— O QUE ESTÁ ACONTECENDO? — perguntou Sarah, sentindo as rochas irregulares vibrarem sob seus pés. — É um terremoto?
Gale não respondeu.
Os dois se balançaram mais uma vez, acompanhando o ritmo do tremor involuntariamente, Sarah fitou Gale e um arrepio percorreu sua espinha, a onda de pavor tomando conta de seu corpo. Era possível ler em cada linha daquele rosto pálido: algo deu errado.
Muito errado.
Christine ainda permanecia de pé, imóvel, em frente a criatura branca e horripilante. Sarah ponderou suas opções. Dessa vez, não existia mais nenhuma barreira separando-os. Imediatamente, ela percorreu todo o perímetro da gruta com os olhos e avançou dois passos em direção ao lago. Se fosse rápida o bastante, poderia tirar Christine daquele transe e sair correndo dali.
Mas bastou pensar na possibilidade que a caverna inteira reagiu, chacoalhando pela pela terceira vez. Sedimentos caíram em cima de suas cabeças quando as rochas se partiram.
— Sarah, não se mexa! — repreendeu Gale, alterando seu tom de voz. Ele segurou-a com firmeza, impedindo que corresse na direção de Christine. — Esse lugar está instável, não faça nada idiota. Já concordamos o acordo, o guardião não vai nos deixar sair daqui sem completar o ritual.
— O único idiota aqui é você — e vamos acabar morrendo por isso, pensou. Sarah não queria obedecê-lo, só o que fizeram até aquele momento foi ouvi-lo e nada de bom aconteceu. Decidida, chutou o calcanhar de Gale com toda a força, puxou seu braço e correu até Christine.
No entanto, antes que pudesse chegar até ela, um som agudo e ensurdecedor, seguido de um zumbido, invadiu seus ouvidos. Era impossível saber de onde vinha aquele barulho. Ela girou o corpo para trás e avistou Gale cair de joelhos no chão, tapando os tímpanos com as mãos exatamente como ela fazia.
Partindo da escuridão, uma sombra crescia cada vez mais e tomava forma à medida que se aproximava da luz. Gale gritou, mas era impossível para Sarah ouvir qualquer coisa além daquele som estridente, era como se mil navalhas perfurassem o ouvido. A cabeça parecia querer explodir.
Sarah sentiu algo quente e líquido molhar seus dedos e escorrer pelo pescoço. A cabeça e a orelha interna doíam. Quando achava que não conseguiria mais suportar, de súbito, o barulho cessou. Um alívio a preencheu assim que afastou as mãos da cabeça e pôde ouvir o silêncio.
Sarah afastou as mãos do rosto e pôde ver o filete de sangue entre os dedos. As pernas bambearam e ela caiu. Não demorou para Gale correr em sua direção — mesmo sabendo que ela recusaria sua ajuda.
Os dois pararam de se movimentar quando um assobio familiar ecoou pela caverna. Gale se virou na direção do corredor de pedras pelo qual eles adentraram a gruta minutos atrás e uma voz masculina irrompeu o quase silêncio.
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A ÚLTIMA GUARDIÃ | AS SAFIRAS LUNARES
Fantasía#Fantasia #Romance #Aventura. . 2° em magica . 10/05/2018 4° em magica. 09/10/2018 Ficção Adolescente/ Infanto-juvenil SINOPSE DENTRO DO LIVRO ------------------------------------------------------ Esta é uma degustação, você poderá encontrar...