Any Gabrielly é a pilota mais famosa no ramo do kart brasileiro. Ao se mudar do Brasil com destino a Los Angeles para concorrer a corrida mais importante de sua vida, ela conhece Josh Beauchamp, seu colega de equipe. A brasileira que sempre foi obce...
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— LAMAR MORRIS
Vá em frente e chore, garotinha Ninguém faz isso como você Eu sei o quanto isso significa para você Eu sei que você tem problemas com o papai E se você fosse minha garotinha Eu faria o que pudesse Eu fugiria e me esconderia com você Eu amo que você tenha problemas com o papai E eu também tenho
DADDY ISSUES | The Neighbourhood
Até onde você iria pela sua família?
É uma pergunta exageradamente difíceis para alguns. Ao longo de toda a vida escutei tantas reclamações vindo de pessoas ao meu redor sobre como seus pais eram pessoas desprezíveis e de fato, eu conheci muitos progenitores dignos de serem nomeados como monstros. Para mim, a família teve um significado muito genuíno. Nunca tive problemas com os meus pais. Na verdade sempre os achei incríveis. A forma como me criaram, o apoio, o amor… Eles poderiam ser facilmente eleitos os melhores do mundo no quesito paternidade. Eu me sentia na obrigação de retribuir todas essas coisas independente da maneira que fosse.
Apesar de tudo, meu pai era um homem de valores consistentes, o qual se encarregou de me educar da melhor forma possível. Foi com ele que aprendi tanto sobre lealdade e também como, nas adversidades, a união de uma família se torna mais sólida. Para cuidar da nossa base, sacrifícios se faziam necessários e você deveria estar disposto a realizá-los.
Quando cheguei a uma certa idade, também chegou a hora de retribuir tudo o que meus pais me deram durante a vida inteira. Uma vez em Los Angeles, eu só tinha uma única missão: cuidar dos negócios da minha família nos Estados Unidos e ainda assim, consegui me desviar no primeiro contato com a líder de torcida loira, de olhos azuis e extremamente metida.
Savannah Beauchamp foi o sopro de ar fresco em meus pulmões que eu nem sabia precisar até ficar de cara com a loira.
— Eu estou em uma festa, sabia? Podem me deixar em paz por uma única noite? — Questionei acordando dos meus devaneios.
A cada segundo a mais cronometrado no visor, eu sentia minha paciência se esvair pelos ares. Ao fundo, eu podia escutar os xingamentos de mamãe, reclamando o quão mal educado eu havia me tornado e como os anos em um internato faziam faltam no auge dos meus dezoito anos.
— Tudo bem, Lamar. — O homem do outro lado da linha suspira desapontado. — Aproveite sua festa e não esqueça de me ligar logo pela manhã. Amo você, filho.
— Amo você, papai. — Digo antes de desligar.
A música alta me lembrava que eu deveria me divertir, só não havia nenhum ânimo em meu organismo para isso. Minha mão subiu até a nuca e massageou os músculos rígidos, buscando alívio.
