Noites não fazem dormir

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Aproveitando que esqueci de atualizar sexta-feira, capítulo novo pra vocês ❤️

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Os trabalhos se iniciaram. As cargas eram pesadas, não era difícil estimar que eram em alguns vinte quilos. Aqueles homens da chefia certamente estavam naquele porto de maneira ilegal e transportando coisas ilegais, mas como eles estavam ocupando um espaço que nunca nem constou no radar?

Ainda era difícil para a garota de pele de madeira caviúna que ela estava ali. O garoto ainda parecia misterioso, não importava o quão chato e irritante ele parecesse ser. Seu olhar parecia ter algo muito profundo para revelar; era como se o prateado da íris tampasse os sentimentos que vinham do coração. Não era como se ele não tivesse sentimentos, mas sim como se não quisesse revelá-los.

Aquele porto com os navios, a Atena Excelsior e a base da ONBA eram coisas bizarras que haviam acontecido na última semana e era simplesmente impossível não pensar nos antigos companheiros. Na Ordem. No exército. Porque para ela, eles realmente eram apenas companheiros.

Ela devia investigar e com toda certeza faria isso.

A Atena, uma organização sem fins lucrativos criada há aproximadamente 150 anos, servia para informar sobre as mudanças climáticas para as pessoas do mundo todo e para conscientizar. No final do projeto, as pessoas começaram a desenvolver máquinas que poderiam ajudar na remoção de lixo do mar, transformando-os em itens formidáveis para a humanidade. Apesar de não ter impedido as consequências, a Atena foi decisiva para que o aumento do aquecimento global fosse impedido.

Com a humanidade se reerguendo, a organização seria de exímia importância para uma grande colaboração no mundo. Mas era certo de que o sistema estava inativo. As máquinas haviam sido destruídas. Os galpões e as fábricas estavam em ruínas. Era por esse motivo que Aiyra foi a principal pessoa recomendada para a exploração. Ela se culpava por ter sido capturada, mas o grupo era realmente grande e eles tinham soníferos poderosos que agiam em menos de segundos na circulação. E agora ela precisava, mais do que nunca, agir e sair dali. Mas agora o seu objetivo era muito maior.

Resgatar a todos. Uma fuga coletiva.

E para isso, ela certamente precisaria de ajuda. Toge realmente seria uma boa. E, com toda certeza, ela investigaria aqueles homens que certamente não eram dali.

Absolutamente.

...

A noite havia chegado há algumas horas e todos foram direcionados aos dormitórios. Aquilo era mais parecido com um quarto grande, que abrigava muito mais gente do que devia comportar. As camas eram, literalmente, panos jogados ao chão com pequenos travesseiros a cada cobertor.

Era bem mais desconfortável que a cabana onde ela dormiu durante seus dezoito anos.

O sono havia sido interrompido. Não estava ocorrendo bem. Ela abriu os olhos e a única coisa que iluminava o lugar era o brilho da Lua sendo refletido pela janela.

Levantou o seu tronco; olhou para todos que ali estavam — todos dormindo plenamente — e então decidiu sair pela janela. Levantou-a pela surdina e a fechou sem que ninguém a visse.

Sentou, então, do lado da pequena casa. Tinha plena visão da lua e do mar. A maré estava bem alta. Ela ouviu passos, então. Correu para a lateral da casa e espionou pela borda da parede para ver quem estaria ali a uma hora como aquela.

Sem guardas: apenas uma garota morena comendo uma maçã. Os olhos finos e pequenos eram puxados um pouco para cima e os cabelos eram lisos e escuros, quase azuis.

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