— Você entendeu o que tem que fazer?
Apesar de ter entendido, não apoiava de forma alguma a ideia bizarra que Luffy, seu amigo, lhe proporcionava. Na realidade, nem ao menos fazia menção de como que estava conversando sobre algo tão íntimo com o retardado do Monkey; até porque, suas ideias sempre eram uma merda.
— Se você quiser conquistar ele, vai ser ótimo se fizer isso! — exclamou aconchegando-se no colo de seu namorado que jogava alguma coisa em seu celular, provavelmente nem ouvia direito a conversa, o que certamente era bom para o esverdeado.
Havia ido para a casa do moreno menor depois de sair da faculdade para passar a tarde, mas não esperava que em um determinado momento acabaria desabafando sobre seus sentimentos pelo melhor amigo que mantinha um relacionamento razoavelmente amigável a oito anos — em vista de que o mesmo era repleto de xingamentos e brigas. Todavia sempre guardava o sentimento para si, já havia passado pela fase de descoberta dos sentimentos, depois de negação, sofrência e então a melhor: aceitação. Até porque, do que adiantava ficar chorando as pitangas? O leite já estava derramado e agora era fadado a esconder toda aquela maré de sentimentos irritantes.
— Eu acho uma péssima ideia, Luffy-ya. — Trafalgar finalmente pronunciou-se, observando o menor ter um biquinho nos lábios por ser contrariado. — Não seria melhor ele simplesmente falar o que sente?
— Isso é brega! — Todos da sala tiveram a atenção presa em um moreno de sardas, tal era Ace, que também participava da conversa da cozinha que era separada da sala através de um pequeno balcão. Estava cozinhando com Marco, provavelmente alguma gororoba maluca. — Se eu fosse o Zoro, ia lascar o beijo logo.
— Você ia ficar complicando tudo. — Marco o corrigiu com um sorriso convencido, ouvindo o namorado resmungar alguma coisa.
— Mas ele nem sabe se Sanji gosta dele. — O narigudo — vulgo Usopp — pronunciou-se, o mesmo estava sentado ao lado de Luffy juntamente a Nami, pois jogavam uno em meio aos gritos e palavrões.
— Claro que gosta! — Apesar de manter convicção em suas palavras, era um erro fatal confiar em qualquer coisa que o Monkey falava.
— Como que você sabe? Sanji vive dando em cima de qualquer mulher que vê na frente. — Law retrucou, dando espaço para que todos na sala começassem a falar do jeito "gado" que o loiro era com qualquer pessoa do sexo feminino; sendo lembrado como sinônimo de corno manso.
— Eu sei, oras. — argumentou Luffy, recebendo um soco na cabeça, Nami era dominada pela raiva ao perceber que o menor tinha escondido algumas cartas.
— Porque eu fui falar isso com palermas como vocês... — Finalmente Zoro havia se pronunciado, no mesmo instante que massageava as próprias têmporas na tentativa de aliviar a dor de cabeça que sentia, arrependia-se amargamente por ter abrindo a boca sobre seus sentimentos, agora seria o novo assunto na roda dos amigos fofoqueiros que tinha. Pedia aos seres do além paciência para os aturar.
— Faz o que eu falei ó: chega nele com uma pinhata e faz ele estourar ela, vai ser bem divertido!
— Primeiro, essa ideia é ridícula e segundo, por que diabos tem que ter uma pinhata? — Nami indagou incrédula, às vezes se perguntava como que Luffy namorava tendo uma mente tão infantil para determinados assuntos; engraçado que quando o foco da conversa era putaria, claramente o Monkey era o primeiro a comentar coisas extremamente vergonhosas.
— Eu vi em um filme, mas era com balões. Só pensei que a pinhata seria melhor.
— Que tal você fazer alguma surpresa? Coloca uma aliança em uma taça ou faz uma carta se não tiver coragem. — O loiro instruiu, notando a carranca do esverdeado piorar deixando claro sua desaprovação da ideia.
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Dentro do Carro
HumorTudo que Zoro queria era se confessar para o seu melhor amigo, Sanji, todavia não esperava ter trocado o pen-drive, tampouco imaginava que uma simples música acarretaria uma situação constrangedora para si.