Baratinha_ 3racha

capítulo único

— Quero um gato. — Jisung fez bico de forma manhosa.

— Chan, o Minho ‘tá colocando coisa na cabeça do Jisung de novo. —Berrou Changbin para que Christopher ouvisse do escritório.

—Ah, por favor, Binnie, o Minho disse que os filhotes do Dori tão ‘pra adoção. — Abraçou o braço do mais velho e se apoiou nele. —Nós já parecemos um casal de lésbicas mesmo.

—Dori é macho? — Fugiu discretamente do assunto, realmente pareciam um casal de lésbicas não havia como discordar, os três se apaixonaram e foram morar juntos em menos de dois meses apenas.

— Changbin você não tem amor a vida?! Se o Min te escutar falando isso você é um anão morto! — A risada escandalosa dos dois loiros da casa pode ser ouvida em todo o apartamento – mesmo o mais velho estando distante-, enquanto um pobre esquilo desviava de tapas de um gnomio raivoso.

Estavam dando o quilo do almoço naquele momento, digerindo seus alimentos, transformando oxigênio em gás carbônico, ou seja, de preguiça enquanto o mais velho de todos trabalhava.

Algo muito comum, Han sempre trabalhava de forma rápida e ia descansar, Seo tinha seus picos de energia e sempre se apertava com o prazo, já o Bang trabalhava sempre que possível dava pausas ao longo do processo. Era um dia comum para o trisal, à tarde comum de uma quinta-feira comum.

— Han Jisung que merda é aquela na parede?— Um ponto marrom voou e pousou na parede cinza, ao lado da estante.

— Uma barata!— Pulou para o lado oposto em que ela se encontrava e levou a coberta junto de si.

Aos berros os dois se abraçaram no canto do quarto com o cobertor. Não que estivessem com medo de uma baratinha, não, mas quando uma barata voa não existe soldado que fique de pé.

— Mata ela Changbin, você é o hetero top da academia. — Empurrou o mais baixo na direção do animal.

— Nem fudendo Jisung, e se ela voar na minha cara?! — Desvencilhou do empurrão do outro. — Fica de olho ‘pra ela não fugir, eu vou chamar o Chan.

— Eu não vou ficar sozinho com ela Binnie, vou chamar o ele e você olha então.

— Também não quero ficar sozinho com ela, eu vou chamar, a ideia foi minha afinal. — Encararam um ao outro com tamanho fervor que se não fosse pela barata teriam colado os lábios ali mesmo.

—Bin não faz isso, por favor. — Apelou beijando o pescoço do mais velho.

Jisung pareceu tão manhoso que naquele momento o Seo até cogitou matar o inseto ele mesmo. Estava tão distraído com os selinhos e chupões que recebeu na nuca, Chang apenas saiu do transe que estava ao sentir patinhas passearem por sua meia.
Ambos gritaram de forma estridente- Jisung um grito fino e o outro um grito quase rouco.

Enquanto isso, na parte menos caótica da casa, estava Christopher com fones de ouvido grandes bloqueando os sons externos.

A melodia o distraia de tamanho amor pelo tal modo, amava usar uma batida sexy com alguns elementos do rock na hora de compor, era excitante.

Estava tão focado na musica que apenas removeu os fones quando foi alongar o corpo e os músculos doloridos, assim pôde ouvir dois gritos ecoando pela casa exatamente no mesmo momento, quem ouvira de fora do quarto provavelmente pensaria que algo grave acontecia.

Correu para o quarto do trisal para finalmente entender o que se passava- infelizmente acertando o mindinho no pé da mesa durante o processo- ao chegar na porta observou a cena mais patética de toda sua vida: dois marmanjos por volta dos vinte anos, gritando e correndo de um simples inseto.

— Eu não acredito que quase quebrei o pé por isso... — Murmurou indo em direção a barata com um chinelo aleatório em mãos. — Pronto! Changbin vai limpar. — Disse ao espremer o ser marrom com o calçado.

— Por que tem de ser eu?! — Questionou irritadiço.

—Porque eu pedi e se o Sung for limpar ele vomita, então seria mais coisa ‘pra limpar. — Jogou-se de costas na cama, estava completamente cansado, porém não bravo de verdade.

O de fios negros foi resmungando palavrões enquanto buscava um papel higiênico para limpar. Sung se aproveitou da vulnerabilidade do maior e deitou-se sobre o corpo dele, deixou beijos em seus ombros, pela clavícula, pelo pescoço e indo até o maxilar. Chan arfava e relaxava com os carinhos dele, sabia que ali estava seguro.

— Caralho eu to aqui também. — O baixinho voltou mais rabugento que antes, sentiu o aperto de Chris em sua cintura o fazendo praticamente calar a boca, ocupando-a com seus próprios lábios em formato de coração.
Uma bagunça, eles eram assim, uma mistura de suor e saliva, juntos os três eram um só.