Capítulo 2: O Labirinto

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Ser o Caloiro não era fácil, tinha um monte de perguntas ao qual ninguém parecia ter resposta, pelo menos, não ainda.

"Então, o que é que se faz por aqui?" perguntei na direção de George mas esperando resposta de qualquer um dos rapazes.

"Trabalhamos e sobrevivemos" respondeu George num tom sério.

Não gostei dessa última parte do 'sobrevivemos', as coisas ficavam cada vez mais estranhas e eu com mais perguntas na minha mente.

"Existe trabalho num sitio como este?"

"Sim. Há que cuidar dos animais e das plantas, coisas para construir, manter as coisas limpas e arrumadas... Não é por estarmos no meio do nada que temos de viver como selvagens." respondeu George novamente, desta vez com um tom mais simpático e até brincalhão.

"E quanto àqueles muros?"

"Estamos presos aqui." disse um outro rapaz, este com uma voz grossa e pele escura.

"Estou a tratar disso Alby..." disse George ao rapaz.

"Já estamos aqui há meses! E ainda não sabemos como havemos sair daqui vivos, e tu dizes que estás a tratar disso, estás a gozar comigo?"

Claramente havia qualquer coisa ali que não batia certo, toda aquele raiva de Alby...

"O que é que se está a passar com vocês?" perguntei.

"Este parvo deixou o Steve sair da Clareira e sabes o que aconteceu? Ele nunca mais voltou." disse Alby apontando para a abertura na parede.

"Se ele não voltou é possível que ele tenha achado a saída..."

"Eu quis dizer com vida." interrompeu o rapaz.

Então, o rapaz que saiu da Clareira morreu? Nesse caso, como é que vamos sair daqui? E como é que eles sabem que ele está morto?

"Esperem aí, há muita coisa a faltar nesta história, como é que vocês sabem que ele está morto? Vocês saíram da Clareira para procurá-lo?"
"Não foi preciso..." disse George "É melhor começar pelo princípio... Quando cheguei à Clareira era o Steve quem liderava os rapazes, e naquela altura não se sabia nada acerca do Labirinto. O Labirinto fica para lá destes muros, e os muros abrem de manhã e fecham ao anoitecer. Todas as noites ouvimos sons assustadores vindos do Labirinto o que nos levou a pensar que existissem animais lá dentro durante a noite. Mas essa não era a verdade. Steve queria saber o que se escondia no Labirinto durante a noite e por isso saiu, quase ao anoitecer. Tínhamos esperança que ele voltasse antes que os muros fechassem mas ele não voltou. Na manhã seguinte quando as portas se abriram lá estava ele, feito em pedaços justamente à entrada do Labirinto."

Tinha sido a coisa mais sinistra e assustadora que tinha ouvido na minha vida. Basicamente estamos presos, e se sairmos morremos.

"Desde então ninguém saiu do Labirinto?" perguntei.

"Ninguém quer sair, Newt." disse George num tom de derrota, de cansaço.

"Eu quero, se é isso que tenho fazer para podermos sair deste lugar então é isso que farei."

#NewtCorajoso

NEWTMAS 2: O teste do LabirintoOnde histórias criam vida. Descubra agora