Capítulo Único

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Estar apaixonado, não entedia muito bem esse sentimento. Numa pesquisa rápida na internet dizia ser aquele dominado por amor intenso e profundo. Não sabia o que era paixão, muito menos o que seria amor. Apenas ficara mais confuso. Desistiu então de tentar entender aquilo. Gostaria de um dia enteder esse sentimento, todos a sua volta já o haviam esperienciado e falavam de como era vivê-lo. Resolveu esquecer sua dúvida quanto a isso por enquanto.

Seus amigos o haviam convidado para ir numa cafeteria perto da faculdade. Estava sempre cheia, lotada de estudantes. Não gostava de lugares com uma grande aglomeração, mas eles diziam valer a pena pelo delicoso café. Aceitou ir. Adorou o café e continuou a frenquentá-la.

Na segunda vez que a visitou foi antedido por um garoto de fios ruivos e sorriso afetuoso. O achou adorável. Em determinado momento passou a conduzir-se ao estabelecimento somente para ouvir a voz doce do menino. Sempre que ia, o obeservava ao longe, a conversar com os colegas de modo animado. Apreciou a interação deles, ansiou ser aquele a ter a atenção do garoto de nome Shoyo Hinata.

Faltava coragem para pedir-lhe seu telefone, sempre ficava emudecido quando ele comunicava consigo. Antes trocava poucas palavras com tranquilidade, mas a partir do momento que passou a notá-lo mais, ficava sempre com orelhas vermelhas e dizia um mero "oi" com dificuldade. Hinata apenas ria para a sua vergonha e confusão. Gostava de ser o motivo do riso, porém, sentia-se ainda mais constragido.

Tobio passou a ficar um tempo demorado na cafeteria a papear com outros funcionários para poder saber informações a respeito do ruivo. Descobriu que ele tinha uma irmã caçula, morava sozinho e sua mãe era viúva. Aprendeu sobre o amor do ruivinho por vôlei e achocolatado e que apesar de trabalhar numa loja de cafeína ele odiava a mesma. Só o cheiro dava-o ansia. Parou para analisar as reações do alaranjado em relação ao café. De fato, ele sempre crispava bem de leve as sombrancelhas quando entregava um pedido que contesse o conteudo não muito apreciado por ele. O nariz ficava um pouco enrugado ao sentir o cheiro de café. O achou ainda mais adorável ao ter conhecimento disso.

Com o passar das semanas conseguiu juntar coragem para falar mais com o motivo de sempre ir no estabelecimento. Foi se interessando pelos gostos e desgostos dele, aprendendo sobre seu amor por filmes de romance clichê, como A Barraca do Beijo ou algo mais trágico tipo A Culpa é das Estrelas. Shoyo detestava ter que arrumar a casa e estudar, sendo uma pecação em ambos. Ao contrário de Tobio, que é muito organizado, mas também não muito fã dos estudos.

Apenas olhar o ruivinho a distância não era mais o suficiente. Pensou até em conseguir um emprego no local para passar mais tempo com Shoyo. Achou tal ideia um pouco impulsiva. Logo voltou atrás.

Todos os dias após o findar das atividades curriculares o jovem moreno corria para a cafeteira em busca do seu atendente predileto e motivo de sua assiduidade constante. Seus olhos passavam agilmente por cada ser humano naquele local até encontrar a tão conhecida cabeleireira tangerina e sorri satisfeito ao vê-lo. Ele sempre vinha atendê-lo, parecia saber que era a razão de Kageyama destinar-se a cafeteria.

Logo o atendente veio, com o mesmo sorriso doce ostentado nos lábios finos. O cumprimentou de modo alegre e utilizou seu nome. Seu corpo tremeu levemente, sentiu-se no céu. Era como se anjos descessem a Terra e o levassem ao outro mundo. Não sentia seu corpo, estava um pouco trêmulo. Sentiu-se estranhamente contente com essa sensação. Nunca ninguém o chamara de modo tão doce e adorável. Era tão espetacular? Incrível? Faltavam palavras para descrever o quanto fora fantástico a forma como os lábios se movimentaram e seu nome soou como uma música deliciosa de ser ouvida. Gravou em sua memória tal momento. O sol do crepúsculo e o clima ameno, o menino sorridente e seu nome a sair dos lábios que entendeu agora desejar sentir a textura com o seus próprios.

O Atendente da CafeteiraOnde histórias criam vida. Descubra agora