Entediada e presa em um emprego que odeia, Serena leva a vida no piloto automático desde o blip.
Bucky Barnes por outro lado, daria tudo por uma vida pacata.
Cansado de lutas e finalmente livre da programação do Soldado Invernal, ele passa os dias...
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Esquina da Dean St. com a Michael Griffith St.
a duas quadras do apartamento de Serena Valente
Brooklyn, NYC
2024
Eu estava andando apressada pelas ruas escuras do Brooklyn. Já passam das dez da noite e os becos próximos ao meu apartamento não estavam tão bem iluminadas quanto eu gostaria. Mal via a hora de chegar em casa e verificar se o pequeno James está bem, tomar um banho e maratonar uma série, comendo pipoca até não poder mais.
A propósito, "James" é meu gato de 6 meses de idade.
Encontrei-o abandonado em um beco próximo a minha casa, em um dia frio de inverno e não consegui resistir ao impulso de adotá-lo. James não tinha uma das patinhas da frente, por esse motivo precisava de cuidados especiais. Para minha sorte, tenho uma amiga que trabalhava em um projeto de próteses para veteranos de guerra no departamento de robótica universitário e conseguiu improvisar uma para meu bebê.
Você provavelmente deve estar se perguntando porque eu nomeei um gato com o nome de James, certo? Bom, no museu que trabalho, temos uma ala dedicada a cada um dos heróis presentes na grande batalha de um ano atrás e bem... A ala dedicada ao Capitão América fica bem próxima ao meu escritório, por esse motivo, sempre acabo me esbarrando com fatos sobre sua vida e em especial com seu melhor amigo: "James Buchanan Barnes", o homem que viria a se tornar o Soldado Invernal. Foi impossível não associar os dois, pois além da prótese, meu gato possui olhos extremamente azuis e pelagem escura.
Além disso, no museu, li diversas pesquisas e arquivos do governo sobre o soldado, então podemos dizer que eu criei muita empatia e admiração pela história de vida dele. Mesmo com toda a tragédia, no final ele conseguiu dar a volta por cima e se tornou um dos heróis na guerra contra o Titã louco, se isso não é redenção, eu não sei o que mais seria.
— Será que é desrespeitoso associar um herói de guerra com um gato?— Penso em voz alta enquanto finalmente entro em meu prédio, marchando para meu apartamento, rindo em seguida:
— Não é como se ele fosse descobrir sobre isso também, não é? —Concluo minha linha de pensamento enquanto subo no elevador junto com uma senhorinha que mora no terceiro andar, sorrio simpática e tento iniciar uma conversa casual, mas sou completamente ignorada.
Não sei dizer se isso é um costume geral dos Norte-Americanos ou se meus vizinhos são muito reservados, pois não consigo manter o mínimo de contato com nenhum deles, é como se simplesmente não quisessem interagir com nada fora de sua bolha. A única exceção é o vizinho do andar debaixo, um senhor japonês chamado Yori, que com muita insistência de minha parte deixou que eu me aproximasse um pouco, mas ainda assim é frustrante.
