MULHERES SEM TEMPO
Mulher Do latim "Não devo ser obrigada a nada"
Meu caro amigo, meus amigos.
Elas não tem tempo.
Elas precisam correr, nessas ruas escuras,
Não podem esperar.
Mas elas tentam, tentam nos esducar.
Mas nós mesmos temos que nos esforçar,
E com nossos erros aprender
As garotas, estão ocupadas, tentando não morrer.
Ela trabalha fora
Ela tem que estudar
Marias, Marieles, Cesária
a toda hora Necessária
Carregam consigo
O "BASTA! NÃO QUERO SER ASSEDIADA!"
Assobio Buzinadas
E só olhar MATA?
Mulher Trans Cis Pobre Negra
Morre Morre Morre
A paz? A paz é uma senhora classe média
Que de tão branca, é pálida
Necessita de sangue
Sangue feminino.
Nesse sistema
Cheio de faceta e facista
Ela não quer parabéns
Nem dedicatórias
Quer o direito
Sobre seu corpo
E sua vida!
Não quer só romantismo
Cavalheirismo
E sim!
O fim do machismo!
Quer não morrer Quando a máquina apita
Acelera
E seu braço fica
E sangra
Amputa
E dilacera.
Quer não sangrar
Não ser esquartejada
Mutilada
E queimada
Só por ser uma mulher
Livre dos padrões
Da tua escala.
Não quer o tiro
Na volta pra casa
A faca apontada
E ser obrigada
A abrir as pernas
Ter a roupa rasgada
E ser estuprada
Não quero luz no útero.
Quero poder escolher
O que coloco no mundo
E se quero
E se posso
E se não
Poder dizer que não
Sem morrer no escuro.
8 de março
Não é só poético
É fogo
É mão esquerda pro alto
É longe do abraço
E perto do suspiro
Daquele minuto 60 segundos
De olhar nos olhos
De cada mulher
E o que for dito
Ser compreendido
Por todas que são oprimidas
E que pulsam
Resistindo
Lutando
Gritando
A todos os pulmões.
Elas estão de pé
E cara, cuidado
Essas mina,
Essas mana,
Essas mona
São barra pesada
Pra detonar o seu privilégio
Que o
Vaticano
Os tio de branco
Os bolsonada
Seguram a todo custo
E caro amigo,
Não tem revolução
Presta atenção
Não tem revolução
Se as mulheres
Que resistem
Não estiverem a frente
Lutando para serem
Quem ELAS são!
O ato meu caro É muito além de um desabafo!
(É só o percurso do estrago)
Viva as mulheres.
