Eu te amo tanto...

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14 de maio de 2017.

Seis e trinta e cinco da manhã.


Jimin


Nesses dezesseis anos de vida nada de extraordinário havia acontecido comigo até ontem. Sempre lia mangás de ação ou até mesmo as revistinhas de super-heróis americanos, mas nunca havia imaginado que poderia ter um herói só para mim.

Desde os meus catorzes anos me descobri diferente de todos os outros garotos do colégio que frequentava. Não recebia e nem mandava cartas nos dias dos namorados e também nunca recebi uma declaração ou fiz, simplesmente por não ter ninguém que se interesse por mim ou que aceitasse meus sentimentos.

Mamãe sempre diz que as pessoas são complicadas e muitas vezes não conseguem entender um amor tão grande como o meu. Ela me abraça toda noite dizendo que um dia vou achar um garoto tão bom quanto eu e enfim vou ser uma pessoa feliz, mas eu não acreditava nisso, até por que os únicos garotos que eu um dia já encostei são aqueles que todos os dias na saída resolvem que devem me seguir até em casa, e talvez, me dar murros para se divertirem.

Eu já tentei diversas vezes fazer eles pararem com meus discursos, já que não sou alguém que me dê bem em brigas físicas, mas a única coisa que eles dizem é: "Queremos nos divertir, e nada como um Park de diversões para isso". Eu sei, é ridículo.

Minha mãe passa o dia todo no trabalho já que somos apenas nós dois, por isso não conto nada a ela. A mulher que se esforça tanto para pagar as contas e colocar o que comer em casa não merece lidar com problemas que eu, um covarde, não consigo.

Mas ontem algo aconteceu, e não foi um super herói encapado que tirou aqueles meninos de cima de mim, e sim um garoto magro e mais baixo que eu uniformizado com o logo do colégio que havia ao lado da minha, o colégio caro dos alunos especiais, os pequenos gênios.


***


13 de maio de 2017.

Um e cinquenta e sete da tarde.


Olhava o relógio da sala de aula esperando pacientemente para o fim dela. Era aula de inglês e eu não ia nada bem na mesma, talvez por ser a última e já estivesse cansado todas as vezes que o professor começasse a falar coisas estranhas que não era do meu conhecimento.

O ponteiro se mexeu indicando que agora faltava apenas dois minutos para a saída. Não deveria estar tão feliz pela mesma, teria que correr bastante se quisesse chegar sem novas marcas em casa e as de ontem ainda doíam. Lembrar-me de ontem me deixa com certa raiva já que poderia ter escapado se aquele garoto estranho tivesse feito algo. O garoto estranho era um aluno do colégio que havia ao lado do meu, o mesmo tinha o rosto pálido e cabelos grandes que quase tampavam seus olhos, ele observava os outros três garotos me jogarem no chão e começar a sessão de chutes que era tão acostumado a levar. Não custava nada ele gritar um "Parem, eu chamei a polícia", sério, funciona em filmes.

Olhei novamente o relógio que agora haviam passado mais rápido e então o sinal soou. Os alunos saiam sorridentes com seus colegas, provavelmente para irem para uma sala de jogos e depois para o grupo de estudos onde ficavam até anoitecer. Mesmo parecendo cansativo para eles, eram felizes.

Peguei minhas coisas e sai tentando me esconder entre aqueles alunos para ganhar um tempo até ser encontrado. Eu queria sair do colégio e ir para salas de jogos, mas não tinha dinheiro para isso, também queria ir para o grupo de estudos e ficar até tarde da noite fazendo cálculos, mas não tenho tempo já que tenho que ajudar minha mãe com a casa. Talvez os outros alunos até achassem cansativo essa rotina deles, mas deviam saber que era um cansativo bom que renderá boas notas e consequentemente uma boa universidade, o que não vai acontecer para mim.

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⏰ Última atualização: Aug 28, 2021 ⏰

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O super-estranho (twoshot) [Jikook]Onde histórias criam vida. Descubra agora