Quatro anos e meio depois que a vida de Ana Lívia virou de ponta cabeça, a mineira tenta sobreviver a sua maneira, cuidando sozinha de seu filho, Dudu, e trabalhando em um emprego que pode não ser dos seus sonhos, mas supre seu desejo em permanecer...
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Ana Lívia não conseguia se mexer, ela sequer sabia se conseguiria respirar novamente. Um milhão de coisas estavam se passando em sua cabeça e seu raciocínio não estava dando conta de processar nem um terço do que estava acontecendo.
— Não, não... — a jovem balançou a cabeça, na esperança de ser um sonho e acordar com os movimentos contínuos. Ela beliscou o braço esquerdo e a única coisa que sentiu foi o puxão ardido na pele clara, deixando uma marca vermelha que logo desapareceu.
Aos poucos ela conseguiu se mover novamente e ficou de joelhos, o braço esticado para alcançar os outros testes na bancada da pia. Se sentou mais uma vez no chão frio e olhou de um teste de gravidez a outro, não acreditando que todos mostravam o mesmo resultado.
Não, não estava sonhando. Realmente estava grávida e se o teste mais minucioso estivesse certo, já estava de 3 semanas.
Ana forçou o cérebro a voltar a funcionar e fez as contas rápidas na mente, mas ela sabia que não precisava de tudo isso. A única pessoa com quem tinha passado a noite nas últimas semanas, havia sido Chanwoo.
Não esteve com mais ninguém depois dele e mesmo que tivesse, a única vez em que fizera algo desprotegida, havia sido com ele.
Ana Lívia sentiu o choro subir na garganta, as lágrimas se acumulando na margem dos olhos e o coração batendo em desespero.
Como eles chegaram a esse ponto? Como ela se permitiu transar com ele sem ter certeza de que podiam se proteger? Pelo amor de todos os deuses! Pleno século 21 e eles realmente não se atentaram a esse detalhe de extrema importância?!
Estavam tão cegos de desejo que apenas se entregaram um ao outro sem nem pensarem nas consequências que isso implicaria?
— Respira, Ana, respira... — ela recitou para si mesma, de nada adiantaria ficar fazendo milhões de perguntas que não tinham mais respostas. Já havia acontecido, não tinha como voltar atrás.
Ela se forçou a levantar, os soluços presos na garganta enquanto ela tentava não chorar alto o suficiente para que sua mãe entrasse no quarto e...
Sua mãe. Seu pai... Céus, o que ela faria agora?
Como que ela conseguiria contar aos pais que estava grávida com apenas 18 anos? Ela nem havia se formado no ensino médio!
Ana Lívia recolheu as embalagens de teste e enrolou todas em uma toalha de rosto antiga que encontrou no armário do banheiro e enfiou no lixo, camuflando o tecido com papel higiênico e embalagens de absorvente.
Não, ela não se preocuparia em contar aos pais ainda. Ela não podia derrubar essa notícia no colo deles sem antes tentar resolver por conta própria. Ana conhecia o pai e tinha total consciência do que ele faria se lhe contasse que estava grávida antes mesmo de entrar na faculdade.