Único;

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Donghyuck andava apressado pelo corredor silencioso, a expressão preocupada assustando algumas almas que ali vagavam. Seguia o fio vermelho amarrado em seu dedo mindinho, procurando por sua outra metade fujona.

Havia sido anunciado quem iria reencarnar na terra, quem teria sua primeira vida e quem teria a última. Donghyuck e Jisung eram um dos escolhidos para a reencarnação, obrigados a voltarem para o plano terrestre, cinquenta anos depois de suas mortes. Não era novidade para os dois, aquela seria a quarta reencarnação do casal, mas dessa vez, Jisung saiu correndo assim que ouviu seus nomes.

Quando o encontrou — sentado num canto, abraçando os próprios joelhos —, suspirou. Não entendia o porquê dele ter fugido. Talvez, a personalidade de sua última vida ainda esteja presente no rapaz — ambos ainda possuíam a mesma aparência de suas antigas vidas, então era possível. Ele costumava ser bem medroso.

Sentou ao lado do maior, os ombros se encostando com a proximidade, Donghyuck pensando no que dizer para acalmar Jisung.

— Eu não quero te perder…

Antes que Donghyuck pudesse dizer algo, a voz do rapaz saiu baixa, apenas para os dois escutarem. Um bico se formou nos lábios gordinhos, Jisung finalmente olhou para o rosto de sua metade.

— Você não vai, que ideia é essa? — Os dedos se enroscaram nos fios negros, acariciando o maior, sorrindo ao vê-lo se inclinar em direção a sua mão. — Você sempre vai me ter.

— Mas, se reencarnarmos, esqueceremos um do outro… e se eu não te achar?! — Estava desolado com a ideia, os olhos bem abertos enquanto falava. — Seremos obrigados a viver uma vida inteira sem o outro!

"Então era isso" pensou.

A preocupação de Jisung não era atoa. Grande parte das almas não conseguiam se reencontrar com suas metades, dado que nasciam quase sempre bem distantes um dos outros. Em sua primeira vida, morreu sem encontrar Jisung.

— Atravesso o mundo, Jiji, mas vou te encontrar. — Segurou a mão do Park.

— Você não ficará sozinho.
Jisung apertou a mão menor, em seguida a soltando. Estendeu o mindinho enfeitado pelo fio vermelho, um sorriso pequenino enfeitando-lhe a face.

— Promete?

Donghyuck riu baixinho, observando pelo canto do olho que eles já estavam atrás dos dois, julgando que iriam tentar fugir da reencarnação.
Enlaçou seu mindinho ao do Park, vendo os fios se emaranharem.

— Eu prometo!

Nesse momento, os guardas celestiais se aproximaram, Donghyuck se levantando do chão e puxando gentilmente Jisung, para fazer o mesmo.

— Já sabemos, não precisa escoltar a gente. Que saco… — resmungou, tirando uma risada alta do Park. — Vem, Jisung.

Caminharam de mãos dadas, o maior ainda estando um pouco nervoso, mas confiava em Donghyuck.

Concretizaram a identificação, sendo levados até uma sala completamente branca. Na frente deles havia duas portas da mesma cor do cômodo, os portais que os levariam para suas novas vidas. Era sempre assustador recomeçar, e mesmo que Donghyuck tentasse fingir estar calmo, estava tão amedrontado quanto o Park. Ele precisava encontrar Jisung, precisava cuidar de seu menino.

Respirou fundo, soltando a mão do maior e indo para uma das portas, Jisung fazendo o mesmo. Antes que atravessassem, porém, houve uma troca de olhares, Donghyuck sorrindo terno para Jisung.

— Me encontre no final da linha, Jisung.

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Me encontre no final da linha - hyucksungOnde histórias criam vida. Descubra agora