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Ruggero

— Tua mulher deve ser boa mesmo. Onde já se viu se enforcar duas vezes com a
mesma? — mike  comenta me olhando torto.
Desvio a atenção de Beni, que está em meu colo, e volto-me para mike , Agustín e
Matheus que estão à minha volta. Meus padrinhos.
Sim, acabei de me casar novamente e, sim, com karol . Na verdade, não é
casamento. Foi apenas uma cerimônia simbólica. Agora toda a família está presente, e
não existe falsidade por trás dos nossos votos.
***
Duas semanas atrás eu a surpreendi com o pedido. Foi pela manhã. Mike  me deu a
ideia de levar café na cama para ela, disse que valu tinha gostado muito quando ele fez
isso. Diferente de mike, eu sei fazer umas manobras na cozinha e fiz um café bom.
Comprei outro par de alianças, bem mais caras, mandei gravar nas duas: “Propriedade de
Ruggero ” na dela, e “Propriedade de karol ” na minha. Também preparei outras surpresas
para ela, entrei no quarto e a acordei. Karol  tem sono leve, um toque e ela já levanta a
cabeça alarmada.
— O que é isso, Ruggero ? — ela perguntou tensa olhando rápido para a bandeja em
minhas mãos e voltando a encarar meus olhos.
— Café na cama. Sente-se.
Ela se arrastou e recostou na cabeceira. Ajeitou os cabelos e me olhou intrigada.
— Aconteceu alguma coisa? Fez algo errado e quer ter crédito comigo?
— Não. — Dei uma risada. — Pare de ser desconfiada. Eu só preparei um café para
minha mulher em um domingo de manhã.
— Beni está bem?
— Está ótimo e dormindo — tentei acalmá-la, peguei as xícaras, servi café e dei uma
a ela.
Karol  recebeu o café, ainda temerosa, olhou ao redor, olhou de relance para mim e
provou o café.
— Bom?
— Ótimo — ela afirma. — Você sabe fazer café melhor do que eu — Karol  elogia e
toma mais um gole.
— Também sou fera no bolo — digo e corto o bolo que fiz. Sirvo um pedaço para ela.

— Só não coloquei a cobertura que você tanto adora, porque isso eu não sei fazer.
— Está ótimo. — Karol  morde o bolo.
Tenta não demonstrar, mas era nítido a desconfiança dela. Karol  colocou a xícara
de volta na bandeja e respirou fundo, me olhando.
— Conte logo. A curiosidade não está me deixando nem saborear o café. Estou com
taquicardia.
Foi impossível segurar a risada. Karol  começou a ficar assim, desconfiada, depois
de todo mundo ter feito ela de tola.
Me curvei para frente, dei um beijo nos lábios dela, peguei algo no cabeceira e a
entreguei. Karol  recebeu o papel, leu e olhou em dúvida para mim.
— O que é isso?
— Te inscrevi no processo seletivo de três faculdades aqui no Rio. Vai fazer vestibular
para Letras — anunciei a boa-nova.
— Como assim? — Karol  volta a ler o papel.
Me ajeito na cama para começar a explicar meus planos
— Você me disse que sempre sonhou em fazer uma faculdade e um dia se tornar
escritora, lembra?
Maravilhada, com um sorriso começando a estampar seu rosto, ela tornou a levantar
o rosto para mim.
— Ruggero, eu vou pra faculdade? — pergunta e imediatamente ajeita os cabelos e toca
o rosto. — Não estou muito velha?
— Lógico que não, meu amor. Você tem só vinte e cinco anos. E fique tranquila,
preocupe-se em estudar e escrever uma boa história. Conheço vários editores aqui no
Brasil, publicar não será problema.
— Meu Deus! — ela exclamou e se agarrou no meu pescoço, me abraçando e
beijando loucamente meu rosto, queixo e boca. — Obrigada, obrigada. Te amo.
Me desvencilhei devagar do abraço dela. Dei um último beijo em seus lábios dela,
ajeitei os cabelos e falei:
— Mas só poderá começar a se empenhar quando voltarmos de viagem.
— Viagem? — eufórica, ela grita. — Vamos para onde? São suas férias?
Peguei mais uma coisa no criado-mudo, ela acompanha meu movimento e olha para
minhas mãos. Entrego a ela.
— Vamos para Roma. Daqui a duas semanas.
