Capítulo 34 | As long as stars are above you

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Capítulo 34 | Tão grande quanto as estrelas sobre você

Deixar um Leo tremendo de nervoso para trás foi quase mais difícil do que o parto em si. Quase. A dor ao passar um bebê pelo seu ventre é realmente inigualável. Assim como a emoção ao tê-lo colocado em seus braços em seguida. Agora entendo porque tantas mulheres dizem ser este o momento mais feliz de suas vidas. Foi o meu. Seguido pelo minuto em que Leo entrou no quarto, sorriu para mim com lágrimas presas aos seus olhos e veio até nós. Seu beijo na testa de nosso filho e seu sorriso inabalável jamais sairão de minha memória.

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A recuperação pós-parto é mais tranquila do que eu poderia imaginar, considerando que não sou a pessoa mais otimista dessa família. Leo com sua presença permanente e seu violão ao meu lado ajudam bastante, admito. Ele canta uma versão linda de "How Long Will I Love You?" enquanto o bebê dorme em meus braços após almoçar. A voz de Leo parece acalmá-lo.

Uma batida na porta cessa a canção e revela o rosto feliz e curioso de Rosa.

- Olá! Licençinha. – diz ela.

- Oi, Rosa, pode entrar. – respondo.

Ela passa pela porta e aponta meio sem graça para o lado de fora, indicando Jorge do lado de fora.

- Jorge! Não seja tímido. – diz ela, rindo do marido.

Ele entra no quarto como que pisando em ovos e fecha a porta atrás de si enquanto Rosa se aproxima do bebê.

- Olá, mamãe. É que não sabia se você estava em um momento íntimo. – diz Jorge.

- Não, tudo bem. – respondo. - Ele está dormindo. O Leo parece não querer deixar com essa cantoria, mas o garoto tem o sono tão pesado quanto o dele.

- Ei! – exclama Leo, em seguida baixando o tom, enquanto Rosa chega um pouco mais perto, o admirando como se fosse a oitava maravilha do mundo. - Eu fiz o garoto dormir com a minha música. Conta a verdade para eles.

- Então ainda estamos na base do "garoto" por aqui, é isso mesmo? – indaga Rosa, levemente indignada.

- Na verdade, não. – digo, jogando um olhar cúmplice para Leo. - O Martin está dormindo.

- Martin? – pergunta Rosa com a cara de quem cheirou algo ruim.

Jorge, agora já ao lado dela, dá um cutucão na esposa.

- É. – respondo simplesmente, sorrindo satisfeita para Leo.

- Foi minha ideia. – diz ele, orgulhoso.

- Não estou surpresa. – cochicha Rosa para Jorge, mesmo que todos possamos ouvir.

- É uma homenagem para a vó Marta. – completo.

- Ah, sim! Está explicado. – respira ela, aliviada. - Que gesto bonito, queridos. Agora já gostei!

Leo, ainda abraçado com seu violão, aponta com o dedo indicador o lado esquerdo de sua têmpora, indicando sua esperteza, e me lança uma piscadinha. Rosa o ignora, dá um passo em minha direção e segura minha mão.

- Ai, Anna. Eu só estou feliz por ter corrido tudo bem. Ele é tão lindo e saudável!

Os olhos de Rosa começam a lagrimejar como os de uma tia coruja, que, aliás, não há dúvida que ela será.

- É realmente um grande garoto... O Martin! – diz Jorge, também admirando meu bebê.

- Bom! – exclama Rosa, espantando as lágrimas de seu rosto. - Vamos deixar vocês descansarem, porque Eva acabou de ligar dizendo que ela e seu pai finalmente conseguiram ajeitar as coisas por lá, colocar a vó Marta no carro - o que, segundo sua irmã, demorou cerca de duas horas - e estão à caminho! Acho bom você tirar uma soneca antes de ter mais visitas, não?

- Sim, seria bom. – admito.

- Dizem que nesses primeiros anos é bom os pais aproveitarem para dormir enquanto a criança também dorme, então...

- Primeiros ANOS?! – pergunta Leo assustado.

- Se prepare para a maior aventura da sua vida, rapaz. – comenta Jorge.

Leo olha espantado para mim, buscando uma indicação de que eles estão brincado, mas apenas consigo rir em resposta. Ele é desavisado, mas tenho certeza de que será o melhor pai do mundo.

- Você vem? – pergunta Rosa para Leo.

- Não, de jeito nenhum. – responde ele. - Pelo visto é bom que eu aproveite enquanto o Martin aqui está tirando uma soneca para ter um momento a sós entre nós, isso sim. – continua, largando o violão no sofá.

Rosa e Jorge concordam, e nos deixam sozinhos no quarto. Um bebê que não tem ideia de onde está se metendo, uma mãe cansada e um pai que faz de tudo para tentar encaixar seu corpo largo em uma cama de hospital.

Um amor para toda vida e nada mais [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora