Capítulo 13

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Yeonjun

Já era segunda-feira, fazia dois dias que eu não falava com ela, fazia dois dias que eu só bebia para poder esquecer minha dor. Acordei e fui para o banheiro fazer a higiene, desci e tomei o café da manhã e fui para a faculdade com dor de cabeça suportável.

O dia todo Soobin me evitava, ele nem se quer me cumprimentou. Na saída eu o chamei para conversar, ele fingiu que não me ouviu então, fui atrás dele e o segurei pelo braço:

— Soobin, você não precisa me evitar, você não tem porquê fazer isso. - Lágrimas em seus olhos já ameaçavam cair, já me gastava o que estava acontecendo com a Aysha, agora ele quer me evitar.

— M-Mas por minha culpa... - Foi interrompido por um soluço no meio do choro.

— Não, não foi sua culpa... - Peguei no seu ombro e fiz carrinho com o polegar o tranquilizando.

—  E sua na-namorada? - Ele olhou paro o lado de cabeça baixa e suas bochechas ficaram avermelhadas.

— Eu vou resolver isso com ela. - Ele sorriu tímido mas feliz. — Vamos continuar amigos, tá?

Ele concordou com a cabeça, nos despedimos e fui até ao bar. Bebi quase uma garrafa inteira de whiskey, quando vi a hora já eram 19h, paguei a conta e saí, quando estava a procurar as chaves do carro, dois garotos apareceram e tentaram me assaltar. Eu estava bêbado, por isso não consegui me defender, um deles tirou uma canivete do bolso, me apunhalou de frente, o outro levou minha carteira e fugiram.

Eu não conseguia me mover, doía muito, de repente senti meus olhos se fecharem e caí no chão. Quando acordei estava em um hospital, Noah estava do meu lado dormindo com a cabeça apoiada na cama e meus pais estavam no corredor a falar com um médico, deu para ver pela janela do quarto que minha mãe estava chorando desesperada, eu não sabia porquê. Quando tentei me mexer um pouco, senti uma dor enorme na barriga.

— Não se esforce, descanse. - Ele acordou e coçou os olhos.

— O que... O que aconteceu? - Falei com a voz baixa suspirando de dor.

— Você foi assaltado em frente do bar, roubaram sua carteira e ti apunhalaram, você foi encontrado desmaiado e ti levaram para o hospital. Sua mãe me ligou perguntando se eu estava com você, eu disse que não é que sabia onde você estava, fui até ao bar e encontrei seu carro lá, quando entrei disseram que você foi levado para o hospital porque estava ferido. Liguei para os seus pais e nos encontramos aqui, você foi operado e faz 30 minutos que você está aqui na terapia intensiva.

— Eu lembro que fui assalto... - Suspirei pesado e gemi de dor.

— Eu liguei para a Aysha e contei para ela o que aconteceu com você. - Ele segurou minha mão e sorriu de lado.

— Você não devia ter feito isso, ela quer mais saber de mim. - Olhei para o lado fixando o olhar em um ponto qualquer.

— Não, você está enganado, ela ficou muito preocupada com você é disse que veria ti ver. - Ele sorriu sincero e passou a mão no meu cabelo tentando me tranquilizar.

Se eu soubesse que só precisava de me ferir para ela querer me ver, já teria feito isso faz tempo. Uns minutos depois, meus pais entraram no quarto, minha mãe não parava de chorar, eles disseram que a ferida não foi muito profunda por isso estava fora de perigo.

Eles ficaram mais um tempo comigo, mas depois foram para casa buscar alguns roupas para mim. Noah foi com eles porque tinha que passar do bar para pegar meu carro. Eu estava convencido de que ela não viria me ver, mas eu estava enganado.... Ela veio me ver e como da última vez que a vi, ela estava com lágrimas nos olhos. Ela entrou e se sentou em uma cadeira perto da cama, por um instante achei que estivesse alucinando mas não, ela estava mesmo ali...

— Você veio me ver... - Sorri a encarando.

— Eu fiquei preocupada com você. - Ela segurou minha mão e fez carrinho com o dedo maior. — O Noah disse que... Desde aquele dia você vive bebendo, porquê? - Ela olhou para mim com uma expressão triste esperando uma resposta.

— E você ainda pergunta porquê?! - Olhei para o lado e franzi a testa, ela olhou para mim confusa. — Eu pedi para você me deixar explicar mas você não quis me ouvir, eu ti ligava e mandava mensagem mas você me bloqueou. - Tentei conter as lágrimas que estavam a ameaçar cair, ela soltou minha mão e encarou o chão. — Eu só queria que você me escutasse só isso... Eu não aguentava a dor que sentia, eu só queria esquecer ela, por isso eu bebia, para poder esquecer. — Não consegui conter mais as lágrimas até que elas caíram, ela estava chorando e por vezes fungava tentando limpar as lágrimas.

— Você não precisava beber para isso. - Virei a cabeça e olhei para ela.

— Você também não precisava ser tão dura comigo e se afastar de mim sem sequer me deixar explicar o que realmente aconteceu. - Desviei o olhar.

— O que você queria que eu fizesse, hã? Eu vi meu namorado beijando um ga...

— Eu não beijei ele! - A interrompi gemendo de dor. — As coisas não são tal como parecem! Você só tinha que me escutar porra! Só me escutar! - Franzi a testa e segurei a ferida que já estava começando a doer de mais. — Se você tivesse me escutado, você entenderia as coisas!

— Espera... Você está me culpando? - Ela levantou da cadeira. — Você está dizendo que a culpa é minha por você ficar bebendo para lidar com sua dor, é isso? - Ela me encarou chateada, arregalou os olhos e franziu a testa.

— Eu não disse isso!

— Mas foi o que você insinuou!

— Se você tivesse me escutado...

— Eu não devia ter vindo aqui! - Ela foi até a porta.

— Não! Espera! - Tentei me levantar mas não consegui, a ferida estava doendo demais.

Ela foi-se embora e como da última vez, sem me escutar.

"Essa garota é mesmo teimosa para cacete!"

Was my fault Onde histórias criam vida. Descubra agora