Capítulo 11

11 1 0
                                    

Dois anos depois...

Mais um dia quente em Nova Iorque, começo de primavera é sempre muito bonito, estou caminhando pelo Central Park antes de chegar no trabalho. Virou uma rotina fazer isso, respirar um pouco de ar puro todos os dias pela manhã.

Mexia nas minhas playlists atrás de uma boa música para acompanhar meus pensamentos durante o caminho para o trabalho, parei o olho em "remember that night?" da Sara Kays, me lembro de quando achei essa música, sentia que tinha sido escrita para mim.

Hoje mais cedo, antes de vir para o parque, passei pela minha antiga universidade para buscar meu diploma, me formei há alguns meses e só agora tudo ficou pronto para pegar.

Noite passada vi algumas notícias que não me agradaram, Mia me mandou um print de um jornal local de São Francisco, Luke ultimamente vem saindo em várias polêmicas envolvendo mulheres, dessa vez não foi diferente. Notícias como essa me embrulham o estômago, mas não sei se acredito na mídia, esse não é ele. A última vez em que tive notícias diretamente dele, foi quando me ligou, há um ano, completamente chapado de maconha dizendo que ainda pensa em mim, mas no dia seguinte ele não lembrou de nada que me disse, ou apenas fingiu.

Ele não é o único que está se envolvendo cada dia em mais polêmicas, desde que ficaram conhecidos e a banda estourou, todos já se envolveram em escândalos, mas Luke, com toda certeza, ganha disparadamente.

Eu também mudei, não nego que, às vezes, também fico completamente chapada no meu apartamento, mas por conta do meu trabalho de atriz, não é algo que acontece recorrentemente pois mensalmente fazemos testes toxicológicos.

Agora somos completos estranhos novamente, mas dessa vez, com memórias. As memórias mais bonitas que tenho guardadas sobre o amor, sempre que me perguntam sobre esse sentimento, automaticamente minha mente vai para ele e sou levada de volta para meu quarto, na casa dos meus pais. As mãos de Luke ainda trêmulas percorrendo meu corpo nu, distribuindo beijos pelo meu pescoço suado. Minhas mãos presas em seu cabelo e nossas respirações completamente erráticas.

Algumas noites, chapada no meu apartamento, consigo imaginar seus olhos azuis me olhando com o mesmo amor de alguns anos atrás.

Há dois anos, quando Luke bateu em minha porta no meio da noite, resolvemos nos dar uma nova chance, mas brigamos feio depois de alguns meses e nos separamos novamente.

Éramos novos, estúpidos, tínhamos que lidar com muitas coisas acontecendo ao mesmo tempo, os dois disseram coisas que não precisavam ser ditas e isso fez com que fôssemos cada um para seu lado.

Todo dia doze, recebo flores sem um cartão de quem enviou, eu sei que é ele! Dia doze seria o nosso dia, se ainda estivéssemos juntos.

Uso meu anel de namoro em outro dedo, mas nunca o tirei da minha mão, assim como meu colar. Já tentei tirar, mas não me sinto bem.

Fui tirada de meus devaneios pelas buzinas dos carros, os raios quentes dessa manhã ensolarada de primavera aqueciam meu corpo, enquanto eu atravessava a rua movimentada até o teatro, estou ensaiando uma peça que estreia hoje à noite, a casa estará lotada.

— Bom dia, Srta. Hood — o segurança da porta principal disse ao me ver entrando distraída com o celular.

— Bom dia, Oliver! — respondi simpática e dei um sorriso enquanto caminhava pelo hall.

Amarrava meu cabelo em um rabo de cavalo enquanto caminhava até a porta que dava acesso à plateia, quase todos já estavam lá.

Ao abrir a porta sinto o gelo do ar condicionado me dando um leve choque térmico, arrepiando levemente os pêlos dos meus braços descobertos de roupa.

City Of AngelsOnde histórias criam vida. Descubra agora