Para Amarantha, eu era o seu pássaro cantor, ela me fazia cantar durantes horas, quando voltava para o quarto estava tão cansada que muitas vezes só me comunicava com Rhys através da mente. Acho que quando tudo isso acabar, não teria mais voz, estava esgotada, porém quem levava a pior era o próprio Rhys, se já está ruim para mim, somente cantando para ela, imagine como estava para ele tendo que a satisfazer.Não conseguia sentir sua angústia, fazia todo o possível para que ele visse a luz, o que era irônico já que estávamos em uma montanha. E se para que o Rhys, ficar pelo menos um dia sem colocar as tripas para fora, era necessário eu precisaria usar minhas artimanhas, então eu usaria minhas artimanhas.
Entro no quarto com rapidez, minha garganta doia, porém não liguei para isso, me coloco no meio do quarto coberto de Flores, não demoro a me ajoelhar no chão, fecho meus olhos focando meus sentidos na terra, estamos em uma montanha, podia ver tudo o que acontecia aqui dentro.
Era como se estivesse andando pelos corredores, minha mente viajava por um longo caminho até entrar no quarto que queria, minha magia era antiga, Amarantha não poderia me ver ou sentir, porém fui ensinava a não usar muito, não quando meus poderes estavam selados.
A sena me dá nojo, Amarantha retirando as roupas com um olhar malicioso, ela olhava para o Rhys como um objeto, me concentro no que queria, sabia que Jurian o olho de seu anel, não me deduraria, usando o cetro que Zoe me deu, crio uma ilusão. Quase pulo de alegria por ter dado certo. Rhys olha para os lados sem entender, ele estava alarmado.
Está tudo bem, sou eu.
Revelo abrindo minha mente, deixei que ele me sentir, deixei ele me ver, o olhar aliviado que ele deu me fez rir.
Dês de quando pode fazer isso? Questina sem entender os meus poderes.
Uma ilusão de luz, usando a iluminação do quarto ao meu favor, é isso. O que você se refere?
— ela não irá descobrir? — me assusto ao velo no quarto.
— Nah. — dou de ombro. — Não usei antes porque tinha medo de dar errado.
— O que mudou agora? — debocha sem entender.
— Um dia só nosso? — Questiono. — Qual é Rhys, hoje é a queda das Estrelas, planejei isso até o mínimo detale para que possamos ver.
— Fez isso por mim? — Não conseguia desvendar suas emoções.
— vou ficar cansada, não tenho tanta energia para criar uma ilusão, porém sim, fiz isso por você. — Afirmo segurando em suas mãos.
Em um segundo estamos no quarto, no outro, eu tinha nos levado para um ponto de uma montanha, próximo o suficiente para poder ver a queda das Estrelas e não sermos vistos. Rhys ainda estava rígido ao meu lado, ele estava tão calado que até fique preocupada, mas não disse nada, ele falaria quando estivesse pronto.
— vem, tem uma cesta de piquenique. — O puxo para o penhasco, era bem alto. — Que alto...
— tem medo? — Pergunta. — Você mencionou que pode conjurar asas. — entendi seu jogo, ele queria ver até onde eu poderia ir, acabei de demostrar que tinha mais poderes a minha disposição que os outros Grão-Senhores.
— Se quer fazer perguntas, apenas faça meu querido Rhys. — Debocho. — Sei que você sabe mais do que diz, ou acha que não sentir você fuçar mais do que deveria quando deixei você ver que era eu que criei a ilusão?
— Não vi nada me deter. — Devolve.
— estava muito concentrada em não estragar a ilusão, não tive tempo para dever você. — Falo sarcástica. — Não tenho tanto poder para fazer os dois, não agora.
— Seu nome real é Primavera? — Questiona e eu quase cai para trás, sério que ele tinha visto isso, por um segundo achei que ele tivesse visto mais.
— É complicado. — Falo de vagar, olhando para o céu. — Uma pessoa importante para mim, me chamava de Primavera, mas ela não está mais viva.
— sinto muito. — Foi sincero.
— tudo bem, eu gosto de Adhara também. — abro a cesta entregando uma garafa de suco para ele.
— Sério? Suco? — debocha incrédulo.
— estamos em uma fuga, não podemos ficar bêbados. — reviro os olhos. — mas se quiser tenho chá também.
— Suco está de bom tamanho. — Resmunga irritado. — que saudade de minha adega.
— Tenho saudade de pintar.
— Você pinta?
— mais ou menos, ainda prefiro o lápis e papel, porém também uso tinta. — me encolho. — nunca vou chegar às pés dela na pintura...
— ela, parecia ser importante para você. — me analisa cuidadoso.
— Sim, ela era. — Sorrio lembrado de minha mãe. — Já vai começar!
Como se me ouvisse, os pontinhos de luz choviam ao céu, era lindo, como estrelas cadentes em seu próprio brilho. Por um segundo tive inveja, elas dançavam sobre o céu como se fossem donas deles, queria tanto voar de novo, sentir que pertenço a algum lugar, e não uma invasora de um corpo que nem sabia se existia mesmo nesse mundo.
Conseguia ouvir os espíritos em sua travessia, podia sentir o tremer da terra os permitido um descanso merecido, e em meio ao som, me deixei cantar a melodia da terra, os dizendo adeus em uma melodia já esquecida, cantei ignorando a dor em minha garganta, cantei para que eles soubessem que não estão sozinhos, e então, se eles ficarem e no próximo ano tiverem que refazer tudo de novo. Teriam esperança para uma nova travessia.
Em algum momento da queda das Estrelas tive a impressão de escutar Rhys dizendo que eu não era uma invasora. E mesmo sabendo que era apenas uma ilusão, me apaguei a isso, com todas as minhas forças, me deixei acreditar em palavras imaginárias de minha própria mente.
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Corte de Flores e Luz.- Rhysand - ACOTAR
FantasyTrinta anos... Era o tempo que Amarantha tomou Prythian, destruindo tudo como uma grande torre de dominó, devastando muitos como uma pequena fagulha de fogo em meio a palha seca. Trinta malditos anos, anos esses que Rhysand tem que jogar, uma bela...