De olhos arregalados, ela olha as passagens na mão e, com os olhos lacrimejantes, volta a olhar para mim.
— Ruggero … por que você… não precisa…
— Claro que precisa. — Abracei-a e, com o rosto dela na curva do meu ombro, falei:
— Sou seu marido, kah . Meu dever é realizar todos os sonhos que você não conseguiu
sozinha. Nem fodendo vou deixar minha mulher viver frustrada.
Ela me empurrou levemente.
— Não estou frustrada. Estou feliz, sou muito feliz.
Passo a mão no rosto dela e limpo a única lágrima que começa a escorrer.
— Eu sei, mas convenhamos que é bem maneira essa viagem, não é?
— Sim. Muito — ela concorda. — Daqui a duas semanas?
— É. Depois do nosso casamento — falei no mesmo momento em que dei uma
piscadinha sacana.
Sem entender, ela me olha boquiaberta.
— Oi?
Desci da cama, peguei a caixinha com as alianças e me ajoelhei perto da cama.
— kah , eu não sou o gênio da lâmpada, mas posso realizar seus desejos que estão
ao meu alcance. Jamais vou viver com você tendo só aquele casamento em Angra como
nossa base. Lembra quando me disse que sonha com um casamento simples em frente ao
mar?
Ela não responde. Está com as mãos na boca e lágrimas nos olhos. Abri a caixinha
das alianças.
— Vamos reafirmar nossos votos, agora tendo nosso amor como base, com todos
nossos amigos e familiares presentes. Quer mais uma vez ser minha esposa?
Karol  me puxou meio sem jeito, pegando no meu braço e nos cabelos, e me
agarrou em um abraço apertado.
— Eu diria “sim” cem vezes, Ruggero. Ainda mais quando está tão lindo só de cueca.
Quem resiste?
Dei uma gargalhada, mas foi por pouco tempo. Ela tapou minha boca com um beijo
quente. Rapidamente as mãos dela serpentearam pelo meu corpo e ela agarrou com força
minha cueca. Essa é a melhor maneira de dizer “sim” a um cara.
***
Duas semanas depois tivemos uma bela cerimônia. Foi perfeito. Dessa vez nos
casamos na praia pela manhã. O clima estava agradável, e o dia, bonito. Havia nuvens e,
às nove horas da manhã, quando dissemos “sim” mais uma vez, o sol estava escondido, mas havia raios banhando o lugar.
Dessa vez, eu senti que estava me casando de verdade. Não só por causa da minha
mãe emocionada na primeira fila com Beni no colo, não só por meu irmão e meu melhor
amigo ao meu lado sendo padrinhos, mas porque agora eu a vejo como a mulher com
quem quero passar a vida desejando e amando, e ela sente o mesmo por mim. Sem
mentiras, sem planejamentos.
Foi em Angra, perto da casa que era de karol . Ela quer vender o lugar, mas eu
quero reformá-la e transformar em uma casa de praia para a gente descansar nas férias
ou nos finais de semana. Karol  me disse que seria muita cara de pau, já que Renato vai
ser nosso vizinho quando sair da cadeia.
Isso mesmo, Renato também está preso. Conto tudo depois. No momento, eu quero
apenas ser esse tolão que está curtindo muito tudo isso. Tenho um milhão de planos na
cabeça e, em todos eles, essa mulher, que agora tem orgulho em dizer que se chama
Karol pasquarelli, está presente.
Nesse momento, ela está ali sorrindo de orelha a orelha, tirando foto com as
guerrilheiras dela, também conhecidas como madrinhas. As três que serão capazes de
entrar em qualquer guerra com karol  só para vencer um homem; no caso, eu. Sei que
elas farão mais do que isso pela minha esposa, como valu fez ajudando nos planos que
terminaram com a prisão de Carolina . Dou de ombros. Eu também sou capaz de entrar em
qualquer guerra por causa desses folgados aqui comigo.
— O cara tá se achando, olha como fica sorrindo. Só porque se casou — mike fala, e
eu volto a atenção para eles. Bernardo se sacode nos meus braços querendo descer.
Sento-o na mesa e olho para mike .
— Pois é. Passei na sua frente duas vezes. Casei primeiro, apesar do seu casamento
com candelária, e tive um filho primeiro. Meu garotão aqui é o primeiro na fila para herdar tudo
da AMB.
— Oh, maluco, acorde do sonho. — Agustín bate na mesa para chamar minha atenção.
