Frente a frente com a morte

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Quando eu dei por mim mesma eu já me encontrava no chão, meu corpo pequeno doía e um liquido vermelho manchava minha pele e minhas roupas, não sei se era pelo cansaço ou pelas lágrimas que escorriam livremente dos meus olhos mas minha visão estava embaçada e junto com a má iluminação do local me impossibilitava de enxergar claramente meu arredor.

Com dificuldade me levantei me apoiando na parede de madeira do local tentando manter o equilíbrio não sabia onde eu estava ou pra que lado deveria ir mas tinha a sensação que deveria sair dali com urgência.

Dei alguns passos podendo ver melhor o local aparentemente era um chalé parecia ser grande o suficiente pra acomodar uma família, me sentia um inseto pequeno comparado aos grandes troncos de madeira de pinheiro que constituíam as paredes.

O lugar até poderia ser aconchegante se estivesse em outras circunstâncias; eu me encontrava em um corredor mal iluminado a única coisa que transmitia um pouco de claridade era uma janela de tamanho médio no local, nela a única paisagem que avia era o céu estrelado as árvores de pinheiro altas que rodeavam a clareira e a brilhante lua cheia que pairava serenamente no céu.

Moveis rústicos decoravam o corredor e haviam alguns quadros pendurados na parede, mas o que mais me chamou atenção foi um dos quadros grandes nele havia uma família visivelmente feliz, a primeira pessoa era um homem aparentava ter cerca de 40 anos seus cabelos eram castanhos longos presos em um rabo de cavalo usava uma blusa xadrez preta e uma calça jeans parecia ser um homem simpático esboçava um grande sorriso no rosto, logo ao lado dele uma mulher muito bonita com longos cabelos pretos e uma expressão angelical usava um vestido longo branco com estampa florida e uma echarpe leve cor salmão, infelizmente o resto do retrato está sórdido, com o mesmo liquido vermelho que manchava minha roupa e algumas partes do corredor, me impossibilitando de ver as outras pessoas no quadro mas ao longo do corredor pude ver muitas outras fotografias dessa mulher de cabelos negros.

Com passos pesados comecei a caminhar meu corpo inteiro doía e minha mente estava totalmente esgotada mas em meio a tudo isso o que mais me afetava era o frio, sentia tanto frio ao ponto da dor nem me incomodar mais, meu corpo tremia o que atrapalhava na hora de manter o equilíbrio pra andar mas com muito esforço eu cheguei até o que parecia ser uma sala de estar não pude ver muita coisa nela porque a única luz que avia ali era da lua e a das brasas de uma lareira que havia no local, mas parecia um lugar organizado; a minha frente avia um sofá de três lugares marrom e ao lado dele em um canto mais escuro da sala tinha o que parecia ser uma poltrona uma pequena mesa de centro feita de madeira e um pouco mais a frente a lareira de tijolos que iluminava um pouco o cômodo, alguns porta retratos estavam pendurados na parede junto de algumas cabeças de animais empalhados que me assustavam.

Do outro lado da sala eu vi uma porta que julguei ser a saída da cabana, realmente queria me aproximar da lareira pra me aquecer um pouco mas algo me dizia pra não fazer isso então eu apenas segui com passos rápidos até a porta, me estiquei um pouco e pude alcançar a maçaneta.

-Aonde pensa que vai demônio??-Antes que eu pudesse puxar a maçaneta uma voz afônica preencheu o cômodo me causando calafrios-Realmente achou que conseguiria sair assim tão facilmente??-por instinto eu soltei a maçaneta e olhei na direção de onde a voz vinha me arrependo logo em seguida quando meu olhar parou no canto mais escuro da sala onde estava a poltrona, a escuridão lhe fornecia o esconderijo perfeito e a única coisa que consegui enxergar eram os olhos púrpuras reluzentes do ser a minha frente mas sua simples presença era aterradora.

Mesmo não sabendo quem estava sentado naquela poltrona meu coração acelerou e o ar do cômodo parecia mais pesado tornando difícil respirar, seus olhos brilhantes me fitavam como um verdadeiro predador prestes a atacar sua presa, o silêncio que pairava no ar só deixava o cômodo mais tenebroso então mesmo com medo me consumindo me forcei a falar.

Entre dias nublados-Imagine Tomura Shigaraki hiatusOnde histórias criam vida. Descubra agora