➵ 48 | adeus, girassol

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Any Gabrielly

Caminhei até Josh devagar, sem desgrudar meus olhos dos dele. Quando estava perto o suficiente, ele apoiou suas mãos em minha cintura e se esquivou para me dar um beijo. O beijei com muita vontade, aprofundando ainda mais o toque depois que senti o quão cheiroso ele estava. Eu poderia morar em seus lábios se pudesse.

— Calma... já vamos chegar lá. — ele disse ao se afastar, abrindo um sorriso. — Espero que tenha gostado do presente. — entregou-me a rosa que segurava.

— Presente? Você comprou um shopping inteiro pra mim. — exclamei o fazendo rir.

— Escolheu o vestido de noiva? — uma animação brilhou em seus olhos.

— Não. James sugeriu que nos casássemos na praia e eu adorei a ideia. Então ele trará outros modelos.

— Em que praia você quer se casar?

— Malibu...? — eu estava meio incerta sobre isso. Talvez ele achasse insano demais.

— Ok. Malibu. — falou com naturalidade.

— Tudo bem ser em outro estado?

— Sim. Eu posso alugar um avião para os passageiros. Tenho um amigo que é dono de um hotel em Los Angeles, posso pedir que reserve o local para nós e nossos convidados.

— Uau. — soltei o ar. — Acho que eu nunca vou me acostumar com isso.

— Já vou pedir que façam mais uma manutenção no meu jatinho. Queremos nos casar logo, então não é bom termos imprevistos.

— Você tem um... — comecei a dizer, mas desisti. — O que é que você não tem?

— Hum... — pareceu pensar. — Eu não tenho uma lancha.

— Mas tem um iate. — chutei.

— Como sabe? — brincou fazendo cara de choque.

— É que eu sou o Sherlock Holmes disfarçado de professora hippie.

— Ah, como eu não percebi o seu bigode? — brincou me arrancando gargalhadas. — Você está tão linda. — suspirou.

— Você também. — sorri. Ficamos trocando olhares por um tempo, até que eu olhei para o envelope em sua mão. — O que é isso?

— Mais um presente. — ofereceu-me o envelope.

— Certo... — murmurei o abrindo. Era um documento. Comecei a ler em silêncio e automaticamente fiquei boquiaberta com o conteúdo daquilo. — V-você... — gaguejei. — Comprou uma casa?

— Sim.

— E está... está em meu nome?

— Ainda não. — ofereceu-me a caneta que segurava. — Precisa da sua assinatura e aí sim será oficialmente sua.

— Por que comprou uma casa pra mim? — eu não estava mesmo acreditando em tudo o que estava acontecendo.

— Eu nunca fui fã de ter muitos imóveis. Os poucos que tenho estão todos alugados, exceto pela casa em que eu moro atualmente. Mas eu não quero mais morar lá. E também não quero ter que expulsar ninguém de um dos meus imóveis. E aí eu pensei... por que não começar do zero? Uma casa novinha, recém construída, completamente vazia e branca. Podemos decorar e pintar como quisermos.

— Uau... — soltei o ar que até então não tinha percebido que segurava. — Eu sabia que íamos morar juntos, mas eu nunca me imaginei saindo do meu apartamento. Eu idealizei uma vida completamente diferente aqui em Nova York. Eu queria um recomeço, mas parece que essa é a primeira vez que eu estou vivendo de verdade. Parece que a minha vida só começou de fato agora.

Doce Amargo(Adaptação)Onde histórias criam vida. Descubra agora