⭟ | capítulo oito

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UM ANO E CINCO MESES ANTES

louis

eu me sinto horrível, mas mesmo assim me levanto e me visto. desço as escadas correndo e pego uma maçã, minha visão borrada enquanto corro pelo gramado até a casa de julieta.

bato na porta ainda meio grogue de sono, colocando o casaco por cima da blusa branca. em alguns minutos o pai de julieta abre a porta, ele usa roupão azul escuro e segura uma xícara de café.

---- sr. l'amore! bom dia - joe me olha de cima a baixo então chega para o lado e aponta para dentro.


---- você quer entrar, louis?

---- ah, não, senhor. não precisa. estou só esperando a julieta.

---- julieta está tomando seu café. você devia entrar e tomar café conosco - joe me olha com os olhos apertados, como um pai olha para o amigo de uma filha. sempre há essa desconfiança, mas eles também me tratam como um filho. aceno com a cabeça e entro, limpando os pés no tapete.

a casa deles é linda. uma escada que leva ao andar de cima fica na entrada. um tapete, uma mesinha com porta retratos e um espelho ao longo do corredor que leva à sala de estar. a sala é repleta de cores : branco, verde, amarelo, vermelho, laranja entre outros. passamos direto por ela indo em direção à sala de jantar com uma mesa de mármore escuro com pelo menos oito cadeiras.

alex e julieta estão sentados, o primeiro lê um jornal enquanto a garota come um pão de forma com geleia. joe pigarreou para chamar atenção, então os olhos se viraram na nossa direção e juli arregalou os olhos.

---- então esse é o famoso louis - disse alex. joe se juntou à ele do seu lado da mesa. fiquei encolhido. ---- sente-se, filho. tome café conosco.

por um momento eu me senti muito feliz. ninguém nunca tinha me chamado para tomar café, minha mãe era ocupada demais para se sentar a mesa comigo e meu pai... eu nem sei o que meu pai anda fazendo.

---- então - joe resmungou, ainda com aqueles olhos ameaçadores de quem diz "vou matar você se você machucar minha filha". ---- como está sua mãe, louis?

---- ela está bem, senhor.

---- a gente não a vê mais. - ele tomou um gole de seu café. eu pensei que podia, então me sentei ao lado de julieta e peguei um pão, passei geleia nele e levei a boca. não queria falar sobre minha mãe, na verdade. ---- Ju disse que ela trabalha demais.

---- sim, senhor. ela está bem ocupada ultimamente.

---- você pode vir para cá sempre que precisar, sabe - disse alex, com aqueles olhos acolhedores. os dois, joe e alex, são extremos opostos, mas ainda assim funcionam bem juntos. são felizes. julieta tem sorte.

---- obrigado, senhor.

julieta se encolhia tanto que quase parecia que ela não estava lá. eu gostaria que minha mãe a conhecesse, não acho que me sentiria envergonhado, mas não sei o que ela pensa.

---- bom, louis, devíamos ir.

---- quais são suas intenções com a minha filha? - os dois dizem ao mesmo tempo. um tom de vermelho mancha as bochechas de julieta. nunca tinha a visto corar.

---- pai! - diz, então me puxa pelo pulso e saímos da sala. me despeço rapidamente dos pais dela.

---- senhor l'amore. foi um prazer! - digo tentando acompanhar julieta que praticamente me arrastava. nem vi quando ela pegou a mochila, mas já estávamos no meu carro quando ela suspirou.

home. louis partridgeOnde histórias criam vida. Descubra agora