Capítulo 4

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Sim, meu querido pai pagou trezentos mil dólares para a família da garota que eu amava sumir de nossas vidas e hoje em dia, não sei onde eles estão. Talvez no Brasil, não tenho certeza.

Emma era uma bolsista que passou na prova para entrar no meu colégio, começamos a nos falar na biblioteca, quando peguei um livro para ela que estava em uma prateleira alta. Depois desse dia começamos a conversar e mesmo sabendo sobre sua casa, sua família, eu a amei e começamos a ter um romance, a melhor parte foi sentir que eu também era amado por ela.

Seu pai era americano e sua mãe brasileira e quando sua mãe veio pra cá, conseguiu um trabalho como uma simples garçonete em uma lanchonete. Seu pai frequentava bastante a lanchonete por ser amigo do dono, então, conheceu sua mãe, acabaram se apaixonando e anos depois, sua mãe ficou grávida. Eles tinham boas condições de vida, não era como a minha condição e de outras pessoas da escola, mas tudo estava estável em sua vida.

Eles moravam em um apartamento do governo, era pequeno, mas passei a amar aquele lugar e sempre ia para sua casa depois da escola para podermos ficar juntos, era incrível e eu nunca tinha vivido algo tão intenso.

Me lembro das comidas típicas brasileiras que experimentei por causa dela, era algo maravilhoso. A mãe dela nasceu e cresceu no nordeste do Brasil e sabia temperos ótimos, ela dizia que muitas pessoas achavam ruim e forte, mas era uma delícia.

Tudo estava indo muito bem, até eu decidir levar ela para jantar em casa para conhecer meus pais. Meu pai odiou saber que eu estava me relacionando com uma pessoa que não é da mesma classe social, disse coisas horríveis e sempre que ela ia em minha casa, ele fazia questão de tratar ela mal e deixá-la triste e depois de duas semanas mais ou menos, ele entrou em contato com a família dela e assinou um contrato para sumirem da minha vida, eu soube disso um tempo depois, Emma havia me bloqueado em todas as redes sociais, saiu da escola, saiu do apartamento onde morava, eu havia ficado louco, aí meu pai decidiu contar a verdade.

Ele disse que ofereceu trezentos mil e eles aceitaram, acredito que aceitaram por acharem que é muito dinheiro, mas não é! Tenho raiva dos pais dela hoje em dia, eles preferiram dinheiro do que ver a própria filha feliz com um garoto que ela gostava.

— O que? Como assim? — Louis pergunta, provavelmente não acreditando. Eu entendo, também não havia acreditado até ver o contrato.

— É isso mesmo. Meu pai não queria que ficássemos juntos, pagou trezentos mil dólares para eles sumirem e assinaram um contrato.

Louis está com a boca aberta em um perfeito 'O' e me olha como se estivesse com dó de mim.

— Eu sinto muito, Harry, imagino como deve ter sido ruim passar por isso, se quiser desabafar, estarei aqui, ok? — ele sorri.

Sorrio também, pensei em xingá-lo, mas ele está querendo ser legal comigo.

— Também já sofri por um amor uma vez, me arrependo muito, sabe? Toda vez que eu lembro, dói... foi a pior dor que já senti. — olho para ele. Quero saber a história, se ele chorar eu compro um vinho para nós dois.

— Estou curioso, continua.

Ele suspira e concorda com um aceno.

— Isso aconteceu aqui nos Estados Unidos mesmo, eu estava com catorze anos e conheci um garoto na minha antiga escola, o nome dele era Cody. Ele era moreno, tinha os olhos azuis... era muito lindo! Consegui fazer amizade com ele, estávamos bem próximos e eu me apaixonei, eu pensava que ele gostava de mim também e resolvi contar para ele, como eu não tinha coragem de contar pessoalmente, contei por mensagem e ele mandou eu o encontrar em um parque que gostávamos de ir. Eu estava muito feliz, achava que ele ia dizer: "eu também sou apaixonado por você, Louis". — Louis tenta imitar a voz dele, o que me faz rir.

Preso Em Você (l.s)Onde histórias criam vida. Descubra agora