Capítulo 3

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O apartamento do meu noivo é lindo, não há como negar. Nos primeiros dias que passei explorando cada cantinho daquela cobertura parisiense, descobri coisas incríveis que Roy possuía. Uma delas era a famosa coleção de mini motos.

Sim, mini motos.

Minha primeira reação foi revirar os olhos, mas o sorriso apareceu logo em seguida. Ele já havia comentado sobre isso em um dos nossos momentos em que passávamos sentados na varanda, admirando aquela incrível paisagem e nos conhecendo melhor. Não o levei muito a sério quando falava com animação sobre a incrível coleção. Seus olhos brilhavam, mas imaginei que eram poucas, coisa de duas dúzias talvez...

Como me enganei...

Certo dia entrei em um dos cômodos ao lado de seu escritório, e tive uma baita surpresa quando me deparei com uma sala bem masculina, repleta de jogos, equipamentos esportivos, videogame, uma tv gigantesca diante de um grande e confortável sofá de couro. Típico de ambientes masculinos. Diversos filmes e algumas de suas coleções. Entre elas estavam as mini motos destacadas na parede negra, perfeitamente posicionadas em prateleiras iluminadas.

Desde quando descobri esse ambiente, fiquei completamente apaixonada. Não existia outro cômodo que fosse tão Roy como aquele. Por isso, toda vez que a saudade castigava além da conta, eu corria para lá. Deitava naquele sofá e tentava imaginar o meu noivo desfrutando de cada parte da sala, sem os ternos engomados, documentos importantes a serem lidos e reuniões estressantes.

Foi para lá que eu caminhei assim que cheguei da casa de Charlotte. Joguei a bolsa em um canto qualquer, tirei os sapatos e me joguei no sofá macio e um pouco gelado. Sentia-me completamente exausta, e ao invés de observar o local, fecho os olhos e os cubro com o braço. Estava quase pegando no sono quando sinto o celular vibrar em meu bolso.

Ainda de olhos fechados, desliso o polegar pela tela para aceitar a chamada, colocando o aparelho na orelha.

— Apesar de achar sua orelha adorável, prefiro admirar o seu lindo rosto! — A voz de Roy me faz abrir os olhos rapidamente, assim como o sorriso espontâneo.

Afasto o aparelho para fitar sua imagem. E que imagem! Mesmo com a aparência cansada, ele continua maravilhoso! Os cantos dos olhos levemente enrugados por causa do grande sorriso. Cabelo bagunçado, que faz as minhoquinhas delirarem, assim como as borboletas em meu estômago. Óbvio que isso não mudara...

— Roy! — A felicidade é tanta que minha vontade é de rir e beijar a tela do meu celular. Certamente ele acharia que estou enlouquecendo, pois essa seria uma reação típica de Sofi. Mas a verdade é que eu estava enlouquecendo de saudade!

— Boa noite, minha linda! — Sua voz faz meu coração aquecer.

— Boa noite, amor! — Sento-me no sofá, com o imenso sorriso no rosto, mas sem saber o que falar.

Percebendo meu êxtase, Roy solta uma linda gargalhada e deita na cama.

— Vejo que a saudade está forte hoje... — Dá um sorriso torto.

— Como sabe? — Pergunto, com o cenho levemente franzido.

Ele aponta para mim com o queixo enquanto passa o braço desocupado por trás da cabeça, evidenciando seus belos músculos. Foco, Ana Clara!

— Está na sala de jogos... — Olho ao redor e me recordo de onde estou.

— Ah! É verdade! — Dou de ombros um pouco envergonhada, por ter sido pega no flagra.

— Não precisa ficar assim, amor, pois eu também estou sentindo muito a sua falta! Mais do que você pode imaginar... — Suspira cansadamente.

— É, não consigo imaginar mesmo... — Meu tom de voz faz sua testa enrugar. Droga! Eu e minha boca grande!

𝗗𝗮 𝗩𝗮𝗿𝗮𝗻𝗱𝗮 | Em Paris [Livro 2]Onde histórias criam vida. Descubra agora