Through Stones Segunda Temporada

The Little Flowers

- Então, voce é o Sam Heughan, não é?

Sam olhou para o cara loiro na frente dele, reconhecendo o sotaque irlandês, mas sem ter ideia de quem se tratava. Depois do papel de James Bond ele havia se acostumado com fãs do sexo masculino se aproximando timidamente.

-Sim, eu sou. Mas, olha, eu estou aqui com a minha família, então eu não sei se quer uma foto, mas se você quiser, eu te peço apenas que não tire fotos deles e que se for postar nas suas redes sociais nossa foto, espere algumas semanas. Pode ser?

O cara riu.

-Eu sei que voce é famoso, mas eu não estou aqui pra te incomodar com foto, cara. Eu sou Gregory, amigo de Caitríona. Na verdade, nós fomos namorados na juventude quando ela morou em Paris. 

Sam olhou Gregory atentamente planejando em qual lado da cara um murro faria mais estrago. Mas ele havia tido aquela longa conversa com Caitríona sobre ciúmes, então engoliu a vontade, estendeu a mão para cumprimentar o tal Greg,

-Ah,sim. Ela me disse que estão usando suas terras como locação. Prazer conhecer voce Gregory. Nesse momento Skye vinha se aproximando dele com uma flor, Sam instintivamente a segurou no colo e a garotinha logo ergueu a mão deixando claro que estava trazendo uma flor para mamãe. 

-Olha só o que temos aqui. Uma mini Caitríona.

-Caitríona é a mamãe. Respondeu Skye com um pouco de irritação na voz. Sam a colocou no chão e ela correu em direção a Hendrik que a esperava no balanço, junto com uma das novas amigas.

-Você deve estar se perguntando porque eu estou aqui não é?

-Sim, e tenho a impressão de que você não vai demorar muito pra me dizer.

-Eu nao sou um cara ligado nas futilidades de hollywood, mas tua fama te precede. E nem estou falando dos teus personagens, estou falando do tipo de cara que voce sempre demonstrou ser. Caitríona diz que está feliz com você, mas minha pergunta é até quando?

Sam nao podia acreditar no que estava ouvindo, daquele completo estranho parado na frente dele.

-Espera aí cara...voce acha mesmo que nossa vida te diz respeito?

-Calma aí, James Bond. Caitríona é alguém que marcou muito a minha vida.E eu sei que marque a dele. Nós tivemos uma história e eu tenho muito carinho e respeito por ela. Não quero que ela sofra.

-Gregory voce não sabe da minha vida, nem da vida da minha família. Eu o respeito como respeito qualquer amigo de Cait e sou amigo da maioria deles. Mas estou te avisando: cuide de sua própria vida, que da nossa vida nós ja cuidamos muito bem.

-Se voce a fizer sofrer, eu te encontro no inferno. Ele disse olhando Sam nos olhos. Sam olhou e viu os filhos no parque, em outra ocasião Greg teria engolido os dentes, mas ele apenas respirou fundo e disse:

-Está vendo aquelas crianças ali? Agradeça a elas o fato que voce está saindo dessa conversa com todos os ossos inteiros. E acrescente aos seus sentimentos por Cait, a gratidão por ela ter me tornado um cara melhor, ou voce seria também protagonista de mais um escândalo envolvendo meu nome. Só que dessa vez não seria boato.

-Pai...Algum problema? Sam não havia visto Hendrik se aproximar rapidamente e  chegar ao lado dele. Gregory olhou o garoto que se aproximava e percebeu que ele era uma versão mais jovem do seu rival. Nesse momento Hendrik tinha exatamente a mesma expressão do pai, certo de que algo ali estava errado.

-Nada demais, filho. Apenas um velho amigo da sua mãe que já está indo embora cuidar da vida dele.

Eram seis da tarde quando Caitríona terminou de gravar naquele dia. As cenas tinham sido extremamente emocionais e tudo o que ela queria era chegar em casa e ficar com a família, agradecendo ao universo porque  tudo estava bem. Personagens complexos e cenas fortes sempre a deixavam com essa sensação de precisar desligar e esse desligamento tinha que vir de algo que fosse exatamente o contraponto. Por isso no momento ela só queria a relação de verdade que tinha, os filhos no colo, o cotidiano de uma vida simples, dormir aconchegada no peito de Sam e ter aquela sensação de que não queria estar em nenhum outro lugar.