— Olha lá a barriga daquela mulher. — Ele aponta para Júlia e prossegue — Tenho um
herdeiro ali também.
Mike  dá de ombros.
— Esse tipo de vantagem eu nem me importo — fala insolentemente. Saibam que
quando o meu chegar, ele será o único herdeiro duplo. Afinal herdará dos Assumpção e
dos pasquarelli Só chupem essa.
— Cara, você é muito tosco. Só você ainda não firmou compromisso com a valu —  Agustín reclama para mike . — Nem tem direito de cantar vantagem de nada.
— Nem tanto. Olha só. — Meu irmão tira uma caixinha do bolso e mostra para a
gente.
É um anel.
— Eu só não estou enlouquecido embuchando mulher por aí, mas vou aproveitar o
clima de casamento e fazer o pedido a valu. Ela já é minha, só falta passar para o meu
nome.
Todos nós rimos.
— Shhh, esconda isso — Matheus alerta. — Olha a galera do mal se aproximando.
Olho de lado e vejo a noiva vindo feliz acompanhada das madrinhas. Elas
praticamente nos expulsaram lá da frente porque queriam tirar foto só das meninas. Elas
nos olham com os olhos semicerrados. Sempre que nos veem juntos ficam desconfiadas.
Cada uma fica em pé ao lado de seu respectivo parceiro. Eu estou sentado mantendo
Bernardo sentado em cima da mesa. Karol senta na única cadeira vazia que está ao
meu lado.
— Meu Deus! Que desastre é esse? — Karol grita horrorizada tentando limpar a
bagunça que Bernardo está fazendo na mesa. — Por que deixou ele fazer isso? —
pergunta para mim sem me olhar.
— Que bom que devolveu minha esposa, valu — eu digo , que faz cara
de indiferente.
Está mais preocupada em tentar arrumar os cabelos de mike .
— Ela já vai passar a vida te suportando, Ruggero. Precisa ter uns momentos de
descanso — valu alfineta e todos riem.
— Eu digo o mesmo para meu irmão. — Não dou tempo de ela dizer alguma coisa,
mudo de assunto imediatamente. — Vocês dois, quando vão fazer o tal jantar para divulgar
o sexo do bebê? — pergunto a Agustín, que se levantou e fez Júlia se sentar no lugar dele.
Os dois se entreolham e dão risadinhas.
— Logo —  Agustín revela. — Assim que vocês chegarem de viagem. Vão ficar por lá
quanto tempo?
— Uma semana. Não posso me distanciar muito tempo da empresa.
— Boa! O jantar será na casa da minha mãe, porque eu não estou com saco para
aguentar a família da Júlia.
— Agustín! — Júlia dá um tapa nele.
— Eu preferiria que fosse lá — mike  fala. Todos olhamos para ele, pois sabemos que  lá vem uma gracinha. — Eles te fazem de tolo porque está sozinho, Agustín. Quero ver lidar
com os três executivos mais deliciosos e disputados do momento.
— Disputados por quem? — valu dá um puxão na orelha dele.
— Por vocês, amor. A propósito — Ele se levanta rápido —, afastem-se todos. —
Mike  faz um gesto e fica em pé em frente à mesa.
Valu olha para ele intrigada. Mike  passeia os olhos ao redor e, assim que vê quem
está procurando, faz um sinal e fala:
— Mamãe! Venha aqui um instante.
— mike . — valu, meio lívida, olha ao redor.
As meninas estão igualmente impressionadas.
Mamãe chega e fica ao meu lado. Acabei de me levantar para dar mais visão à valu
do outro lado da mesa. Minha mãe arruma meu terno e volta a olhar para mike .
— O que está aprontando, mike ?
— Quero que faça parte disso — ele diz e pega a caixinha no bolso.
— Não, não, não! — valu começa a resmungar baixinho conforme ele vai abrindo a
caixinha na frente dela.
Júlia, Dani e karol estão de olhinhos brilhantes porque já sabem do que se trata.
— valentina , meu grande e único amor — mike  começa.
— Não… — valu ainda murmura estática.
Ele nem se importa e continua:
— No dia em que fui traído, jurei não colocar uma aliança no dedo de uma mulher
nunca mais.
— Não…
— Mas agora meu juramento é outro: juro que, se não aceitar meu pedido, eu não
vou me sentir culpado em me juntar com esses três e bolar um plano cabeludo para te
fazer minha definitivamente.
