— RAFAELLA. - assustada acordei já gritando por ela.
— O que foi, que susto. O que você está sentindo?
— Tive um pesadelo, me abraça?
— Abraço, vem cá. Susto da porra.
Ficamos quietinhas por longo tempo. Mas notamos uma à outra que não havíamos voltado a dormir.
— Já está amanhecendo, irei levantar já já pra caminhar. Vamos?
— Não, obrigada.
— Desculpa por te acordar no susto, eu só fiquei desesperada e precisei de você.
— Vida, você sabe que pode chamar sempre né. Claro que levei um ultra susto. Afinal, o que ocê sonhou, quer me contar?
— Estávamos em um ambiente que não conhecido, uma casa não sei de quem com uma árvore. Eu e você além de nossas amigas. Estávamos todas sorrindo, tínhamos um filho, ele tinha meus olhos castanhos e você olhava para ele como se fosse a coisinha mais linda. De repente, já mudou e estávamos nós 3 somente, havia muito calor, estava muito muito quente, o sol estava intenso, eu estava brincando com ele e você ao telefone e no mesmo instante num piscar dos olhos estávamos nós dois brincando no escorregador eu colocava ele lá do topo e lá embaixo ao invés de você estar para encontrá-lo era eu também, quando olhei para o lado você estava deitada como desmaiada nossas amigas já tinham voltado na cena e elas olhavam você deitada mas elas não faziam nada para ajudar. Voltei a atenção ao nosso filho mas ele havia sumido. Acordei aflita, assim desesperada.
— Gi foi um pesadelo horrível, não era para menos sua reação ao acordar. Mas não se preocupe, não podemos perder o que não temos.
— Que isso Rafa porra é essa que você falou? Eu sei que não temos filhos mas vamos ter um dia. Não é? Vamos ter. - indaguei ao notar que nunca falamos sobre os nossos filhos.
— Talvez né. Não vamos pensar nisso agora.
— Eu vou levantar pra sair, desculpa pelo incômodo.
— Gi, você se chateou pelo que eu disse?
— Eu estou tranquila, vai dormir.
Rk
Sabia que ela tinha ficado putinha, nunca falamos sério sobre filhos, sempre brincadeiras e suposições. Um erro nosso né, já passamos dessa fase, mais tanta coisa rolou conosco que seria a última coisa que iria pensar.
GB
Sai do banheiro, vesti a primeira roupa que achei para correr, ouvi som no fone pra tentar esquecer a frase ridícula dela mas ela só como que martelava em minha cabeça, corri forte pra gastar a energia, tentar distrair e lá se foi 1:30 de corrida, parei na barraca e pedi uma água de coco gelada, era como sentir a temperatura do corpo entrando em choque com o líquido, observei o tempo que estava muito bonito, voltei pra casa cumprimetei algumas pessoas que conhecia só pelo dia a dia ali na orla.
— Rafa, cheguei. - falei em voz alta.
— Estou estendendo roupas, vem cá.
— Muita roupa não vai caber tudo no varal.
— Qual seu nível de querer ter filho Gi?
— Nível 10 para filhos. - ouvi ela dizer acentuando o plural da palavra.
— Quantos?
— Unis 3 ou 4.
— 0 se possível.
— Quero eles felizes pela casa.
— Moramos em apartamento.
— Por enquanto, nada que não possa ser alterado.
— E quem iria carregar essa barriga?
— Você 2 e eu mais 2.
— kkkkkkkkkkkkkk opa desculpa.
— Não entendi sua graça.
— É que você nunca perguntou se eu desejava isso.
— Seu que é seu corpo Rafaella, mas é normal, comum casais parirem seus próprios filhos.
— Gi, eu nunca quis ter filhos. Minha mãe sempre quis netos, o Tato era quem iria realizar esse sonho dela. Eu sempre deixei claro que não queria.
— Nunca deixou claro para mim, né?
— Realmente, erramos eu em não dizer e você por não perguntar antes de planejar isso na sua cabeça.
— Você quer transformar isso em discussão?
— Jamais, inclusive já acabei aqui e vamos sentar pra conversar enquanto tomamos café. Vai tomar banho que vou preparar a mesa, fiz bolo de cenoura você nem disse que sentiu o cheiro.
— Eu estava preocupada mas está muito cheiroso, eu notei ao entrar em casa desculpa, tá?
— Tudo bem amor, eu vou lá no banho.
RK
Desde que falei a frase sem pensar antes, fiquei desconfortável com a situação que sabia que iríamos ter hoje ao conversar sobre. Quando ela saiu eu levantei para fazer bolo inclusive fiz dois, um eu vou dar a Luiza quando ela acordar. Pensei tanto sobre filhos que não cheguei a nenhuma conclusão. Eu sei que posso amanhã estar com outro pensamento mas eu não quero agora.
— Vou precisar ir ao shopping hoje, preciso ver algumas coisas. E essa semana temos publi de casal né? Tá lembrando Rafa? Rafa.
— Oi, estou sim.
— Porque temos dois bolos?
— Exagerei. Mas vou dar a Lu.
— Ela vai mesmo amar. Coloca um pedaço pra mim? - preferi ficar sem falar do assunto, ela ficou bem desconfortável.
— Certo, Titchela você entende que filhos engessa né? Que temos que ter eles como prioridades, que toma tempo, que educar é difícil, temos uma carreira.
— Eu sei, não quero que seja esse ano, ainda nem casamos. Eu quero ir na reunião da escola, quero resolver os problemas que surgirem e ver sua barrigona e também a minha.
— Eu posso aceitar filhos, os nossos. Mas não me inclui na geração, você pode ter essas crianças.
— Certo, quero ao menos duas crias nossas por aí correndo, sabe? Eu e você termos o prazer de gerar uma vida, por isso lhe inclui.
— Eu não vou negar nada agora, porque não quero pagar a língua. Mas podemos conversar mais no futuro, sem pressões eu só quero aproveitar muito ainda da vida, da nossa vida.
— Rafa, eu te amo. Tá tudo bem, vamos aproveitar a vida, fazer nossos trabalhos e ter filhos no futuro.
— No futuro.
Estou escrevendo menos, estou tentando dividir o tempo.
Se gostaram deixem estrelas e comentem inclusive o que não gostaram.
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Stay - Eu quero que você fique
FanfictionGizelly e Rafaella se conhecem quando uma delas pede um transporte de app usado somente por mulheres onde o condutor do veículo é sempre uma mulher. Rafaella está cantarolando Stay da Rihanna enquanto dirige o que deixa Gizelly curiosa. Essa obra é...