Capítulo 18 | Como voltar para casa
Busco o olhar de Leo em procura de socorro, mas ele sabe tanto o que dizer em seguida quanto eu. Rosa, por um milagre, espera quieta, em expectativa.
- Uma surpresinha aqui – digo, gesticulando na região da barriga. – Coração de mãe...
- Meu Deus! É isso mesmo?! – pergunta Rosa, pulando da cadeira.
Afirmo que sim com a cabeça, feliz e aliviada com a empolgação de Rosa.
- Meus pombinhos vão aumentar o ninho, que notícia maravilhosa! Por que não me contou quando nos encontramos? Teria comprado um presente de boas vindas para o bebê, preparado um quartinho para ele! Já sabem se é menino ou menina?
- Menino. – digo, agradecida por Rosa fazer tantas perguntas de uma vez que não preciso responder exatamente a todas elas.
- Mas que gracinha! Será tão lindo quanto a mãe, e fofo quanto o pai. – diz Rosa, atravessando seu braço pela mesa para apertar as bochechas, já forradas de bolo, de Leo.
- Desculpe não ter te contato antes, Rosa. – me sinto na obrigação de dizer.
- Queria me fazer uma surpresa, não é?! - diz ela em tom de quem adivinhou um segredo.
- Sim, exatamente! – aproveito a deixa. – Sei como você adora surpresas.
- Tem razão, queridinha! Me conhece tão bem! Só lamento não ter preparado nada de especial para o bebê.
- Imagine, nem precisa se preocupar, Rosa. Você já está fazendo tanto por nós. – agradeço.
- Ah, Anna, é um prazer. – diz ela, se emocionando. – É a notícia do ano! Nem acredito que vou poder acompanhar o crescimento dessa ervilhazinha de tão perto. Aliás, Leo...
A chamada repentina de Rosa pega Leo de surpresa. A esta altura ele já está investido no banquete à nossa frente. Preciso me controlar para não rir de seu susto com a súbita menção de seu nome. Ele tenta termina de morder o sonho gigante em sua mão e mastigá-lo o mais rápido possível para conseguir responder, mas a hiperatividade de Rosa não a deixa esperar.
- Tenho que te apresentar para o meu maridão. – continua ela. –Anna comentou que você concluiu seu trabalho temporário há pouco tempo. Pedi para que ele veja se consegue te encaixar em algum serviço por aqui.
Leo acena com a cabeça em afirmação e faz barulhos estranhos com a boca fechada. Deve querer agradecer, mas ainda tem comida demais em sua boca para conseguir pronunciar qualquer palavra. Que desastre. Ainda sem disposição de esperar que ele engula sua gulodice, Rosa consente em resposta com uma expressão simpática e se vira novamente para mim, ficando séria de repente.
- Anna, até quando você acha que consegue trabalhar?
- Eh, não sei... – respondo, insegura, não tinha pensado nisso ainda. – Até nascer? Nove meses? Quero te ajudar o máximo que puder.
- É claro que eu não deixaria você se esforçar muito, minha querida. Mas pensei em, assim que decidirmos definitivamente por uma locação e administrações iniciais, você me ajudar a selecionar meus futuros contratados e os treinar. Seria um processo sem exigências físicas para você, vou garantir também que não seja psicologicamente cansativo. O que você acha?
- Acho perfeito! Com certeza posso fazer isso. – me animo.
- Vamos treinar um exército de Annas! Não seria maravilhoso?! – pergunta ela, empolgada, soltando mais uma de suas típicas gargalhadas.
Ela se vira para Leo em busca de apoio. Ele ainda come. Por incrível que pareça, um novo pedaço de bolo já está em sua boca, repleta de farelos ao redor. Ainda assim, ele consegue rir o suficiente para que Rosa se satisfaça e retorne seu foco para mim.
- Agora só precisamos ver se organizamos primeiro um Chá de Cozinha ou um Chá de Bebê! – diz ela, fazendo com que Leo se engasgasse.
- Claro. Uma coisa de cada vez. – respondo, sorrindo, embora completamente sem graça.
Um segredo de cada vez.
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Um amor para toda vida e nada mais [COMPLETO]
Roman d'amourNo momento mais desesperado de sua vida, Anna descobre que tudo depende de uma segunda chance. Aos 28 anos de idade, Anna acredita que sua vida já está completamente fora de controle, seja culpa do retorno de Saturno, outro motivo cósmico, cármico o...