Atenção: este capítulo pode conter temas como: automutilação, crises de ansiedade e gatilhos.
Boa leitura, não me matem ❤️
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Draco Lucius Malfoy. Este é um nome no qual eu não me orgulho nem um pouco. Isso porque tem o nome do meu pai nele; e eu detesto Lucius Malfoy.
No começo eu costumava me espelhar nele. Meu pai costumava ser o meu exemplo, diferentemente de hoje, eu o odeio com todas as minhas forças. Ele e o Lord das Trevas simplesmente me dão vontade de vomitar.
Ser um Malfoy sempre significou ser respeitado, ser sangue puro, e acima de tudo, ter poder. No começo, podíamos dizer que eu realmente me achava poderoso, sabe? Eu era aquele tipo de criança mimada que sempre se achava melhor do que todo mundo. Me arrepio só de lembrar.
Sorte que hoje eu mudei... ou talvez tenha sido só coisa da minha cabeça. Talvez eu ainda continue o mesmo mimadinho de merda de antes. Talvez seja por isso que ele não gosta de mim.
No fim do ano passado, recebi uma ordem para matar Alvo Dumbledore. O Lord das Trevas me pediu para matar o diretor de Hogwarts. E eu aceitei. Não por escolha, mas por obrigação. No final, eles tatuaram a Marca Negra no meu braço.
Aquilo havia doído tanto. Foi como se estivessem rasgando minha pele ao mesmo tempo que a queimavam. Foi horrível. Juro, eu ainda posso sentir a dor da Marca queimando meu braço.
Mas a minha dor não importa. Não quando eu não consegui matar Dumbledore. Eu não consegui, em nenhuma das duas vezes que tentei. Merda, eu sou um inútil. Nem matar um velho estúpido eu consigo.
Agora, estou no banheiro, apoiado contra uma pia, enquanto sinto as lágrimas descerem e o sangue escorrer pelo meu braço. Porra, eu não deveria estar chorando. Não posso estar chorando.
Encaro meu reflexo no espelho. Puta que pariu, eu estou horrível. Eu sou horrível. Todos me odeiam, então por que não irei me odiar, não é mesmo?
Vejo Murta sorrir triste um pouco mais atrás de mim. Ela sempre está lá quando eu tenho uma crise. Não sei porque, mas ela fica comigo. Agradeço um pouco, mesmo que ela seja um fantasma, é bom ter alguma companhia.
Volto a encarar a pia, enquanto respiro pesado. A torneira está ligada, de forma que ninguém fora do banheiro consiga ouvir o meu choro, ou os meus soluços. De forma que o meu sangue se misture com a água.
Eu não deveria estar aqui, chorando. Não quando eu fracassei duas vezes. Deveria estar planejando outra forma de matar Dumbledore. Meu pai vai me matar se souber que estou sendo fraco a este ponto...
Ouço um barulho vindo da porta do banheiro. Merda. Alguém me viu... alguém me viu chorando. Quase entro em desespero. Não, não, não. Vão rir de mim, vão ver o quanto eu sou fraco. O quanto eu sou inútil. Minha única vontade é ficar ali. Quase não tenho coragem de olhar, mas mesmo assim, levanto a cabeça para olhar o espelho.
Vejo ninguém mais do que Harry Potter me encarando. Meu coração parou por um instante. Não, de todas as pessoas, de todos os alunos, logo ele? Potter não deveria ter me visto chorar. Me viro para ele, quase entrando em desespero.
Potter não me encarava como nos últimos meses, com raiva ou curiosidade, mas sim com tristeza e surpresa. E talvez algo a mais como pena. Eu não sou digno da sua pena para você me olhar assim. Não queria olhar para seu rosto, então mirei a própria varinha em sua mão.
Acho que ele percebe o meu olhar, já que rapidamente a esconde no bolso das vestes. Ele estava pronto para atacar; sorte que a minha varinha está no bolso da minha calça. Mas não vou atacar, não sou covarde a esse ponto. Sinto Potter me olhar, mas apenas encaro o chão. Não tenho coragem de olhá-lo agora. Não quando ele me viu chorar.

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𝓜𝓪𝓵𝓯𝓸𝔂. 𝐃𝐫𝐚𝐜𝐨 M̶a̶l̶f̶o̶y̶. || One-shot Drarry/Harco
FanfictionDraco Malfoy aparentava ser só mais um garoto mimado, riquinho que se acha melhor do que todos. Pelo menos era isso que Harry pensava, isso antes de vê-lo no banheiro dos monitores. Pode conter: gatilhos, automutilação e crises de ansiedade. Os pers...