Capítulo 2

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Acordei eram 9 da manhã com o toque estridente de um telefone quando vi era o da moça.

Eu: Alô?

XX: Quem fala?

Eu: Natalie.

Priscilla: Ah... Oi Natalie, aqui é a Priscilla dona desse telefone.

Eu: Oh, bom dia... Você o esqueceu na mesa, fiquei o resto da noite com ele em meu bolso e acabei vindo com ele para casa.

Priscilla: Fez bem em guarda-lo para mim.

Eu: Quer que eu leve para você em algum lugar?

Priscilla: Eu posso ir até você, já fez muito guardando para mim.

Eu: Tudo bem, pode pegar no meu prédio.

Priscilla: Me passa o endereço – eu passei a ela – Chego em 1 hora.

Eu: Ok... – nos despedimos e desligamos. Eu tomei um banho, lavei meu cabelo me troquei e logo desci e ela chegou. Ela estava linda, não usava aquelas roupas formais que ela estava na noite anterior. – Oi...

Priscilla: Oi...

Eu: Seu telefone – dei a ela.

Priscilla: Obrigada. Minha vida está dentro desse telefone.

Eu: Imagino. Mas está ai seguro.

Priscilla: Preciso ir, tenho um compromisso agora.

Eu: Ok... Quer subir tomar uma água um café?

Priscilla: Deixa pra outra hora, realmente tenho que ir. Obrigada – me deu um beijo no rosto. O perfume dela era uma delicia.

Eu: Por nada... – ela entrou no carro e foi embora e eu subi. O cheiro dela ficou na minha roupa. Pensei naquela mulher o dia todo, não sabia o que estava acontecendo comigo. A noite fui trabalhar e cada pessoa que passava por aquela porta eu pensava ser ela. Logo o chefe chegou.

Rodrigo: Natalie, preciso que faça o show hoje. A Amanda não vem e eu não tenho dançarina. – eu não gostava de dançar. Eu recebia mais por isso, mas eu não gostava, fazia por necessidade. Detestava quando pessoas queriam shows particulares. Eu odiava o Rodrigo, ele era um dos donos do bar e ele não simpatizava muito comigo também. Na verdade nenhuma das meninas gostavam muito dele. Fui me trocar e fazer maquiagem. Eu me sentia tão vulgar, e aquela roupa me fazia ouvir as palavras da minha mãe dizendo que eu não passava de uma piranha. Tomei um copo de uísque e fui para o palco. A musica começou a tocar e eu comecei a dançar. Lá nenhum homem tocava nos nossos corpos, não era permitido. Depois de 20 minutos no palco eu desci, tomei um banho rápido e me troquei voltando para o bar. A campainha tocou era da área vip. Eu subi para atender e assustei. Era a Priscilla.

Eu: Oi... – sorri de leve e ela estava muito mais séria que o normal.

Priscilla: Oi... Uma garrafa de uísque por favor.

Eu: Ok, vou buscar. Mais alguma coisa?

Priscilla: Não – ela estava sendo bem ríspida. Eu desci peguei a garrafa de uísque dela levei até lá. – Não sabia que era dançarina aqui.

Eu: Raramente. Não gosto, mas quando é preciso não posso recusar, afinal eu preciso do emprego.

Priscilla: Dança pra mim...

Eu: Não... Não é uma boa ideia.

Priscilla: Você dançou para uns 100 homens e mulheres, qual o problema de fazer uma dança particular? Eu vou pagar, não é de graça não – falou grosseira e aquilo me deixou com raiva.

Eu: Está me desrespeitando – meu coração estava acelerado. Ela parecia outra pessoa. Ela pegou no meu braço.

Priscilla: Te desrespeitando? Você estava quase pelada lá embaixo... Eu quero que dance pra mim. – falou apertando meu braço e seu hálito de álcool estava extremamente forte além dos seus olhos muito vermelhos.

Eu: Me solta, você está me machucando – tentei me soltar e não consegui então eu dei uma bofetada nela a fazendo me soltar imediatamente. Levei as mãos na boca e vi o Rodrigo no balcão lá embaixo vendo tudo aquilo. Ele imediatamente subiu as escadas.

Rod: VOCÊ ESTÁ MALUCA? DESCE AGORA... – gritou comigo me empurrando para fora. Só o ouvi se desculpando com ela – Desculpa senhora Pugliese, ela nunca agiu assim... – eu fui para o vestiário muito nervosa. Meu coração parecia querer sair pela boca. Depois de 10 minutos ele veio. – Arruma suas coisas e vai embora.
Eu: Rodrigo, ela me agarrou, ela foi grosseira comigo. Eu me defendi.
– tentava me explicar.

Rod: Você bateu nela. Você sabe quem é aquela mulher? Se ela quiser piscar e acabar com esse bar, ela faz isso Natalie. Não posso permitir esse tipo de coisa aqui. Pega suas coisas e vai embora. Eu não vou falar de novo. Amanhã a tarde passa aqui para pegar seus direitos. – saiu batendo a porta. Eu chorei e chorei muito. Eu não podia perder aquele emprego. Eu precisava daquele dinheiro mais que tudo, por mais que eu não gostasse de lá. Peguei tudo que era meu, peguei meu capacete e fui embora. Cheguei em casa coloquei um pijama e me sentei no sofá. Chorei pensando no que eu faria da minha vida dali por diante. Eu não sabia o que fazer. Aquela mulher acabou com tudo. Mandei mensagem pra Liz contando o que houve e ela achou um absurdo. Disse que na segunda quando chegar, a gente conversa e pensaremos juntas numa maneira de conseguir outro trabalho rápido. 

NATIESE EM: NOSSAS VIDASOnde histórias criam vida. Descubra agora