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— Com licença, senhor

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— Com licença, senhor. — O motorista do táxi em que eu estava me chamou, e eu tirei meus fones de ouvidos para ouví-lo melhor. — Você se incomodaria em dividir o táxi? Acabei de receber um pedido de corrida de um homem que vai para o mesmo destino que o seu.

— Não é incômodo nenhum, não se preocupe. — Eu sorri, e ele assentiu, voltando a prestar atenção na estrada.

Eu tirei meus fones de ouvidos e os guardei no meu bolso, porque não achei que seria muito educado simplesmente ignorar o passageiro com quem eu dividiria a corrida.

Não demorou mais que cinco minutos até o motorista encostar o carro e um homem entrar. Ele usava uma blusa preta, e um sobretudo da mesma cor que, junto com a calça em um tom de marrom claro que ele usava, lhe dava um ar sério e sofisticado, bem diferente de mim, que usava uma calça jeans azul escuro, e um moletom amarelo com pequenos dinossauros no mesmo tom da calça.

Para finalizar, enquanto eu usava um all star amarelo, ele usava um sapato social que, surpreendentemente, não era horroroso.

Nossa aparência também era bem diferente. Eu tinha cabelos escuros e encaracolados, enquanto ele tinha cabelos loiros, perfeitamente alinhados, e sua pele era bem mais clara que a minha. Mesmo sentados, eu podia ver que ele também era um pouco mais alto. Pelo que consegui ver, a única coisa em que nos parecíamos eram os olhos, no mesmo tom de castanho, e o fato de ambos usarmos óculos praticamente idênticos.

Ele fechou a porta e colocou o cinto, enquanto o motorista dava partida no carro.

— Boa noite. — Ele me cumprimentou, e eu reparei que sua boca tinha um formato de coração.

— Boa noite. — Eu o respondi, me esforçando para sorrir.

Ficamos em um silêncio constrangedor por alguns minutos, e eu comecei a me preocupar. Ainda tínhamos mais meia hora de percurso, e somando isso com o trânsito, o resultado é um longo tempo, e eu realmente não queria passar todo esse tempo em um silêncio estranho, não depois do dia que eu tive. Eu esperava que ele falasse alguma coisa para iniciar um assunto, mas ele permaneceu em silêncio, enquanto eu começava a me arrepender de ter dito que dividir o táxi não me incomodaria.

A única coisa que eu queria era chegar em casa logo. Eu planejava tomar um banho, pedir uma pizza e me afogar em lágrimas enquanto assistia algum romance antigo, mas, quanto mais eu pensava nisso, mais ansioso eu ficava, e mais devagar o tempo passava, então, em uma tentativa de me distrair, eu resolvi iniciar a conversa.

— Então, você acha que vai chover? — Ótimo jeito de começar uma conversa, Jayden, parabéns.

— Segundo os meteorologistas, as chances são baixas, então vou dizer que acho que não. — Seu tom era brincalhão, mas eu conseguia ver que sua animação era apenas na voz.

— Aconteceu alguma coisa? — Perguntei, e ele me olhou, com a testa franzida. — Desculpe, não é dá minha conta. — Ergui os braços, em um sinal de rendimento, e ele riu, negando com a cabeça.

Estranhos Por Uma NoiteOnde histórias criam vida. Descubra agora