Saint Angel não é uma cidade como a capital, totalmente vertical, com inúmeros prédios barrando os raios solares. Saint Angel é uma cidade pequena, perfeita para morar, principalmente, por conta da praia.
Uma das melhores partes de morar aqui é quando o vento bate no meu rosto, balançando os meus cabelos, fazendo-me sentir o aroma das flores durante a primavera. É pisar e sentir além da areia sob seus pés, é entrar na água cristalina e deixar que as ondas levem seus problemas e preocupações, renovando-lhe, é o cheiro da água do mar entrando nos seus pulmões. É lindo ver o sol se pôr, escutar os cantos dos pássaros enquanto molha seus pés na água, ver as inúmeras cores colorido o céu. Isso é só uma parte do que Saint Angel é.
- Bom dia, senhorita – o Bob diz ao me ver sentando no balcão da sua lanchonete.
- Senhorita não, Bob, por favor. - Começamos a rir. - Você me conhece desde pequena e desde que me entendo por gente peço para parar de me chamar de senhorita.
- Certo! Gostaria de pedir o quê?
- Chocolate quente com pão em fatias. - Foi a primeira coisa que me veio à cabeça nesse momento já que a minha fome fala mais alto (em quase todos os momentos). São 7:18 e eu tenho que ir para a aula em doze minutos. - Bob, tem como trocar o chocolate por suco de morango e as fatias por sanduíche de queijo? Estou um pouco apressada hoje.
Eu não vi o Peter hoje, porque ele saiu mais cedo de casa e, por sinal, ainda deixou o celular em cima da bancada da cozinha, provavelmente saiu e esqueceu que deixou o celular em casa.
- Obrigada, Bob - agradeço e vou caminhando até o colégio.
(...)
- Allison! Allison me espera! Allis... - Mal começou o dia e eu já estou brigando com o Theo. - Allison fala comigo, por favor! - meu amigo gritava.
- Pode me deixar em paz Theo, você errou, errou demais, agora não queira vir atrás de mim - digo com a raiva queimando meu peito e apertando meus pulmões.
- Allison! - O Theo me para. - Para com isso, você sabe que eu não quis falar nada daquilo, você entendeu tudo errado, me dê apenas uma chance de me explicar - pronunciou tentando me acalmar, mas nada do que ele falar será capaz de mudar a minha opinião a partir do momento que tudo aconteceu.
- Não importa mais. O que eu escutei foi você que disse, foi você! - falei sem olhar nos olhos dele.
- Você sabe que eu não quis dizer o que eu falei, então para que esse drama todo? - Ele disse "drama"? Foi isso mesmo que eu ouvi?
- Por favor... eu não acredito que estamos tendo essa conversa! - eu grito, completamente sem paciência, porque eu não estou acreditando no que está acontecendo.
- Eita garota dramática, minha nossa... - falou rindo de mim.
- Dá para parar de me chamar de dramática ou rir de mim?! - grito novamente, só que dessa vez com mais raiva e mais força.
O Theo não é o aluno perfeito dentro de sala de aula, não é o aluno mais esforçado e comprometido, mas é ótimo no lacrosse e isso conta pontos como atividade extracurricular.
Então, nossa discussão começou quando eu estava embaixo da arquibancada, esperando pela Nina e a Ronnie quando eu escutei o Theo falando com os garotos.
*Flashback*
- Sabem a Liz? Ela é diferente, conhece todo mundo, se dá bem com todos. Eu tive que fingir ser simpático com a Allison, mas depois eu com... - Ele estava falando quando eu o interrompo.
- Você fingiu ser meu amigo? - Eu apareço do outro lado da arquibancada, surpreendida com o que eu acabara de ouvir.
- Allison? Não é nada disso que você está pensando. - NÃO ME DIGA O QUE EU ESTOU PENSANDO, GAROTO!
- É exatamente o que eu estou pensando. Não precisa mais fingir, eu não vou mais ficar no seu pé, aproveita e vai atrás da Liz. - Viro e vou andando de volta à entrada principal da escola e, mesmo percebendo que ele está atrás de mim, tento evitar ao máximo olhar para trás. - DÁ PARA PARAR DE VIR ATRÁS DE MIM? EU NÃO QUERO SABER MAIS DE NADA. CHEGA! Afaste-se que eu lhe deixarei em paz - falo sem me virar.
- Eu não quero ficar em paz - Theo me diz com a voz mais calma, tentando amenizar o estrago causado pelo mesmo, contudo, ele se dá conta de que não dá para reverter o que havia sido dito, nem por mim nem por ele. Meus olhos estão expressando a tamanha raiva que me consome nesse exato momento. - Vou te deixar em paz.
- Obrigada. - É perceptível a ironia vinda da minha voz.
*End of flashback*
(...)
Em frente ao armário, tiro meus livros e ponho todos para dentro.
- Bom dia, flor mais bela do jardim. - A Verônica aparece de surpresa assim que eu fecho a porta do armário. - Já sabe qual roupa vai usar amanhã?
Eu não faço a mínima ideia do que ela está falando, porque eu não lembro de ter marcado nada para amanhã.
- De noite, Allie... - ela continua.
Balanço a minha cabeça.
- De roupa social, claro. - Tento desviar o foco para que ela não perceba que eu não lembro, talvez seja algo importante e eu não me recordo.
- Não lembra mesmo, não é? - Balanço a minha cabeça, assumindo o meu total esquecimento acerca da minha agenda diária. - Vai de roupa social para o antepenúltimo jogo do teu irmão? Tem certeza?
É mesmo! Tinha me esquecido que amanhã é o jogo do Peter e em falar nele, não falei com ele ainda hoje.
- Viu o Peter hoje, Verônica? - falo enquanto checo meu celular para ver se tem alguma mensagem dele, só por costume e depois lembro que ele está sem.
- Não hoje. Por quê? - Ela exprime uma certa preocupação, porque eu não costumo perguntar esse tipo de coisa. - Ele saiu para as festas ontem e não voltou? - Eu rio muito quando ela fala isso.
- Não, doida. Ele passou a noite em casa, estudando, ele tem prova essa semana, mas quando eu acordei, não o vi e o desastrado deixou o celular em cima da bancada de mármore da cozinha. Tentei mandar mensagem para algum amigo dele, mas, pelo que parece, todos resolveram não me responder hoje de manhã.
Eu esbarrei em alguns amigos dele quando estava indo para a primeira aula, só que os que eu encontrei, não falaram com o meu irmão.
- Tentou olhar na sala de aula dele? - Faço um sim com a minha cabeça. - É possível que ele esteja no treino.
Por um momento pensei nessa possibilidade, até lembrar da briga que eu tive com o Theo mais cedo quando estava embaixo da arquibancada do campo de lacrosse da Saint Angel High School.
- Não sei onde ele está, Allie. Não posso ajudá-la na busca, porque tenho aula agora.
- Eu não vou procurar o meu irmão. Não agora. Física me espera - digo e nós rimos. - Poderia pular para Literatura? Prefiro ler, escrever e debater sobre os clássicos do que ficar vendo o professor escrever fórmulas, teorias, mapas mentais no quadro.
- Sim - rimos mais uma vez e saímos andando pelo corredor juntas, prontas para irmos para nossa querida aula.
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When I Met You
Romance"Você e só você tem a chave do meu coração." Vivendo o clímax de sua vida, Allison é uma adolescente no ensino médio, que começa a curtir as festas, sair com as amigas, estudar, a ter uma vida normal. Ela sempre leu e escreveu romances, porém, não e...