• Tomás •
Bom, depois que levei um tapa do meu pai, só consegui chorar sem parar em meu quarto. Depois de um tempo, sai pra rua pra respirar um pouco de ar livre. Minha mãe até que tentou conversar comigo mas eu não estava nada no clima, já que com certeza ela iria defender o meu pai.
Continuava caminhando por aquela rua que parecia estar deserta, sem sequer algum carro passar por ali quando avisto um menino saindo de uma das casas, a mais pequena da rua, indo até a lixeira deixando uma sacola lá dentro.
Eu conhecia aquele menino, quando mais me aproximava mais eu tinha certeza disso, mas por causa do boné dele estava difícil ver o seu rosto. É ELE! É o Alex, como que eu não percebi antes, mas o Alex mora aqui?
Me aproximo do mesmo e quando ele me percebe, abre um largo sorriso e vem ao meu encontro:
- Não acredito, o que você tá fazendo por aqui?! - Alex perguntou
- Eu que deveria perguntar isso - ri do mesmo - Eu moro aqui poxa.
- Você tá zoando com a minha cara! Caralho então nós somos vizinhos Tomás.
- Você mora aqui?! - perguntei e ele apenas confirmou com a cabeça
- Fico feliz de ter um vizinho tão gato como você.
Alex disse e eu apenas senti minhas bochechas arderem de vergonha.
- Tá, por que você tá tão estranho?! Tá cabisbaixo? - suspirei fundo ajeitando meu cabelo
- Só aconteceram algumas coisas em casa que não tô a fim pra falar sobre.
Senti meus olhos se encherem de lágrimas novamente que limpo rapidamente. Quando olhei pra Alex, ele parecia perdido sem saber o que fazer tadinho.
- Você quer entrar? Minha mãe não estão em casa e a gente assiste um filme, se distrai, sei lá.
Pensei alguns segundos mas resolvi aceitar. Não tinha nada para fazer, e mudar meus pensamentos pra qualquer um que não esteja associado ao meu pai, é o melhor pra se fazer agora.
Ele abriu o portão e entramos em sua casa que não é pequena e nem grande, simples mas sofisticada, com uma decoração linda, cheia de plantas e suculentas pra todos os lados, um lugar que você se sente confortável só de estar ali (talvez a energia das pessoas ajuda com isso).
- É... só não repara a bagunça, eu estava arrumando agora. - ele tacava algumas almofadas que estavam no chão para o sofá
- Quer que eu te ajude? - ri vendo seu jeito meio desastrado
E foi isso que fizemos na maior parte da tarde, arrumamos a casa dele e por mais que seja estranho dizer isso, foi incrível! Colocamos música em uma caixinha de som bem alto, dançamos e cantamos sem parar, escorregamos na água com sabão que jogamos em sua garagem, lavamos louça jogando sabão um no outro, no final estava ambos sujos e fedendo com a roupa toda molhada.
- Ai, cansei viu! - ele bufou e logo riu
- Ah até que foi bom para uma programação de terça a tarde vai. - respondi
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Por mais dias assim
RomanceOi?! Eu não tenho a mínima ideia de como eu vim parar aqui. Mas tá, vamos lá! Me chamo Tomás, vou começar a cursar o segundo ano do ensino médioe num ataque de surto da minha mãe nos mudamos (fui praticamente obrigado) para a capital de São Paulo. M...