1- palavras ácidas em uma voz melodiosa

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um aviso da autora antes da iniciação da leitura, está história é uma one-shot dividida em quatro capítulos, já que os caracteres ultrapassam o permitido. Então caso achem a narrativa de certa forma acelerada, essa é a razão.

Joohyun amava viver em um mundo mágico, a magia à encanta, as suas belezas naturais para a pequena Bae, eram apenas belas histórias contadas por sua mãe, Bae Suzy, uma das bruxas mais respeitadas da aldeia.

Sua mãe sempre tratou sua pequena como um verdadeiro tesouro, não deixava jamais de cuidar de sua princesa, o que em algum momento se tornou um incômodo, já que apenas desejava ter ao mínimo a confiança de sua mãe para criar suas próprias histórias e experiências. E com isso, a pequena Bae tem sua mente sempre confusa. Não sabia ao certo o que fazer, seguir seus instintos ou obedecer a sua mãe. Todavia, para encontrar a calmaria em meio a sua confusão, sempre ia para um lugar especial para si, a principal floresta de seu vilarejo, e era exatamente lá que ela se encontrava no momento.

O pálido palmo de Joohyun escorava se em mais uma das cerejeiras de witbosie. Era finalmente o remate do verão, o outono estava cada vez mais próximo, tornando comum o tempo incerto da pequena vila. Os olhos curiosos e atentos da Bae, correram até uma das integrantes do grupo de fadas que encantavam-se por ali. Seulgi é como chama-se a mais bela e jovem das fadas de witbosie, aquela em que Joohyun mantinha seus olhos acastanhados atentos. Pele beijada pelos raios solares, traços marcantes e encantadores, pequenas pintinhas meramente calculadas para estarem em seu local correto, fios loiros e por fim, um sorriso brilhante como as estrelas; esta é a Kang, uma garota cuja beleza é inesquecível.

Há poucos dias a Bae havia conhecido Seulgi nos corredores escolares. Sua personalidade forte desconexa com sua aparência foi o bastante para despertar uma grande curiosidade da menor sobre si. Desde então, Joohyun têm a observado, e nestes exatos três dias, pôde contemplar a intrigante fada. Sua voz era doce, porém suas palavras podiam ser ácidas com uma facilidade inacreditável; seu olhar contém a habilidade incrível de ir a dois polos opostos em uma fração de segundos; a Kang é como limonada refrescante lhe esperando nos dias quentes de verão, deve ter cuidado para não ter o sabor cítrico além do desejado em sua boca.

A cada dia, o entusiasmo que a Bae continha em conhecer cada vez mais Seulgi tem crescido absurdamente. Suas peculiaridades a prenderam em sua órbita, onde seu mundinho girava ao redor da bela fada. Sentia-se enfeitiçada. Como poderia uma bruxa se deixar vencer tão facilmente? Talvez, todo aquele encanto fosse realmente mágico. Aprisionada em um beco sem saída, Joohyun vem criando coragem para cometer um ato em forma de desespero. Iria tentar realmente se aproximar da Kang, não como uma espiã mas sim como uma amiga. Esperava que pudesse finalmente ter a encantadora Seulgi próxima a si.

Então, assim surgia mais um dos planos mirabolantes da criativa Bae, que ao invés de somente ter uma conversa normalmente com a Kang, criou um plano de complexidade média para ter apenas uma conversa. Claro que tudo isso se devia à timidez de Joohyun, ainda mais quando se tratava de pessoas que eram aparentemente inalcançáveis para si, assim como Seulgi a aparentava. Correndo até sua casa, necessitando urgentemente de mais uns dos "chás da coragem" de sua mãe para o que está para vir logo a seguir, em mais uma das manhãs escolares.

...

Ainda com o uniforme do laboratório de magia, a Bae corria contra o tempo nos corredores escolares e, se tudo desse certo, encontraria Seulgi em poucos segundos, e só então, seu plano começaria para sua alegria. Suas mãos tremiam, e seus pés fraquejavam a cada passo. Estava deveras nervosa, se praguejava a cada vez que pensava em desistir de tudo e correr para a direção contrária. Estava decidida do que iria fazer, mas sua mente continuava a lhe pregar peças, "mas e se tudo der errado?" era tudo que mais temia, e exatamente o que sua consciência gritava. E como um choque de realidade, o sinal soou, fazendo com que Joohyun fosse para trás com o susto que tomara, e caindo bem nos braços de quem mais temia no momento.

‒ Parece que estamos sempre nos esbarrando, não é mesmo? ‒ Seulgi se pronunciou de maneira irônica, notando o estado de choque da menor, que sequer se movia em seus braços.

‒ Estamos, não é mesmo? ‒ Joohyun claramente não estava em seu estado de sanidade comum, rindo nervosamente e quase desmaiando bem no meio do pátio.

Estranhando todo aquele nervosismo, a Kang apenas despeja um sorriso sobre o olhar da Bae, preenchendo os olhos da bruxinha com um brilho inacreditável apenas com o ato, afinal, o que estava acontecendo com ela? Por que todo esse nervosismo? Talvez ainda estivesse em estado de choque, ou somente apreensiva pela sua recém caída, que resultou na conversa que fugiu durante todos estes dias. Durante alguns segundos elas ficaram em um silêncio completo, até que Seulgi fizesse menção de que iria sair, sendo logo impedida por Joohyun de maneira desesperada, contudo logo ela volta a uma posição "apresentável", dizendo de maneira totalmente impensada e impulsiva, o que mais pra frente se tornaria uma de suas maiores alegrias, e também, um dos seus maiores arrependimentos.

‒ Soube que daqui a alguns meses vamos ter uma chuva de diamantes na floresta central. Neste ano não tenho ninguém para ir comigo, e como a maioria das fadas de witbosie também não vão, queria saber se gostaria de ir comigo, mas tudo bem cas...‒ Antes mesmo que pudesse completar suas suas desculpas esfarrapadas caso fosse rejeitada, é cortada pela fala da Kang juntamente a um sorriso que crescia gradativamente, e por alguns segundos, Joohyun se perguntou mentalmente se havia sido mesmo cuidadosa ao observar a fadinha durante todo este tempo.

‒ Tudo bem, eu vou, mas deve esperar por mim. ‒ A olhou, inclinando a cabeça para o lado. ‒ As oito, abaixo da maior cerejeira da floresta, e devemos voltar antes da meia-noite para casa, preciso cuidar da minha irmãzinha.‒ Seulgi calmamente a responde sobre sua proposta impulsiva, com um sorriso em seus lábios, soando aos ouvidos da bruxinha como o mais puro e verdadeiro mel, capaz de com uma colherada, adoçar as mais profundas partes de sua alma; exatamente neste momento, sorriu, verdadeiramente, e deixando de lado todas as suas preocupações anteriores, afinal, era isso que Seulgi fazia consigo, a fazia se esquecer de todo o resto do mundo.

Não havia sequer notado que já deveriam estar em suas respectivas classes, apenas ficaram paradas no corredor conversando durantes horas, sem se preocuparem se estavam matando aula ou não, apenas estavam agindo de acordo com o que os seus corações as mandavam. Naquele momento, apenas desejavam se conhecerem mais, queriam mesmo manter uma amizade, cada uma com seus motivos, porém seus sentimentos são recíprocos, e é somente isto que importa agora.

chuva de diamantes | seulreneOnde histórias criam vida. Descubra agora