— mike , seja mais específico. — Mamãe dá um cutucão nele. — Depressa, antes
que sua pretendente desmaie.
— valu, quer concretizar de vez nossa relação? Fazer tudo isso que o babaca do
Ruggero está fazendo: casa, casamento, planejar viagem de lua de mel, ter pirralhos gritando e
babando no nosso ombro?
Um silêncio toma o ambiente. Todos nós olhamos sem piscar para valu. Ela está
paralisada, branca como fantasma mirando apenas mike à sua frente.
— Claro que nossos rebentos não serão tão malcriados como essa máquina de fazer  bagunça que Ruggero chama de filho. — Ele aponta para Bernardo, que ainda está sentado na
mesa, todo lambuzado de bolo e refrigerante, sem deixar que karol  limpe suas mãos.
— Para de falar rebentos, odeio essa palavra. — Mamãe dá outro cutucão em mike.
O silêncio volta a nos rodear.
— Se quiser do modo difícil é só falar — mike resmunga para ela.
Valu se levanta rápido e vai para perto dele.
— mike , eu achei que nós dois iríamos aproveitar…
— Podemos aproveitar casados.
— Mas você quer filhos…
— E você não quer?
— Não agora.
— Tudo bem. Eu sou homem, querida, nós temos a vantagem de poder gerar filhos
quando quisermos. — Até nessas horas meu irmão fala as perolas dele.
— Idiota. Se me engravidar antes da hora, como Agustín fez com a Júlia, eu acabo com
você. — valu adverte.
— Isso é um sim? — ele pergunta, levantando uma sobrancelha cínica.
— Lógico que é. Ai de você se não tomasse uma providencia logo. — Ela se gruda
em mike aos beijos, e todos nós aplaudimos.
Quando valu se afasta está em lágrimas. Apenas mais uma mulher sendo mulher.
Está vendo como é bem fácil fazer uma mulher subir pelas paredes de tanta felicidade?
— Deixa eu ver esse anel com mais cuidado — ela fala admirando o anel no dedo.
As outras correm para perto para poder ver. Mike fica todo inflado, orgulhoso.
Mamãe vem para nossa frente e, também lacrimejando, fala:
— Deus sabe como eu pedi todas as noites para vocês dois se acertarem na vida.
Estou tão orgulhosa e tenho certeza que seu pai também está, onde quer que esteja, de
ver os homens em que se tornaram. — Ela mantém uma mão acariciando meu rosto e a
outra no de mike. — Agora, eu posso morrer em paz.
— Para com isso, dona Ângela — eu repreendo. — Você ainda vai ao casamento de
Beni.
— É, está gatona. A senhora tem muito mais para ver dessa gangue que está
começando a se formar. — mike  concorda comigo —Nossa família está crescendo.
Ela abraça nós dois, e mike alerta:
— Sem choro. Não quero minha mãe com rosto borrado.
***

Agora, nesse momento, karol e eu já estamos embolados em uma cama de hotel
em Roma. Logo depois do casamento pegamos um voo de doze horas sem escala.
Karol  não queria deixar Bernardo para trás, mas seria cansativo para ele vir em uma
viagem tão longa. Como ele já se acostumou com minha mãe nesse último mês, deixamos
ele aos cuidados dela.
Um longo mês se passou desde a emboscada para prender os três no hotel. O que

aconteceu com eles? Carolina  não está presa, vai responder em liberdade. Sim, acreditem.
R

evoltante, não é? Não houve provas contra ela. A compra da parte da empresa foi
legítima, e ela não ficou como laranja. E não havia provas concretas de que tinha
conhecimento sobre as tramoias de Bernardo e Sérgio.
O próprio Bernardo depôs a favor dela limpando a barra da namorada. Renato
recebeu uma ordem de prisão após eu denunciá-lo e mostrar as fotos dele com Sérgio; vai
responder por ser cúmplice dos crimes do irmão. Bernardo, mesmo sendo réu primário,
sem antecedentes criminais, continua preso, afinal é acusado de matar uma pessoa e se
passar por ela usufruindo de todos os seus bens. Matheus me disse que não leva muita fé
que Bernardo fique preso por muito tempo, pois tem três advogados, e mais dois para
Renato. Sem falar que, no Brasil, as penas costumam ser brandas. Eles não vão passar
por um júri popular, e isso é mais um pontinho a favor. Dependendo da pena que pegarem,
podem conseguir liberdade condicional após mostrarem bom comportamento. Se fosse eu
a decidir, ele passaria o resto da vida preso, já que não morreu naquele maldito acidente.
