Eighteen

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É incrível como a vida é como lua, repleta de fases. 

Tem a fase da crescente, onde os problemas só crescem sem parar. A lua cheia, quando sua mente fica tão cheia de coisas ruins que parece que sua cabeça vai explodir. A minguante, onde as coisas ruins vão diminuindo lentamente, permitindo que você perceba as coisas boas ao seu redor. E, por fim, a lua nova. É nela que as coisas começam a dar certo e você se sente feliz, pois é nela que você tem a chance de continuar fazendo as coisas que te deixam feliz ou recomeçar, buscando sua felicidade. 

E a minha vida no momento estava em lua nova, finalmente. 

Aqui, sentado numa toalha quadriculada, sentindo o adorável aroma de lavanda que o vento trazia naquele enorme campo verde, assistindo Taehyung brincar com Yeonjun na grama, eu conseguia sentir. Conseguia sentir o doce gosto da felicidade misturado com uma pitada de recomeço, uma nova vida, um novo eu, uma nova família.

E eu não poderia estar mais feliz. 

Minhas memórias nunca mais voltariam, mas eu não precisava delas. A única coisa que importava era ter Taehyung e Yeonjun comigo, tendo isso eu já me sinto completo. E foi pensando nisso que eu sorri abertamente, rindo alto de Taehyung correndo atrás do filho e tentando pegá-lo no pega-pega. 

— Corre, Yeon! 

O mais novo me olhou quando me escutou gritar, se virando e passando a correr em minha direção. Abri os braços segundos antes de sentir o corpo pequeno do outro se chocando contra o meu.

— Me protege, papai Gguk! 

Envolvi o garotinho com meus braços, o protegendo quando vi Taehyung se aproximar de nós dois com uma expressão indignada no rosto. 

— Isso é trapaça, seu pestinha! 

— Não tem trapaça se não tem regras.

O castanho me olhou indignado, me fazendo rir alto. 

— Olha aqui Jeongguk, eu não te incluí nessa família para você ficar de complô com meu filho contra mim. 

Se sentou do meu lado, cruzando os braços. Me inclinei e beijei sua bochecha, sorrindo logo em seguida.

— Agora aguenta, bobinho.

Descruzou os braços, rindo soprado. Yeonjun se desvencilhou dos meus braços e pulou no colo do pai.

— Não se preocupa, papai, na próxima você me pega — sorriu com todos os dentinhos.

— Eu duvido muito, Yeon, seu pai é lento demais para conseguir fazer isso.

— Jeongguk! 

Eu e Yeonjun rimos alto, ignorando os resmungos do mais velho. Passei meu braço por sua cintura e me aproximei, beijando sua bochecha.

— Não se preocupe, mesmo você sendo lento eu ainda amo você.

No mesmo segundo, seu rosto virou na minha direção e nossos olhares se encontraram. 

— Ama? 

— Amo, muito. 

Abriu um sorriso retangular enorme, me fazendo sorrir automaticamente. Levei minha outra mão ao seu rosto e acariciei sua bochecha, me inclinando e colando nossos lábios. Desde que nos beijamos pela primeira vez, descobri ser incapaz de enjoar dos lábios de Taehyung. Eram como um vício do bem, que eu não conseguia viver sem. Então não demorei a pedir passagem com a língua, sendo prontamente cedida. 

Senti sua mão grande segurar minha nuca, puxando os cabelos pequenos que tinham ali, causando arrepios no meu corpo inteiro. Suspirei, mordendo seu lábio inferior, quebrando o contato com um sorriso bobo no rosto.

— Papais, eu ainda estou aqui, sabiam? 

Taehyung gargalhou, se afastando minimamente para olhar o filho. 

— Eu sei, meu amor. É que o papai está tão feliz que não aguenta não beijar o papai Gguk, consegue entender?

Yeonjun assentiu, fazendo uma expressão pensativa.

— Você também está feliz, papai Gguk? 

— Muito, pequeno. Eu estou muito feliz — sorri, bagunçando seu cabelo castanho com uma das minhas mãos — E você, está feliz?

Ele sorriu, um sorriso idêntico ao de Taehyung. Se levantou do colo do castanho e se colocou sentado entre nós dois, puxando minha mão e a de Taehyung para segurar entre as suas pequeninas mãozinhas. 

— Eu estou feliz, porque nós três somos uma família de novo.

The End




Unexpected Call | taekookOnde histórias criam vida. Descubra agora