Contudo, Katsuki, você não parecia nem um pouco confuso enquanto me fodia na sua cama, rápido, forte, com pressa e medo que os outros chegassem e nos pegassem ali.

Ah, Bakugou, você gemia meu nome tão baixinho, no meu ouvido, beijando meu pescoço, com tanto desejo. Era tão bom...

Não foi a única vez que algo assim aconteceu. Fizemos muitas e muitas vezes. Em vários lugares. E eu sempre dizia que seria a última vez, porque aquilo fodia demais comigo e eu estava quebrado demais e não podia culpar você. Você nem sabia.

Mas a questão é que no céu da sua boca eu virava estrela. Eu me sentia brilhar e explodir quando nossas linguas se tocavam, e era tão bom.

Entretanto, eu era só mais uma estrela dentre as várias constelações que queriam estar na sua boca. Eu nunca fui o único a te desejar, a te querer. Era fácil ver isso no olhar dos colegas de classe, na escola, na rua. Eu me orgulhava por ser o único que você beijava, que você tocava, que escutava seus gemidos roucos. Mas mesmo isso não foi suficiente. Ter seu corpo nunca significou ter seu coração, pois lá só cabia você mesmo e seu sonho. Nunca romance, apenas uma amizade. Talvez fosse minha culpa por nunca te parar, nunca contar dos meus sentimentos. Como te culpar por me tratar como apenas sexo se eu sempre te deixei me tratar assim? Se nunca contei que o que sentia era bem diferente de amizade?

E agora, você acabou tudo comigo. Tudo. Mesmo de nossa amizade só restam migalhas.

— Eu vou para os EUA! Uma agência estadunidense me notou e tenho um contrato garantido lá. Eijirou, eu vou realizar meu sonho!

E então você sorriu.

O mesmo sorriso pelo qual me apaixonei. Desta vez eu o odiei.

Você foi embora tão rápido. Eu mal pisquei e já tinha te perdido...

De repente, não conversávamos mais para nada, você estava sempre ocupado. Eu via apenas as notícias, as fotos, as reportagens sobre você. Como uma garotinha acompanhando seu ídolo à distância.

Teria sido melhor contar tudo e correr o risco de perdê-lo? Eu o perdi de todo jeito, afinal, não perdi?

Todas as noites minha mente é um ciclo eterno de 'e se', 'e se','e se','e se','e se','e se',...

Não que minhas dúvidas importem.

Nada vai mudar o que eu estou passando.

Eu vou continuar sofrendo e chorando sozinho, quando ninguém estiver vendo, e na frente de todos permanecer feliz, sorridente e brincalhão, o Kirishima de sempre. Red Riot, o herói masculo. Porque não me resta mais nada a fazer do que isso, não há mais nada para mim.

Não sou mais uma estrela no teu céu cheio de constelações. Não sou mais sequer uma estrela. Eu morri e, como as pessoas da Terra que só descobrem que uma estrela sumiu milhares de anos depois, você não notou, nem vai notar. 

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