Capítulo 14

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Capítulo 14

Otávio

Eu esperei, vendo Leonardo entrar. Havia essa necessidade terrível de fugir, não porque isso fosse ruim, mas porque era tão bom.

Não poderia durar. Eu queria lembrar do olhar em seus olhos, a maneira como eu tinha sentido a mão dele na minha perna, o jeito como eu sentia seus lábios... Eu não queria estragar tudo, e tinha o hábito de fazer exatamente isso.

Mas então, Léo não era apenas uma foda aleatória. Ele não era apenas meu colega de quarto também. Isso foi muito mais profundo que eu sentia que poderia me afogar nele, era felizmente assim. Eu inalei profundamente, em seguida, fui para dentro, indo para o banheiro para espirrar água no rosto para tentar esfriar. Me vesti um pouco para o nosso encontro, e brevemente considerei trocar de roupa. Decidi contra isso. Eu queria ter a coragem de ser o Mestre, não o Otávio, e se vestisse minhas roupas habituais, poderia perder de vista esse momento.

Eu dei a Leonardo tempo para fazer o que eu pedi — e porra, esse pensamento era quente —, em seguida saí, indo para o seu quarto. A porta estava fechada. Eu parei por um momento, inseguro. Isso significa que ele não me queria lá? Meu pé mudou enquanto eu quase recuava e saia. Poderia ser um sinal de que nós tínhamos ido longe demais e ele estava pensando melhor, mas me forcei a bater na porta. — Sim... Mestre, — Léo respondeu com a voz baixa, sem o medo que eu estava temendo e meio que esperando ouvir.

Me centrei, endireitando minhas costas e me ordenando para me colocar no estado de espírito do Mestre e não do Otávio. Qualquer outra coisa só complicaria isso. Girei a maçaneta da porta, lentamente abrindo. Meus olhos imediatamente encontraram Léo. Hesitei quando o vi lá. Minha respiração ficou presa em um assovio, e meu coração pulou uma batida quando vi o jeito que ele se encontrava.

Leonardo estava esperando, ajoelhado nu no chão, seus brinquedos e tudo mais que poderíamos precisar dispostos na frente dele. Ele parecia uma estrela pornô ou como se estivesse no começo de um filme sujo, mas o olhar em seus olhos era mais terno do que qualquer ator poderia fingir. Foi tão incrível que fez as palavras ficarem presas na minha garganta. Léo finalmente falou me observando daquele jeito quieto, quase amoroso. — Estou pronto, mestre. — Respirar era natural. Respirar era algo que meu corpo fazia sozinho. Não precisava lembrar-me de respirar, mas porra parecia impossível naquele momento. Eu fiquei boquiaberto por mais um momento, lambendo meus lábios. Então entrei e fechei a porta atrás de mim, nos afastando de um mundo que nunca iria entender e nos deixando sozinhos em seu quarto.

Santuário.

Levei um momento para lembrar o que havíamos discutido, e entrei mais fundo. Peguei a coleira e olhei para ele, embora não permitisse que meus olhos demorassem demais em sua forma nua. Ainda não, não até ter certeza de que ambos estávamos prontos para fazer isso.

— Você está pronto? — Eu perguntei, minha voz mais firme e mais quieta do que normalmente era. — Quando eu colocar a coleira lembre-se de que sua palavra segura é vermelho. Se você precisar que eu diminua a velocidade, diga-me amarelo. Tudo certo?

— Sim, Mestre. — Léo piscou para mim, em seguida, mudou um pouco. Ele estava tentando esconder sua ereção ou apenas desconfortável ajoelhado? Eu não tinha certeza de qual. Ele corou um pouco e finalmente olhou para o chão. — Eu não precisei das palavras na última vez, mas com a cauda... — Sua voz sumiu, então ele espirou devagar e olhou para mim. — Eu quero colocar o rabo, mas isso me deixa nervoso. — Eu balancei a cabeça.

— Diga-me se chega a ser demais. — As palavras não eram uma sugestão. Eles eram uma ordem completa. — Você quer me agradar, não é? Então, certifique-se que você está confortável, meu filhote não precisa ter medo.

Aprendendo a ser um cachorrinho (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora