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Olá, meus amores. Cheguei com uma fanfic nova para vocês!

Eu fiquei com a ideia do enredo dessa história martelando na minha cabeça, e é claro que eu precisava fazer com que as minhas personagens favoritas virassem protagonistas dessa história.

Eu espero muito que gostem! 

...

03 de junho de 1960

Minha querida melhor amiga, 

Eu cheguei de viagem dois dias atrás e esperava te encontrar lendo em seu jardim, protegida pela sombra da sua árvore preferida, aquela que sempre escalavamos quando éramos crianças, mas sua mãe me contou tudo o que aconteceu. 

Eu realmente poderia começar essa breve carta com um sermão, mas sei o quanto você está precisando de mim nesse momento. 

Eu consegui descobrir onde você está e estou indo até você. 

Nós vamos consertar isso juntos. 

Aguente firme, eu te vejo em um minuto. 

                                                                                                        Com carinho,     Steve.  

Natasha estava sentada em frente à grande janela do quarto bagunçado do hotel enquanto tomava seu chá de camomila, em uma tentativa inútil de acalmar seus nervos. 

Sua aparência era a maior prova de como seus nervos realmente andavam, seu cabelo, que um dia fora ruivo e impecável, agora tinha seus novos fios loiros em completa bagunça e seu rosto se encontrava com manchas pretas de seu delineador, e para completar seu visual caótico, usava uma camisola manchada e muito maior do que o seu manequim. 

Ela olhava aquele telegrama, que havia chegado pela manhã, ao mesmo tempo que ocupava uma de suas mãos com seu chá, e com a outra brincava com um cigarro, se desafiando a não fumá-lo, enquanto seguia incrédula depois de ler pelo menos cinco vezes a carta de seu irmão do coração.

Enquanto seu melhor amigo viajava pela Europa, tentando procurar algum sentido na vida após perder o amor da sua vida para uma doença trágica e precoce, ela havia abandonado a faculdade para fugir com um cara maravilhosamente charmoso, mas totalmente errado. 

Enquanto Steve tentava lidar com a sua dor em outro país, ela havia feito loucuras com a sua vida por um cara que se chamava Fred e caiu na estrada com ele e sua banda de rock meia boca. 

E mesmo que se sentisse a pessoa menos merecedora do mundo, ele viria resgatá-la dela mesma como já havia feito tantas vezes. 

Natasha foi arrancada de seus devaneios após ouvir três batidas rápidas na porta e ela pulou de onde estava para atender ao chamado. Ela sabia que era Steve, desde criança ele sempre batia do mesmo jeito, nunca duas e muito menos quatro, mas sempre suas registradas três batidas aceleradas. 

- Natasha, o que aconteceu com você? - Perguntou o homem, com um tom de voz que transbordava preocupação, que observava a pequena e jovem mulher, e todo seu visual e estado de espírito caóticos. 

A jovem abriu sua boca, mas não foi capaz de emitir nenhum som quando lágrimas começaram a escorrer pelo seu rosto, deixando seu amigo ainda mais preocupado, já que em todos aqueles anos que se conheciam, nunca havia a visto chorar, nem mesmo quando eram crianças. 

- Vem cá. - Ele disse ao entrar no quarto, fechando a porta com o seu pé logo em seguida, e então a puxando para um abraço acolhedor. - Eu estou aqui. - Ele falou enquanto acariciava as costas de sua amiga, numa tentativa de acalmar a respiração dela. - Você não está sozinha, vamos resolver isso juntos. 

Depois de alguns minutos, Steve conseguiu acalmá-la, e então a fez aconchegar-se na cama para que se aquecesse enrolada no cobertor, porque mesmo sendo verão, Natasha tremia sem parar. Após servir mais uma xícara de chá de camomila para a jovem, ele sentou-se na ponta da cama e pediu para que ela contasse tudo o que havia acontecido. 

As provas finais do semestre estavam chegando, e Natasha cansada dos dias repleto de estudos, decidiu ir sozinha ao bar que costumava frequentar com suas amigas. Era uma quarta feira chuvosa, então poucas pessoas compareceram para assistir uma nova banda que estava fazendo uma pequena turnê. 

A plateia estava vazia, então foi fácil para que o vocalista reparasse na jovem ruiva que balançava seu corpo de uma maneira contida no ritmo das músicas. Bastou uma conversa que durou o restante da madrugada, muitas garrafas de cerveja e um beijo voraz para que Natasha corresse até o dormitório, colocasse algumas mudas de roupa em uma mochila, e colocasse o pé na estrada com a banda. 

Ela nem ao menos havia trancado seu curso ou avisado alguém antes de partir por mais de dois meses com pessoas que ela havia acabado de conhecer. 

Seus pais, como sempre, só notaram sua falta quando Natasha ligou, numa tentativa desesperada de escapar do relacionamento abusivo que havia se metido, e como um soco em seu estômago, seus pais falaram que era bom que voltasse casada ou então não voltasse, porque eles jamais aceitariam que o nome da família fosse manchado por uma rebeldia ridícula por causa de um homem. 

Depois de dois meses de muita bebida, algumas drogas e um relacionamento tóxico, ela finalmente havia conseguido romper com Fred, e gastava o restante das suas economias naquele quarto de hotel enquanto tentava pensar em como organizar sua vida. 

- Vamos voltar para casa, Nat. - Disse Steve com um leve sorriso enquanto segurava uma das mãos de sua amiga e recebia um olhar confuso da loira. 

- Você sabe que eu não posso, eles não vão deixar com que eu volte para casa. - Ela falou, com um olhar ainda confuso e perdido, enquanto observava seu amigo tirar algo do bolso. 

- Vai ficar tudo bem, eu já pensei em tudo. - Steve falou com um leve sorriso enquanto colocava o pequeno e delicado anel de diamante, que havia tirado do bolso, no dedo de sua amiga. 

- Não posso fazer isso com você, Steve. - Ela falou ao recolher sua mão. - Não é como quando estávamos na escola e você me encobria quando eu me metia em encrenca. Eu não posso te prender em algo assim, te privar da chance de conhecer uma nova mulher que você possa amar. 

- Isso acabou para mim, Nat. Logo vai fazer um ano que Peggy se foi e a certeza que ela foi a mulher da minha vida só cresce. Eu só tenho você, minha melhor amiga, então se eu não posso te ajudar com isso, não sei que propósito eu poderia ter.

- Steve, isso é mais complicado do que você imagina. - Natasha falou ainda muito receosa. 

- Não precisa ser, vamos estar sempre juntos como sonhávamos quando éramos crianças e ninguém precisa saber que não somos um casal de verdade. 

- Eu estou falando sério quando digo que é complicado. - Ela falou, sem coragem de olhar nos olhos de seu amigo. - Eu estou grávida, Steve. 

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