O Lorde Mountobbani - Mounbridge 01

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Hyde Park, Londres

 Este é um dia calmo e sereno em Londres. Sem dúvidas, um descanso dentre tantas comemorações.
 Muitos dos membros da aristocracia encontram-se em suas residências, e outros vagueiam pela cidade. 
 Alguns lordes e cavalheiros entram e saem dos clubes, e ouso dizer que os mesmos não estão tão movimentados como de costume, mas a fama ainda perdura, queridos leitores.

Crônicas da Sociedade Britânica
24 de abril de 1811

O Sol raiava e aquecia a pele de Catarina, que passeava pelo Hyde Park com Amélia, Harry e Benjamin. Era mais um típico passeio em família para os Mounbridges.

— Eu estou dizendo. A baronesa viúva de Feather está interessada em você, Harry — insistiu Catarina, contando aos irmãos sobre o que vira durante esta temporada, enquanto passeavam pelo parque. Benjamin e Amélia riram de seu comentário, mas o herdeiro dos Mounbridges somente franziu os lábios e torceu o nariz, deixando explícito que repudiava o que a irmã dissera.

— Ora, Harry, fique contente. Não é todo dia que uma baronesa viúva decide gostar de você — desdenhou Benjamin, aos risos. O mais velho somente lhe dirigiu um olhar duro, mas isso não fez o mais novo parar de gargalhar.

— Gostar do que ele tem a oferecer é o mais correto — comentou Catarina, atraindo as atenções para si, com seus irmãos mais velhos lhe encarando com uma de suas sobrancelhas erguidas, claramente questionando o que fora dito. — O que eu disse de errado? Ora, todos sabemos que ela está interessada no possível título de Harry, e tudo o que o acompanha — finalizou, fazendo os demais darem de ombros e continuarem com a caminhada.

— O título do falecido acabou passando para um primo, e a baronesa está quase sem nada, pois o novo barão está prestes a se casar, e ele não parece desejar ser complacente com a atual situação dela — observou Amélia. 

— Ele não é complacente com ninguém. Pobre da mulher que se tornar a esposa dele. Não é à toa que a baronesa viúva está à procura de um novo marido e uma nova fonte de renda desesperadamente, afinal, não lhe restará nada — retrucou Benjamin, olhando ao redor e sentindo o Sol aquecer seu rosto.

— Nenhum barão daquela família foi complacente alguma vez na vida. É uma longa geração de crueldade e ganância, com nenhuma empatia — resmungou Harry.

— Mais um motivo para você casar-se com a pobre coitada da baronesa viúva, Harry — provocou Benjamin, com um brilho divertido nos olhos e um sorriso maroto nos lábios. O mais velho somente revirou os olhos, enquanto as duas damas presentes riram.

— E por que você não se casa com ela? Tenho certeza que a faria morrer de rir — ironizou Harry. Benjamin somente revirou os olhos com o comentário do irmão.

— Eu morreria de tédio, isto sim — resmungou Ben, repuxando os lábios e exprimindo uma careta desgostosa.

— Ora, eu duvido muito disso — observou Amélia, com um ar provocativo e olhos que brilhavam de diversão, atraindo as três atenções dos demais presentes para si.

— Não duvide — retrucou Benjamin. Sua fala soou mais como um aviso bastante enfático.

Os quatro continuaram a caminhar pelo parque, sentindo o Sol não muito quente da primavera de Londres, confortá-los. O dia estava belo e deveras agradável, e havia muitas pessoas que também optaram por passear.

— Ah, olhem — comentou a eufórica Amélia, atraindo as atenções dos irmãos, que tentaram seguir seu olhar, mas nada encontraram.

— Poderia ser mais específica? O que temos que olhar, exatamente? — questionou Harry.