Carolina  fez uma última ligação para karol , disse que visitou os pais, pediu
desculpas a eles e disse que um dia karol  vai perdoá-la. Karol  apenas ouviu todo
veneno disfarçado de sofrimento e, no final, falou
— Boa sorte, Carolina . Não sou cretina o suficiente para mandar você se foder.
Depois de tudo isso, estamos aqui.
— Meu Deus! Estou acabada — Karol  resmunga se mexendo preguiçosamente na
cama.
Lógico que fizemos um sexo selvagem e muito louco quando colocamos o pé nesse
quarto ontem. Junta isso com o jet lag, e acabamos dormindo mais do que o normal. Não é
de manhã, já são quase duas da tarde.
— Vamos passar o dia na cama? — proponho e me ajeito como uma serpente, me
enrolando mais a ela.
Karol  tenta me empurrar, mas é inútil.
— rugge estamos em Roma. Quero sair…Aperto-a mais forte.
— Não gosta de ficar na cama com seu marido?
— Gosto muito, mas se fosse para fazermos isso ficaríamos em casa.
— Não mesmo. Vegetar em uma cama de hotel em Roma é bem melhor. Tá decidido.
Vou ligar para o serviço de quarto, e ninguém vai me fazer vestir uma roupa hoje. Quero
me acabar, ou melhor, acabar com você nesse quarto.
Esfrego o nariz no pescoço dela, vou subindo minha boca e mordo a orelha.
— Ruggero ! — Ela tenta segurar minha cabeça.
— Estou querendo foder uma boceta… — sussurro.
Karol  me empurra com força.
— Não sou obrigada. Ainda por cima ouvindo ousadias. Que horror.
Ela consegue sair e senta, eu reajo rápido e pulo em cima dela, forço-a contra a
cama. Karol desiste de lutar e fica deitada de barriga para baixo comigo em cima,
esfregando meu peito nas costas dela e o pau passando de leve entre as pernas meio
abertas.
— E agora? Ainda quer sair andando, quando pode ter uma trepada gostosa de
deixar a boceta dolorida aqui comigo?
A única coisa que ela faz é gemer, isso porque estou mordendo a nuca dela. Minhas
mãos acariciando a bunda, e meu pau já duro friccionando de lá para cá, como se
pincelasse.
— Ruggero …
— Fale, estou ouvindo.
Ela se mexe e consegue se virar de frente. Abre as pernas, eu me ajeito no meio e
meu pau fica bem em cima da boceta dela. Karol afunda os dedos das duas mãos nos
meus cabelos.
— Apesar de ser tão idiota, você me faz feliz. Será que vou ficar depravada como
você?
— Meu amor, não sou depravado. É apenas excesso de paixão.
Ela continua afagando meus cabelos, sorri manhosa e fecha os olhos soltando um
suspiro.
Eu sorrio observando as reações dela. Outro suspiro surge quando mexo meu quadril
no meio das pernas dela. Também mergulho meus dedos nos cabelos sedosos dela, o
cheiro adocicado se espalha me deixando mais excitado.
— Quero te contar uma coisa — ela fala baixinho.

— Diga antes de eu meter, porque depois você só vai conseguir gritar.
— Babaca — ela fala rindo, puxa minha cabeça e, perto do meu ouvido fala: — Sinto
uma coisa tão excitante dentro de mim quando ouço você falar essas safadezas.
— Eu sei que gosta. — Dou um beijinho no queixo dela. — Posso começar?
— Passou da hora de começar. — Ela segura firme meu queixo. — Marido
desbocado que amo tanto.
— Te amo também, esposa recatada que adora ouvir putaria.
Ela dá uma gargalhada, eu acompanho rindo também. Depois, nos beijamos e
começamos a nos mover juntos, lentos, degustando os movimentos do outro.
Isso não durou muito. Minutos depois estávamos enlouquecidos caindo da cama, e
fodendo pelo quarto como se fosse nosso último dia juntos. Na verdade, nossa vida juntos
está apenas começando.

Minha perdição   (Terminada )Onde histórias criam vida. Descubra agora