Único

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Kuroo não sabia o que era amor, romanticamente falando. Em todos os seus 16 anos de vida a única relação amorosa verdadeira e bem estruturada que havia presenciado era de seu amigo Bokuto e seu namorado Akaashi.

Sentimentos eram confusos para ele. Quando pequeno seus pais haviam se separado e desde que seu pai sumirá do mapa, era apenas ele e sua mãe. Ela nunca havia arrumado outra pessoa, o que lhe fazia pensar que só se ama verdadeiramente uma vez. Viu? Confusos.

Por mais que seu coração fosse uma bagunça seu cérebro estava em total funcionamento. E se tinha algo em que ele era bom era exatas. Ele adorava a ciência, e por isso, recorreu à ela para entender as reações estranhas de seu corpo quando estava perto de seu melhor amigo. Depois de muita pesquisa e teorias malucas ele chegou a uma conclusão.

Seu relacionamento com o meio loiro seguia as três de Isaac Newton, mas ao contrário. Começando pela terceira.

" Toda ação gera uma reação igual ou oposta em intensidade"

Desde seu primeiro contato Kenma sempre fora muito quieto e antissocial. Já Kuroo era espontâneo e alegre. Ele sempre provocava o mais novo pois achava fofo a forma como suas bochechas inflavam quando ficava bravo, ou como coravam quando ficava com vergonha. Adorava o jeito como ele baixava a cabeça e mexia nos fios, um pouco mais curtos que o resto do cabelo, da franja. Ou como ele tentava segurar a risada quando achava graça de algumas das piadas horríveis de Kuroo.

Kuroo era a ação e Kenma a reação.

A segunda era a pior, na opnião dele.

"A mudança de movimento é proporcional à força motora imprimida, e é produzida na direção de linha reta na qual aquela força é aplicada

Seguindo a lógica fantasiosa que havia se instalado na cabeça de Kuroo, a "força" que mudara o rumo do relacionamento deles era a idade. Kuroo era um ano mais velho que Kenma e o seu último ano escolar havia acabado. Agora ele iria para a faculdade e Kenma ainda teria mais um ano no 'inferno', como o próprio intitulou.

Química era um curso complicado.

" -Só não mais complicado que a química entre a gente"

Era o que Kuroo tinha dito na última chamada de vídeo que tiveram. O meio loiro ficou estática por o que pareceu uma hora e por mais que o moreno o chamava ele não respondia. Quando pareceu recobrar os sentidos começou a xingar Kuroo pela "piada idiota", logo depois deu uma desculpa de ir jogar algum jogo e desligou rapidamente.

Como se ele pudesse se concentrar na droga' do jogo quando Kuroo, seu melhor amigo desde a infância, e por quem ele achava que tinha uma queda, havia lhe cantado. Óbviamente a única coisa que foi capaz de fazer naquela madrugada foi se remexer de um lado para o outro na cama sofrendo com a ansiedade e as paranóias.

Estavam apaixonados um pelo outro, era óbvio. Quer dizer, óbvio para todos menos para eles próprios. 

[...]

Quando Kenma finalmente entrou na faculdade o contato entre eles teve uma baixa significativa de 80%. Mal se falavam, não tinham tempo para isso. T. I. também não era um curso nada fácil.

Mas de todos a distância era o maior dos problemas. Kenma nunca iria admitir mas sentia falta do abraço apertado e quentinho de Kuroo, que sempre vinha acompanhado de um beijinho na testa.

Queria estar juntos, mas aquela era uma fase importante de suas vidas, não podiam largar tudo por causa do outro. Se fosse para ser o destino os uniria novamente, pelo menos foi isso que apareceu quando Kuroo fez uma pesquisa extremamente específica no google.

Então cada um seguiu seu rumo, sem olhar para trás. 

E a terceira (a favorita de Kuroo).

"De acordo com Isaac Newton todo corpo continua em repouso ao menos que seja forçado a mudar aquele estado por forças aplicadas sobre ele"

Por mais que se passassem anos nada mudaria. O seu coração sempre bateria mais forte quando visse Kenma. Kuroo acreditava que a Inércia se aplicava muito bem à essa reação. 

Quando estamos apaixonados o cérebro aumenta a produção de norepinefrina, quando estamos nervosos. 

Então a força que tirava seu coração do " estado de repouso" era o seu amor por Kenma, este que fazia seu cérebro produzir ainda mais dopamina e o fazer agir como um bobo apaixonado.

Quando ele se esbarrou com Kenma seu coração acelerou, a adrenalina corria em suas veias e ele não conteve e deu um forte abraço no menor. Kenma conteu um sorriso.

Conversaram brevemente sobre o bem estar de cada um, família, entre outras coisas.

Quando se despediram Kuroo sentiu uma pontada no coração, maldita Inércia. Ele gritou o mais novo que já estava a uma distância razoável de si e disse um pouco nervoso.

- Kenma, você...Bem...Você gostaria de sair comigo?

- Claro- ele sorriu- Que tal um café?

- Acho que não é bom eu consumir cafeína no momento- ele sorriu nervoso.

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Oiii!!!

Essa história tem um ponto de vista totalmente lúdico, ok?

É isso, espero que gostem!! Deixem o voto e comentem pra eu saber o que estão achando!!

Bjinhos!! <3

Inércia - OneshotOnde histórias criam vida. Descubra agora